Porque só Direita ou Esquerda?
O reducionismo que parte da intelectualidade, (vulgos cientistas políticos) fazem a respeito das possibilidades da sociedade política, qual seja “direita ou esquerda”, com seus respectivos matizes, mais ou menos suaves ou agressivos, é de uma pobreza que beira a imoralidade e a imbecilidade.
Porque temos que nos admitir como de direita ou esquerda, e ter que levar de lambuja toda a sacola com seus itens, alguns bons, outros nem tanto, e alguns até apodrecidos?
As pautas que servem a “toda” a sociedade, se devidamente expurgada do seu maniqueísmo doentio, são simples e básicas: saúde, educação, trabalho, segurança, dignidade, respeito, paz, etc.
O resto fica por conta da consciência de cada um, se nos livramos este vicio doentio de policiar, monitorar, manipular, controlar a vida dos outros.
Vicio que a lacração nossa de cada dia, transformou em uma praga ou epidemia, que se alastra pelas redes sociais como a pior doença deste nosso combalido, sombrio e estranho tempo.
Não dá para convivermos em paz, em uma sociedade dividida, polarizada, em que cada qual de suas metades só pensa em calar, esmagar ou ainda pior eliminar todo o outro lado, que pensa diferente.
Os egos ficaram gigantescos nas redes. As pessoas se ofendem atoa. As mais banais falas, frase ou piadas se transformam em agressões pessoais imperdoáveis, que devem ter pronta resposta.
Usa-se para isto as frases prontas de personagens, alguns já falecidos, ou as caras, bocas e memes, que as redes, sempre tão solicitas se encarregam de fornecer, para fomentar os debates, os joinhas, os cliques, que são suas ferramentas para a adesão e controle da audiência.
O incrível é que tudo foi relativizado neste universo paralelo das redes sociais. Qualquer ideia ou pensamento, por mais absurdo que pareça vai achar o seu especialista ou cientista político para torná-la algo aceitável ou normal.
E este gênio do pensamento vai logo encontrar uma tribo que dê guarida a suas ideias, capaz de aceitar, engolir e digerir aquele lixo, que foi devidamente tratado com tempero da desonestidade moral e intelectual.
Algumas questões sempre nos rondam nestas horas: Como frequentar as redes sociais com este ambiente doentio, sem cair de vez na sua insanidade? Como permanecer lúcido e sadío mentalmente, respeitando cada ser humano atrás das opiniões, das carinhas e dos memes, por mais lacradores que sejam?
A resposta não virá de nenhum cientista político lacrador, e de nenhum filósofo da internet, mas da boa e velha consciência de cada um de nós. Só para refletir.