ESQUECIMENTO E SAÚDE MENTAL

Prólogo

Por que eventualmente esquecemos de algo importante e ficamos sem jeito, assim meio preocupados, com nossa saúde mental? Aconteceu comigo! – (Nota deste Autor).

ACONTECEU COMIGO

Eu passava no calçadão da Cardoso Vieira, sito em Campina Grande, PB, quando um senhor obeso e com aparência de ser (estar) mais velho do que eu, disse gritando, levantando os braços: “Sargento Wilson... Meu líder, minha lenda viva. Como vai meu amigo?”.

Eu não sabia quem era o eufórico e cortês cidadão! Mas o tratamento “Sargento” era uma pista deveras importante. Estava óbvio que se tratava de um ex-militar, talvez um reservista.

Tratava-se, de fato, de um ex-soldado que serviu comigo no 15° RI (hoje 15° BI Mtz), sediado em Cruz das Armas, João Pessoa, PB, no ano de 1972!

Ora, depois de mais de meio século passado como eu poderia me lembrar? O dito cidadão lembrou-se de mim apesar das minhas características físicas também alteradas (calvície acentuada, cabelos prateados e seis quilos de sobrepeso além dos 65 kg normais).

O reservista de excelente memória estava prestes a se aposentar como agente da briosa Polícia Federal (PF). Outrora (1972) ele estava com dezenove anos de idade, mas agora era um idoso e muito obeso.

Fizemos um lanche juntos e conversamos trivialidades contemporâneas e nos despedimos sem a promessa de um breve ou demorado outro encontro.

MAIS UM GRATIFICANTE E INESQUECÍVEL REENCONTRO

Ontem – 03/05/2023 – não foi diferente e aconteceu um reencontro inusitado. No colégio Panorama, situado no bairro do Cruzeiro, muito próximo de minha residência, reencontrei um ex-professor de meu curso na Escola Superior da Magistratura – ESMA.

O magistrado Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, gente de melhor estirpe, hoje desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, desde abril de 2009, estava no supracitado colégio, com seus familiares, prestigiando uma competição de judô para crianças, e eu idem com minha filha e neto.

Do Dr. Romero não me esqueci e tampouco ele se esqueceu de mim! Reencontramos-nos e a conversa foi sobre caserna e assuntos jurídicos. Pudera, ele também foi Sargento do Exército por mais de onze longos anos.

Por uso do livre-arbítrio Romero solicitou licenciamento quando já era um Sargento experiente e tarimbado. Resiliente, determinado e recalcitrante o ex-Sargento Romero, hoje desembargador do TJPB, progrediu e chegou aonde queria e merecia chegar.

Eu segui em frente galgando graduações e postos, no Exército, por mérito e dedicação extrema à Força Terrestre.

A base da empatia entre mim e Romero está firmada no binômio militar/jurídico. Emocionados, abraçamos-nos ao ponto de vertermos lágrimas teimosas quando juntos repetimos o juramento que nós militares fazemos ao incorporarmos para o serviço militar inicial e nas promoções seguintes (graduados e oficiais).

JURAMENTO DO SOLDADO

"Incorporando-me ao Exército Brasileiro, prometo cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado, respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os irmãos de armas, e com bondade os subordinados, e dedicar-me inteiramente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade, e instituições, defenderei com o sacrifício da própria vida.". - (sic).

AS CAUSAS DO ESQUECIMENTO

As causas do esquecimento podem ser: Estresse, ansiedade, noites maldormidas (tresnoitadas), falta de atenção, hábitos de vida ruins ou ainda doenças como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mal de Alzheimer, depressão, entre outras.

As causas para o esquecimento constante são variadas, por isso é importante verificar a ocorrência de outros sinais e sintomas que podem indicar problemas mais graves por trás da perda de memória.

Quanto a confusão mental não nos devemos preocupar... A não ser que não nos lembremos hoje do que comemos no almoço de ontem. Não é esse o meu caso!

Isso ocorre, naturalmente, com o avançar do crudelíssimo tempo, corre-corres diários, preocupações com os compromissos assumidos e outras indesejadas contrariedades. Tudo contribui para nos fazer esquecer sem nos tornar desidiosos contumazes ou irresponsáveis culpados.

CONCLUSÃO

Não é bom esquecer das pessoas. É ótimo não ser esquecido e/ou é excelente ser lembrado. Particularmente, grosso modo, eu considero o esquecimento como um mecanismo de defesa da mente.

Atividades físicas, alimentação adequada, exercícios mentais (jogos de memória), sono reparador... Podem ajudar ou minimizar as causas do esquecimento. Entendo que o esquecimento não exagerado tem tudo a ver com a idade, mas há exceção.

As falhas de memória podem ter muitas causas. Se os constantes esquecimentos interferem na sua rotina, segurança ou independência, e pioram progressivamente, de forma muito acentuada... é importante procurar um médico neurologista para que a origem dos esquecimentos receba o tratamento adequado.

Enfim, trocamos ou deveríamos trocar, todos nós seres humanos, com o avançar do tempo, a sagacidade e a impetuosidade da juventude pela responsável quietude e boas lembranças na maturidade. Repito para não cair no esquecimento: É excelente ser necessário, querido, útil e lembrado.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.