O psicopata e sua interface com o poder

Quando se fala em psicopatas normalmente se associa a criminosos terríveis cujas vítimas são mortas de maneira brutal e sem explicação aparente. São geralmente associados a crimes sexuais e contra criança e adolescente. São imagens romantizadas trazidas pelo cinema, pois na realidade, as ações dos indivíduos com condutopatias são mais recorrentes nas atividades de vida social do que imaginamos.

Segundo o professor, escritor e psiquiatra forense Guido Palomba, a psicopatia e seus termos comuns (psicopata, sociopata, e mais como ele mesmo gosta de denominar - condutopata) são pessoas cuja conduta está alheia a valores éticos e morais. Os psicopatas nascem, crescem, desenvolvem-se e morrem assim, sendo incurável e orgânica. Os condutopatas são limítrofes entre o doente mental e a pessoa de conduta normal. Essa área de fronteira, segundo Palomba, é porque, diferente do doente mental, que age com fugir da realidade, o condutopata age com consciência para chegar a seus objetivos.

Outras características dos psicopatas são a ausência de arrependimento, sentir-se superior, normatizador de tudo, criar máscaras sociais, manipuladores, sem piedade, compaixão e altruísmo. São indivíduos híbridos - como os morcegos que têm asas, voam e não são pássaros; têm pelos e não são poríferos -, e são capazes de enganar a muitos.

Nas cadeias sociais, eles são ávidos pelo poder e usam estratégias para pavimentar sua chegada lá. A cadeia de comando é fascinante para eles, são terrivelmente nocivos e aonde chegam causam grandes estragos sociais. Como estratégia de poder, Hitler fundou o nazismo; Mussolini, o fascismo etc. O exemplo da Segunda Guerra, na qual Hitler chegou ao poder e matou mais 58 milhões de pessoas no mundo, é clássico para ilustrar a ação de uma mente psicopata. Eles sempre buscam estratégias para chegar ao poder, e quando chegam, o ônus quem paga é o subordinado, uma vez que, no exercício extremo de sua personificação, querem a perpetuação no poder.

Aqui fazemos um parêntese para dizer que, quando em ação, tanto o sociopata como o Poder tem via de mão dupla, isto é, cada um ganha um pouco na ação. É bem verdade que o Poder, quando lhe convém, adora o psicopata. Vejamos o que fez Hitler!!! Eles são bem-vindos quando há grandes convulsões sociais, políticas e, principalmente, econômica. A fonte principal do Poder é mandar a outrem a execução da ordem, ação, muitas vezes ordens duras e sem compaixão. É justamente aqui que ele pode contar com a figura do psicopata, justamente aquele que vai agir a rigor, sem medo de ser feliz e sem se preocupar com valores éticos e morais. Nesse jogo de peso e contrapeso, ora a Estado/Corporação ganha com ações duras sobre seus dominados, ora o psicopata ganho fazendo seus desejos mais intimistas. É possível que nas escolhas de chefias e lideranças de instituições/empresas, determinadas características sejam levadas em conta para escolher lideranças.

Ao final desta pequena exposição, será possível identificar facilmente um psicopata ou condutopata … A resposta, segundo a psiquiatria, é não! Para identificar essas figuras humanas tóxicas é preciso estudar seu histórico de vida e suas ações. A população mundial tem a média de 2% de psicopata, portanto, cuidado, você pode estar ao lado de um psicopata!!!

Por Manoel Serafim

Filósofo e escritor

Por Manoel Serafim

Filósofo e cientista político

ManoelSerafimSilva
Enviado por ManoelSerafimSilva em 01/03/2023
Reeditado em 21/03/2023
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