A literatura fortalece a identidade brasileira. Por Meraldo Zisman

A classificação dos gêneros literários foi proposta na antiguidade clássica pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) em sua obra Poética. De acordo com ele, o gênero lírico representava a “palavra cantada”, pois os textos literários eram recitados ao som de instrumentos musicais. O gênero épico significava a “palavra narrada”, retratando acontecimentos grandiosos de heróis em poemas extensos chamados epopeias, sendo atualmente denominados “narrativos”. Por sua vez, o gênero dramático simbolizava a “palavra representada”, abrangendo textos escritos para peças teatrais. A palavra literatura, derivada do latim “littera”, que significa “letra”, é uma das manifestações artísticas do ser humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, entre outras, a literatura representando a arte das palavras. Desde os primeiros registros literários produzidos no período colonial brasileiro, a Literatura desempenha um papel importante na construção da identidade nacional. Dessa forma, é inegável que a literatura brasileira exerceu uma influência significativa na formação do povo brasileiro, registrando e refletindo as experiências e desafios enfrentados pela sociedade ao longo do tempo.

A literatura brasileira proporciona uma compreensão ampla da diversidade cultural, histórica e social do Brasil, contribuindo para a construção da identidade nacional e estimulando reflexões críticas sobre a realidade do país.

Barroco (século XVII): Nesse período, autores como Gregório de Matos abordaram as contradições e tensões sociais da época. O Barroco brasileiro surgiu durante o período colonial, caracterizado por uma forte influência religiosa. Esse estilo literário destacava-se pela ornamentação textual, com uso de jogos de palavras e metáforas elaboradas.

Romantismo (século XIX): O movimento literário chamado Romantismo assumiu uma dimensão mais nacionalista, retratando a natureza exuberante, os costumes regionais e o amor pela pátria. Buscava exaltar a identidade nacional, valorizando a natureza, as emoções individuais e explorando temas como o amor e o nacionalismo. Entre os notáveis escritores românticos estão José de Alencar, Álvares de Azevedo e Castro Alves.

Modernismo (início do século XX): O Modernismo brasileiro surgiu no início do século XX e estendeu-se até às primeiras décadas do século XXI, rompendo com as tradições acadêmicas. Os modernistas criticaram o conservadorismo e propuseram uma renovação estética. Destaca-se o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade e escritores como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, sem esquecer dos cronistas e dos artistas da palavra da atualidade, entusiasmados ou não pelas tais inteligências artificiais.

Em suma, a literatura brasileira tem desempenhado um papel relevante na formação do povo brasileiro, independentemente do gênero literário (lírico, épico e dramático), seja em prosa ou verso. As obras literárias continuam a abordar questões cruciais, como desigualdade social, relações de poder, questões de gênero, identidade e memória. Ao ampliar a compreensão da sociedade brasileira sobre os problemas sociais, a literatura estimula reflexões críticas sobre temas fundamentais para a construção do Brasil, guiando-nos em direção ao futuro como Povo e Nação.