Ética nas Relações Interpessoais (*)

 

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A ética interpessoal refere-se ao conjunto de princípios e valores que guiam nossas interações e relacionamentos com outras pessoas. É um conjunto de normas morais que nos orienta a agir de maneira justa, respeitosa e responsável em nossas relações com amigos, familiares, colegas de trabalho e qualquer indivíduo com quem nos conectamos. A ética interpessoal se concentra em como tratamos os outros, levando em consideração seus sentimentos, dignidade e bem-estar.

Na essência da ética interpessoal estão a empatia e o respeito mútuo.

 

Empatia envolve a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros, permitindo-nos colocar-nos no lugar deles e responder de maneira sensível.

O respeito, por sua vez, é a base para reconhecer a autonomia e os direitos de cada pessoa, independentemente de suas diferenças ou posições na sociedade.

 

Para que a ética interpessoal se mantenha sempre presente, necessário que estejamos sempre dispostos a fazermos uma reflexão constante sobre nossas ações e decisões. Isso inclui considerar como nossos comportamentos afetam as outras pessoas, além de estarmos dispostos a corrigir erros e fazer as pazes quando necessário.


Envolve aderir a princípios de honestidade, sinceridade e integridade, evitando a manipulação e a traição.

 

Saber estabelecer limites saudáveis e obter consentimento, implica em respeitar as escolhas e os espaços pessoais dos outros, bem como garantir que todas as partes envolvidas estejam confortáveis e concordem com as ações propostas.

 

Enfim, para que os elementos em pauta estejam presentes é fundamental criar conexões positivas e duradouras com outras pessoas. Ela nos lembra da importância de tratar os outros com consideração, bondade e justiça, promovendo relações saudáveis e construtivas.

Buscando enfatizar uma melhor compreensão acerca da essência da ética, conceituamos os termos abaixo, a saber:

 

  1. Empatia: A empatia envolve a habilidade de compreender os sentimentos, perspectivas e experiências emocionais dos outros. Ela nos permite conectar-nos emocionalmente com as pessoas ao nosso redor, demonstrando que estamos dispostos a ouvi-las e a nos colocar em seu lugar. Ao praticar a empatia, somos capazes de oferecer apoio genuíno e compreensão aos outros, o que contribui para um ambiente de confiança e cooperação.

 

  1. Respeito: O respeito nas relações interpessoais é uma demonstração de consideração e valorização mútua. Isso significa reconhecer a dignidade de cada indivíduo, independentemente de suas opiniões, origens, crenças ou características pessoais. Ao praticar o respeito, evitamos julgamentos precipitados, estereótipos e tratamento desigual. O respeito estabelece a base para uma comunicação aberta e saudável, permitindo que as pessoas se expressem livremente sem medo de críticas ou rejeição.

 

Tanto a empatia quanto o respeito são elementos indispensáveis para criarmos um ambiente no qual as pessoas se sintam valorizadas e compreendidas.


Ao demonstrarmos empatia, mostramos o quanto nos importamos com os sentimentos das pessoas com as quais convivemos e o quanto estamos dispostos a interagir, da melhor forma que pudermos para oferecer nosso apoio.

 

Ao praticarmos o respeito, criamos um espaço onde as vozes de todos são ouvidas e respeitadas, independentemente das diferenças. Afinal, todas as pessoas merecem ser tratadas com dignidade e justiça.

 

Outros pilares são importantes para uma convivência com ética:

  1. Comunicação Efetiva: A comunicação efetiva é um pilar crucial da ética nas relações interpessoais, pois molda a maneira como interagimos, entendemos e nos conectamos com os outros de maneira clara, respeitosa, com o objetivo de promover o entendimento mútuo e evitar mal-entendidos;
  2. Clareza e Transparência: A comunicação efetiva requer clareza nas palavras que usamos e nas mensagens que transmitimos. Evitar ambiguidades contribui para a geração de interpretações errôneas;
  3. Respeito às Opiniões Divergentes: Na comunicação ética, é fundamental respeitar opiniões divergentes, mesmo que não concordemos com elas. Isso significa ouvir sem julgamento e estar aberto a considerar diferentes pontos de vista;
  4. Comunicar Necessidades e Limites: A comunicação efetiva envolve expressar nossas necessidades e limites de maneira assertiva, mas não agressiva. Isso ajuda a evitar ressentimentos e conflitos futuros.
  5. Respeito ao Tempo e ao Espaço: Reconhecer o momento e o local apropriados para a comunicação é uma demonstração de respeito para com as pessoas e pela situação de eventual questão.
  6. Limites e Consentimento: Discuta como estabelecer e respeitar limites pessoais e obter consentimento em diferentes contextos, como amizades, relacionamentos social e ambiente de trabalho.

Quando estamos “a céu aberto”, fora de um ambiente corporativo, por exemplo, - onde as regras são conhecidas e estabelecidas, - ainda, com lembretes diários sobre a importância de adoção dos procedimentos éticos como pilastras, podemos incorrer em “algumas situações”, a saber:

  • Quebra de Confiança: Mina os alicerces do respeito, da comunicação e da conexão mútua. Quando a confiança é rompida, surgem desafios significativos que afetam a dinâmica e a saúde dos relacionamentos.
  • Perda de Credibilidade: A quebra de confiança muitas vezes leva à perda de credibilidade. Quando alguém não cumpre o que prometeu, é difícil confiar em suas palavras e ações no futuro.
  • Desgaste da Relação: A confiança é o alicerce de qualquer relacionamento saudável. Quando ela é quebrada, o relacionamento pode sofrer um desgaste significativo, resultando em distância emocional e conflitos frequentes.
  • Reestabelecer a confiança requer esforço contínuo, demonstração de integridade e consistência ao longo do tempo. Isso pode ser um processo desafiador, mas é essencial para superar as dificuldades.

 A quebra de confiança é uma realidade com a qual muitas relações têm que lidar em algum momento. No entanto, se houver uma vontade genuína de reconstruir, aprender com os erros e investir na restauração da confiança, muitos relacionamentos podem superar essas dificuldades e emergir mais fortes do que antes.

 

É um processo que exige paciência, comprometimento e abertura emocional de ambas as partes envolvidas.

Segundo a escritora Martha Medeiros, “Palavras são apenas resumos dos nossos sentimentos profundos, sentimentos que para serem explanados precisam mais do que um sujeito, um verbo e um predicado. Precisam de toque, visão, audição.”.

 

Por fim, avalio que a adoção de procedimentos éticos nas relações interpessoais, para além do âmbito empresarial, familiar etc., deva ser estabelecido em redes sociais, - colocado de forma assertiva, pois quando nos deixamos levar por suposta confiança das conversações, ao abrigo da “confiança do entendimento contido nas entrelinhas” corremos o risco de sermos mal-entendidos, mal interpretados, - fatos que geram desconforto e constrangimento aos interlocutores.   

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(*) Este texto não tem a pretensão de abordar a ética sob a ótica Aristotélica.