A DESPEDIDA DO TIO ALFREDO (25/06/2023)

Prólogo

frustração é um estado em que uma pessoa é impedida, por terceiros ou por ela mesma, de ter um desejo realizado e atingir a satisfação.

Quando você se dedica a um projeto profissional, por exemplo, e não consegue chegar ao resultado que esperava, pode se frustrar por não ter tido suas expectativas alcançadas. Isso também se aplica às questões e relacionamentos interpessoais.

Se você, notável leitor, está passando por uma decepção e se sente frustrado porque as coisas aconteceram diferente do que esperava, saiba que isso é natural e faz parte da vida de milhões de pessoas.

Não se sinta culpado(a). Tenha a certeza de que esse tipo de “rasteira” ocorre, principalmente, com quem sempre confia e age à boa-fé. – (Nota deste Autor).

SOBRE O TIO ALFREDO

“O homem sofre por causa de seu desejo de possuir e manter para sempre coisas que são essencialmente fugazes” (Filosofia Budista). Assim é o tio Alfredo, pessoa que sempre procura ajudar, fazer o bem a quem nem sempre merece sua benevolência.

Alfredo muito cedo aprendeu com sua sábia e simpática vovó que tudo o que é necessário para quebrar o feitiço de inércia e da frustração é agir como se fosse impossível fracassar. Certa ocasião a vovó do tio Alfredo lhe disse:

“Redirecione a energia da sua frustração e transforme-a em determinação. Fazendo assim você superará as dificuldades para se tornar um vencedor.”. (sic) – (Vovó Carmélia da Conceição).

A DESPEDIDA DO TIO ALFREDO

O que mata um jardim não é o abandono, é o olhar de quem por ele passa indiferente às súplicas dos cravos e flores presentes. A cada desilusão temos muito o que aprender como seres humanos.

Assim é a vida dos homens iguais a mim. Sou igual ao cravo do jardim negligenciado... Explico, sou verdadeiro, mas não me faço compreender. Por isso, sem culpa, me sinto obrigado a renunciar aos meus melhores e edificantes anseios.

O olhar de indiferença e a incompreensão de minhas necessidades me fizeram compreender a minha inutilidade, mas extrema capacidade de radicalizar e seguir o meu caminho, sem olhar para trás.

Ora, se você tenta obstar as iniciativas de alguém, não permitindo emergir de um espírito altaneiro seus mais coloridos sonhos, dizendo não compreender, transforma os seus próprios anseios em tormentosos e medonhos pesadelos.

Não me sinto culpado, não tenho receio de sentir saudade, angústia, frustração e/ou outros sentimentos negativos e medonhos que possam me imobilizar como um homem compreensivo e sério que sou.

Todavia, não nego! Sinto um imenso vazio na alma, uma tristeza profunda no espelho no qual não sou eu o refletido, como um cravo outrora viçoso que murchou.

Infelizmente perdermos-nos no mar das desconfianças e incertezas. Creio que nunca mais vamos nos encontrar. Fomos para lados opostos onde as chamas dos horrores tormentosos nos consumirá.

Resta-me o consolo da voz cariciosa de minha saudosa vovó Carmélia quando dizia:

"Não deixe que uma amizade frustrada o impeça de ser feliz.". – (sic).

Portanto, assim me despeço, prometendo nunca mais voltar à cena do crime que cometi, desejando e querendo apenas ajudar a quem não me fiz entender e amar para também ser feliz.

SOBRE A FELICIDADE

Será que a felicidade é uma consequência do sucesso? Ou seria o sucesso uma consequência da felicidade? O debate é complexo, mas o autor do livro “O jeito Harvard de ser feliz”, Shawn Achor, tem uma resposta clara e definitiva.

Para ele, o sucesso é derivado da felicidade, o que significa que é sendo felizes no dia a dia que seremos capazes de encontrar bons resultados.

Shawn Achor retoma uma crença que a ciência quebrou: por muito tempo, imperou a ideia de que a Terra era o centro do universo e de que o Sol girava em torno dela.

Contudo, com o passar do tempo, provou-se o contrário: é a Terra quem orbita o Sol. Assim também ocorre com o sucesso e a felicidade.

CONCLUSÃO

Muita gente pensa que só seremos felizes depois que alcançarmos o sucesso. O autor (Shawn), porém, defende o oposto: é sendo felizes no dia a dia que o sucesso vem como consequência. Portanto, quem sou eu para discordar dessa comprovada sapiência do festejado escritor?

Dessa forma, reforço a ideia de que a felicidade não deve estar em um estado futuro, como uma linha de chegada. Ela deve estar presente durante todo o caminho.

Isso nos leva ao aprendizado de que a felicidade jamais deve ser entendida como a total ausência de problemas, o que seria uma avaliação pessoal torta e/ou ignomínia (uma grande desonra infligida por um julgamento público).

Trata-se, na verdade, a felicidade de um estado subjetivo de bem-estar, mesmo compreendendo que a vida é uma sucessão de altos e baixos, erros e acertos, passeios por jardins floridos, mas abandonados com seus enfeites que se tornaram murchos, antes viçosos, iluminados, nos caminhos com encantos e desencantos provocados por nossas erradas escolhas.

Desejo que o tio Alfredo, pessoa por quem nutro profundo respeito e consideração, consiga superar sua inesperada tristeza e medonha frustração conquistando sua justa e merecida felicidade.