Lamento Silencioso

Eu sou a voz oculta na floresta,

O eco solitário do verde outrora exuberante.

Testemunha silente do desmatamento insensato,

Onde pontes erguem-se sobre meu leito, desdenhando meu canto.

Meu lar, outrora repleto de vida,

Agora sofre o toque impiedoso da civilização.

Construções de pontes pela mão gananciosa da CCR,

Ecoam o destino sombrio da natureza em agonia.

As árvores caem como lágrimas que não secam,

Cortadas e derrubadas em vão,

Meus irmãos e irmãs da floresta sucumbem,

E eu choro a perda que jamais terá refrão.

Promessas vazias de progresso e desenvolvimento,

Enchem o ar, mas desvanecem como névoa ao amanhecer.

Enquanto isso, meu coração ecológico sangra,

Pela ganância que nunca conhece o arrependimento.

Oh, CCR, seu nome ecoa em meu pranto,

Enquanto pilares de concreto se erguem sobre meu encanto,

Seu progresso é meu desespero, sua expansão é meu lamento,

E o futuro sombrio se revela em cada acalento.

A fauna encolhe, o solo perde seu viço,

Rios são poluídos, ar rarefeito com o som do progresso.

Mas quem ouvirá meu apelo solitário?

Quem sentirá a dor da terra em desespero?

Eu sou o eco, o clamor da floresta,

A voz da natureza em sua essência.

Suplico por respeito e consciência,

Antes que a morte silencie meu verso com ares de decadência.

Oh, humanidade, abra os olhos para a verdade!

O desmatamento é uma ferida aberta,

Na alma da Terra, um golpe fatal,

E o preço destrutivo é uma conta a ser paga.

Que esta prece de um eu lírico não seja em vão,

Que a CCR e todos os corações despertem,

Para a urgência da preservação,

E a harmonia entre progresso e natureza se fortaleça.

Que pontes sejam erguidas com sabedoria,

Ligando o caminho do futuro à consciência ambiental,

E que o grande desmatamento seja um capítulo superado,

Na história de um mundo que aprendeu a respeitar a vida natural.