Rasura Identitária / Identity erasure

A 26 de Abril de 2023, a UNESCO verificou um total de 253 sítios danificados pela guerra.

Suspeita-se de esta ser uma tentativa de apagar o espaço físico, o espírito, e a herança cultural da Ucrânia. Esta agenda torna-se evidente com as alegadas tentativas de apagar registos bibliográficos ucranianos, com ataques às bibliotecas, entre outros monumentos. A Book Chamber of Ukraine, uma magazine cultural online, providencia dados que suportam estas suspeitas - o número de livros publicados na Ucrânia teve um decréscimo de 8532 cópias. A reportagem pela PEN América sobre este caso conclui que os ataques, alegadamente intencionais, a instituições culturais, fazem parte duma campanha de deslegitimação da cultura ucraniana. Esta é uma tentativa de censura da história da Ucrânia, e também de rasura cultural e linguística. Inclusivamente tentativas de alterar os registos da história da Ucrânia, pelo mesmo perpetrador, foram já observados antes ainda do início da guerra.

Uma maneira de combater esta questão é unir esforços para melhor recordar e honrar a Ucrânia. As instituições e povo ucranianos adotaram já medidas neste sentido - desde arame farpado rodeando o perímetro de museus, a empilhamento de sacos de areia de modo a amortecer possíveis ataques a estátuas. Estão também a ser desenvolvidas medidas de monitorização geoespacial em tempo real, e de registo online, de sítios relevantes tais como igrejas, museus, monumentos, arquivos, locais arqueológicos, cemitérios, entre outros.

Também a UNESCO tem um papel fulcral na proteção deste país, e o seu acordo “Declaração sobre a proteção do Património Cultural da Ucrânia”, que surgiu na Convenção de Haia para a Proteção de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado de 1954, serve de base para a tomada de decisões neste sentido, pondo em prática medidas tais como o apoio no transporte de propriedade cultural para outros países, e o apelo às organizações de património cultural estado membro da UNESCO para que estas apoiem, protejam e salvaguardem os pedidos com base nas necessidades identificadas por parte de instituições ucranianas.

“O primeiro objetivo (…) era apagar a Ucrânia do mapa, apagar sua identidade, absorvê-la (…). Isso fracassou e nunca terá sucesso.” - Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken

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As of April 26, 2023, UNESCO has verified a total of 253 war-damaged sites.

There are suspicions of there being attempts such as these, to erase Ukraine's physical space, spirit, and cultural heritage. This agenda becomes clear when we realize and compile the efforts to erase Ukrainian bibliographic records, with attacks on libraries, among other monuments. The Book Chamber of Ukraine, an online cultural magazine, provides data to support these suspicions - the number of books published in Ukraine has dropped by 8532 copies. The report by PEN America on this case concludes that the, allegedly, intentional attacks on cultural institutions are part of a campaign to delegitimize Ukraine as a culture. This is an attempt to censor the history of Ukraine, and it’s also cultural and linguistic erasure. Even attempts to alter the records of Ukraine's history by the same perpetrator were observed even before the start of the war.

One way to fight and push back against this issue is to join efforts to better remember and honor Ukraine. Ukrainian institutions and people have already adopted measures in this regard - from barbed wire surrounding the perimeter of museums, to stacking sandbags around statues, in order to cushion possible attacks. Real-time geospatial monitoring and online recording measures are also being developed for relevant sites such as churches, museums, monuments, archives, archaeological sites, cemeteries, among others.

UNESCO also plays a key role in the protection of this country, and its agreement “Declaration on the Protection of the Cultural Heritage of Ukraine”, which emerged in the Hague Convention for the Protection of Cultural Property in the Event of Armed Conflict of 1954, serves as a basis for decision-making in this regard, putting in place measures such as supporting the transportation of cultural property to other countries, and calling upon UNESCO member state cultural heritage organizations to support, protect and safeguard any requests based on needs identified by Ukrainian institutions.

“The first objective (…) was to erase Ukraine from the map, to end its identity, absorb it (…). This has failed and it will never succeed.” - US Secretary of State Antony Blinken