Somos Homo sapiens?
Os seres humanos, querem ser tantas coisas; e orgulhosos dizem ser o que pensam. E no que pensam? Pensam que são a espécie mais elevada do reino animal, a qual todas as outras querem ser. Porém, com esses pensamentos não são mais do que tolos, ainda, tal como alguns animais ditos inferiores por eles, selecionam os melhores parceiros para se reproduzirem, a fim de terem a melhor prole.
Somos governados por nós mesmos? Não. No final da década de 1970 Richard Dawkins escreveu um livro muito famoso, O Gene Egoísta, e na mesma medida inovador, acerca de como parecemos ser como “marionetes” nas mãos dos genes. Estes desde a esfera psicológica a fisiológica nos regula visando tão somente, segundo Dawkins, sua perpetuação no ambiente, uma predominância no pool gênico. Portanto a tese principal do livro parece ser a de uma tirania gênica.
Os olhos da fêmea e dos machos de Homo sapiens se voltam para os belos fisicamente. A Seleção Natural, cruel seleção, atua e elimina os feios. Os humanos em nada parecem ter amor, em nada parecem ser elevados. Se há erro nisso, o amor é uma substância percebida com os olhos e não com a alma. Mas em um mundo tão materialista isso não é de se espantar, na visão deste mundo a alma não existe, pois não é material. O amor é uma palavra, e só isso; quem o sente não existe. Vê-se uma redução do amor ao mero eros, o prazer se sente o animus não.
As histórias contadas pela tradição nos informam de Homero, que era cego, isto é, um fardo insuportável em um mundo que deseja o desejo; neste mundo ele seria descartado, e não teríamos a Ilíada nem a Odisseia, razoável afinal, não temos alma para apreciá-las. Também se fala da feiura de Sócrates e de tantos outros sábios que se fosse nos “tempos modernos” seriam eliminados socialmente.
De todo modo, frente a toda argumentação, sendo ela boa ou não, creio que perseguiremos sempre a beleza exterior, salvo alguns poucos que, não se contentando com as sombras, comtemplarão a verdadeira beleza que é interior, a saber, a sabedoria, aquilo que nos fez Homo sapiens.