UMA IMPRENSA CONIVENTE COM O QUADRO ATUAL DE VIOLÊNCIA

Que a violência está insuportável no nosso país não é nenhuma novidade para ninguém. Contudo, temos uma polícia que infelizmente colabora para esse caos em que vivemos. Também não é novidade que a nossa polícia militar no afã de querer pegar bandidos envolvidos com o tráfico de drogas quando entra numa comunidade vai disparando tiros a ermos sem distinção entre bandidos e pessoas do bem, trabalhadores.

A mais recente falta de critério da polícia militar foi aqui no bairro de Valéria, um bairro periférico de Salvador. Os policiais se envolveram na captura dos bandidos acertaram em trabalhador, um barbeiro, querido pela comunidade. Uma pequena parte da comunidade sensibilizada com sua morte interditaram a BR 324, uma das BRs mais importantes do país. Como não poderia deixar de ser travou uma grande parte da rodovia chegando a uma parte da saída da rodoviária da capital.

Assistindo pela TV o apresentador pedia através do repórter que cobria o evento que falasse com os líderes da manifestação que liberasse a rodovia, pois estava empatando a vida das pessoas. Há de se ressaltar que os líderes da manifestação abriam espaço para ambulância e carros que comprovadamente tivessem pessoas precisando de cuidados médicos.

Voltando ao apresentador, percebe-se que assim como ele e todos meios de comunicação se voltam contra os periféricos, estudantes, professores quando a questão é colocar o Estado como o principal responsável pelo descalabro em que se encontra a sociedade.

A mídia alimentada com as verbas do Estado é a grande defensora do mesmo. Ela dá todo apoio aos pobres, aos seus problemas enquanto se lamuriam, se lamentam, se humilham em plena câmera com seus holofotes. A imprensa ama esse tipo de espetáculo. Mas quando esses mesmos pobres, miseráveis, necessitados, carentes não só de bens materiais, como também de atenção do Poder público, se juntam, se unem em prol dos seus direitos, essa mesma mídia fica em polvorosa.

O apresentador da TV sugeriu para que o repórter falasse com um dos líderes da manifestação que eles fossem até a corregedoria da polícia militar para apresentar a queixa. Sim, logo a corregedoria que tem mais de mil inquéritos arquivados contra policiais envolvidos em mortes de inocentes.

Mesmo a violência explodindo, deixando a vida dos cidadãos de bem vulneráveis a todo instante a mídia não se comove no que tange em apoiar movimentos que desejam radicalizar para abalar as estruturas que sustentam esse caos em que vivemos.