As tropas estelares e o banheiro transgênero

 

AS TROPAS ESTELARES E O BANHEIRO TRANSGÊNERO

Miguel Carqueija

 

O filme norte-americano “Tropas estelares”, de ficção científica como o nome indica, foi produzido em 1997 e baseado no romance homônimo de Robert Heinlein (1907-1988), publicado originalmente em 1959. Um romance de tendência fascista/militarista, onde soldados terrestres de um futuro distante, sob rigoroso treinamento, enfrentam aracnídeos alienígenas inteligentes que estão em guerra de vida ou morte contra a espécie humana.

O romance, editado em Portugal, na célebre Coleção Argonauta, com o título “Soldado no espaço” (muitos anos depois saiu no Brasil, como “Tropas estelares” mesmo), é volumoso e maçante. Isso embora Heinlein tenha sido um dos gênios da ficção científica, mas sua obra é bastante polêmica, variando de uma direita extremada e militarista, adepta de métodos violentos e cruéis, até um esquerdismo sexual bem pronunciado: o romance “Não temerei o mal”, cheio de bizarrice, eu simplesmente não consegui ler até o fim. O aparente paradoxo se resolve, segundo Roberto Nascimento, da seguinte maneira: Robert Heinlein era um anarquista de direita.

Bem, esse filme eu assisti pela televisão, é muito ruim e causou-me espécie a cena do banheiro/vestiário, com soldados e soldadas, inteiramente nus. Comentei esse detalhe com uma amiga que também havia assistido. Ela discordou de mim mais ou menos nesses termos: “Mas Miguel, todo mundo estava na maior naturalidade!”

Pode até ser. Mas afinal aquilo era filme. Na vida real a coisa é diferente e nós não somos anjos. Existe razão para que sejam separados os banheiros das mulheres dos banheiros dos homens. Aliás esse detalhe é invenção de Hollywood. No livro de Heinlein não existe, aliás até onde me lembro nem aparecem soldadas, a história é masculina mesmo.

Naquele final de milênio não se falava ainda em ideologia de gênero todavia ela estava lá, já pondo as manguinhas de fora. Lá estava aquilo que veio a se chamar o banheiro transgênero. De lá para cá ele pulou das telas para a vida real, e foi surgindo aqui e ali, como quem não quer nada.

Essa tramoia da esquerda radical faz parte dos ataques aos valores cristãos e de família que constituem o arcabouço da nossa civilização. O banheiro transgênero é uma aberração machista, pois expõe mulheres e meninas a estupros e assédios sexuais. Aliás, embora a mídia não goste de falar no assunto, já tem havido notícias de ataques sexuais em decorrência disso. Uma vez que, pela ideologia de gênero, anti-científica por natureza, o sexo é invenção de cada pessoa, basta um sujeito se achar mulher para se julgar com direito de entrar no banheiro feminino. Mas nem por isso há garantia de que as mulheres não serão molestadas.

É por coisas desse tipo que eu costumo dizer (e não estou brincando) que o mundo se encontra na Idade das Trevas.

 

Rio de Janeiro, 3 de junho de 2023.