O que você consome te consome ou te impulsiona?
Neste mundo de estímulo contínuo, cabe a pergunta: O que você anda consumindo em seu tempo nas telas? Esse conteúdo te consome de alguma forma? Causa ansiedade? Te faz correr atrás de metas e situações praticamente inalcançáveis? Pois é… Bem vinde aos tempos da modernidade capitalista. O capitalismo e a sociedade de consumo precisam que a gente (você, eu e todo mundo) acredite sempre estar precisando enlouquecidamente de alguma coisa. Investimentos em marketing alcançam cifras altíssimas e hoje, capciosamente fazem com que o próprio consumidor faça a propaganda do produto: Isso mesmo. As pessoas sem perceber pagam para divulgar produtos. É só lembrar do recente filme da Barbie: Ver as pessoas vestidas de rosa da cabeça aos pés remetia ao filme e causava o desejo de fazer a mesma coisa. Isso é resultado da manipulação do comportamento de manada. Nas redes sociais, esse fenômeno atinge limites ainda mais assustadores:Uma infinidade de influenciadores e coachs ditando o que fazer/comprar ou não. Há perfis que despendem um tempo considerável abrindo produtos de moda adquiridos em plataformas online. Nesse contexto, uma amiga minha certa vez disse que eu jamais seria chamada para determinado reality show (no qual insisto em me inscrever anualmente) por ser uma “desinflluenciadora digital”: Enquanto todo mundo segue na direção do “compre, consuma, aumente a renda para poder consumir mais” eu vou em sentido oposto e digo: Pense antes de comprar, improvise com o que já tem. Se consumir menos, conseguirá guardar dinheiro sem ter que se matar em dois empregos. Diminua o ritmo. É certo que há influenciadores que vão na contramão da lógica de consumo insano: Casa sem lixo, pedagogia sustentável, entre outras, vão pouco a pouco demonstrando uma lógica de vida mais voltada ao prazer de SER e de CUIDAR do que ao prazer de TER e PRESENTEAR. Gosto dessas influencers que mostram dicas para uma vida melhor, Assim como dos perfis que falam sobre livros, história, matemática ou humor de qualidade. Sabe aqueles que você consome e se sente inspirada a repensar hábitos e que, apesar de eventualmente mostrarem produtos, não focam todo o conteúdo nisso? Esse é o conteúdo que impulsiona e estimula. Confesso que apesar de algumas vezes cair nas tentações da vaidade, na maioria do tempo busco produzir conteúdos de qualidade: Arte e poesia, livros e críticas sociais e políticas - Dentro do que acredito que condiz com a minha visão de mundo, que claramente pode ter falhas mas que se utiliza desse espaço digital para provocar reflexões e diálogos onde eu também tenha a preciosa chance de rever prioridades ou ideias e não para encontrar pessoas que seguiriam cegamente o que eu dissesse ou compariam o que eu indicasse ou, surpreendentemente, tentariam copiar a minha rotina. Digo isso pois fiquei sinceramente surpreendida com a quantidade de pessoas que comentam coisas do tipo “te sigo no insta e queria ver sua rotina” ou “caramba, posta uns looks, vídeo de make. Ninguém quer saber o que você leu.” O que alguém pode se beneficiar com a rotina proletária de quem acorda seis da manhã e vai dormir meia noite? Não sei. Mas qualquer dia, postarei. Vai ser completamente diferente do momente de meninas goodvibe que conseguem encaixar tudo no dia, menos trabalho, estudo e sustentabilidade.
E você? As coisas que consome estão te impulsionando ou te consumindo? Gostam de ver/ler sobre rotinas e sobre moda e coisas assim? Conta aí!