Breve reflexão sobre a estupidez contemporânea
Já certa feita afirmara uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos, o físico Albert Einstein: "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta." Vivemos em uma época marcada por uma perturbadora disseminação da estupidez. Em meio a avanços tecnológicos sem precedentes e uma suposta era de informação acessível, a sociedade contemporânea parece cada vez mais imersa na superficialidade, na ignorância e na falta de discernimento. É uma época em que a estupidez reina, desafiando nossa capacidade de evoluir como civilização.
A estupidez, nesse contexto, não se refere meramente à falta de conhecimento, mas a uma escolha deliberada de se manter ignorante, de se desviar do pensamento crítico e de se afastar da busca por conhecimento verdadeiro. A estupidez contemporânea é alimentada pela preguiça mental, pelo culto à imagem e pela preferência por respostas fáceis e superficiais em detrimento de uma compreensão profunda e complexa do mundo que nos cerca.
Um dos pilares da estupidez contemporânea é a era das redes sociais e da desinformação. Plataformas como Facebook, Twitter e Instagram se tornaram terreno fértil para a disseminação de informações falsas, conhecidas como "fake news". Nesse ambiente, a verdade se torna maleável e subjetiva, enquanto as teorias da conspiração e os discursos simplistas ganham força e influência. O resultado é uma sociedade fragmentada, onde cada grupo acredita em sua própria versão dos fatos, sem espaço para um debate fundamentado e saudável.
Outro fator que contribui para essa época da estupidez é a falta de pensamento crítico. Vivemos em uma era de imediatismo, em que o conhecimento é reduzido a pequenos trechos e resumos superficiais. As pessoas se contentam com manchetes de notícias, sem se aprofundar nos fatos e contextos. A reflexão é substituída pela impulsividade, e o questionamento é desencorajado em prol da aceitação acrítica de ideias prontas e discursos populistas.
Além disso, a cultura contemporânea parece celebrar a mediocridade e a superficialidade. O entretenimento se tornou uma máquina de produzir conteúdo vazio, no qual a fama instantânea é buscada a todo custo, independentemente do mérito real. A exposição midiática passou a ser mais valorizada do que a excelência e o talento verdadeiro. Essa valorização da mediocridade é um sintoma alarmante da época da estupidez, pois desencoraja a busca pela excelência e pelo conhecimento aprofundado.
Enfrentar e superar a época contemporânea da estupidez é um desafio que exige esforços coletivos. A educação desempenha um papel fundamental nesse processo. Precisamos investir em sistemas educacionais que incentivem o pensamento crítico, a análise rigorosa e a busca por conhecimento verdadeiro. A promoção de habilidades como a capacidade de avaliar fontes de informação e de distinguir entre fatos e opiniões é essencial para combater a disseminação da estupidez.
Além disso, é necessário cultivar o diálogo respeitoso e o debate fundamentado. Devemos estar dispostos a ouvir opiniões divergentes, a questionar nossas próprias crenças e a buscar a compreensão mútua. A construção de uma sociedade mais inteligente e consciente requer o esforço conjunto de cada indivíduo, rejeitando a estupidez como uma escolha e abraçando o conhecimento como um caminho para a evolução.
Em suma, a época contemporânea da estupidez é um desafio que precisamos enfrentar com urgência. Devemos rejeitar a superficialidade, a ignorância, o fanatismo ideológico e a falta de discernimento que permeiam nossa sociedade. Somente através do investimento em educação, dedicação à leitura, construção e desenvolvimento do pensamento crítico e diálogo construtivo, poderemos, quem sabe, “diminuir um pouco mais” com essa época em que a estupidez parece ser a mãe e o alimento diário da civilização (des)humana e tentar trilhar o caminho em direção a uma sociedade mais inteligente, tolerante, dialógica e consciente.