A Formação do preconceito
A formação do preconceito
Jailton José da Silva
“O ser humano é socialmente construído através de interações e produto de discursos cultural e historicamente contingentes.” BURR (1998).
O objetivo maior desse artigo é colaborar com a discussão sobre alguns tipos de relutâncias que ocorrem no interior da sociedade humana e que, por conta de choques ideológicos perpetuam-se, discussão e preconceito, aquela de forma inócua, e esse, de forma inovadora servindo de plataforma de eleições e criador de títulos acadêmicos, provocador da criação de substantivos que o nominam, mas que ajudam em sua identificação, como peneira coando água.
O motivo que nos levou a discorrer sobre esse tópico foi por entendermos que, embora seja o exemplo, o maior agente de transformação, a palavra também tem peso, e é essa, o dom maior da existência humana, elemento mais importante na comunicação, mas também, forma enganosa, usada para deixar transparecer que algo está sendo feito, confundindo a sociedade e esquecendo que as palavras apenas movem, enquanto só o exemplo arrasta. Somos reprodutores de frases bonitas e produtores de novas formas de exclusão.
Anterior ao conhecimento, a preconcepção está presente entre os diversos grupos sociais, transformando diferenças em desigualdades, dando forma aos muitos monstros que ocupam o interior humano, independentemente se pobre, rico, analfabeto, letrado. Seja qual for o grupo étnico, todos podem estar acomodando pensamentos discriminadores e excludentes.
“O preconceito não passa de um conceito que criamos antes de saber o que aquilo realmente é, onde por esse falso conceito, muitas vezes maltratamos o próximo e nem pensamos nas consequências daquele ato”. https://jornaldigital2006.wordpress.com/tipos-de-preconceitos/
Não temos a pretensão de detalhar como se dá, ou, alcançar a exposição de todas as formas de preconceitos, entretanto, citar alguns, apontando com a ajuda de estudiosos como essa situação já é debatida no meio acadêmico, assim como se dá a dialética sobre preconcepção, além de buscarmos entender qual sua origem.
Buscaremos o que pensa autores como o escritor Bagno - autor do livro Preconceito linguístico, professor Paulo Freire, o Professor Cortella e o Professor Santos - doutor em Sociologia, dentre outros.
A polissemia que cerca o substantivo alvo dessa discussão e as tentativas de explicá-lo, por vezes, não dão conta de expressar tamanha a abrangência do léxico, mas provocam, nessa incapacidade de produção, a abertura de campos semelhantes àqueles termos que reivindicam a paz causando guerra.
O preconceito evita a exposição de agentes promotores de desconforto entre as categorias e não somente entre humanos, visto que, se usarmos um simples exemplo como a questão dos animais de raça limpa e os denominados vira-latas, hoje tratados como SRD (sem raça definida), o nome da raça se sobressai à beleza e a resistência daqueles formados pela mistura, tal qual o brasileiro em sua maioria. É a diferença causando a desigualdade.
Conforme SANTOS, Doutor em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973) e Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra: “Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.” Boaventura de Souza Santos
O preconceito que presenciamos é resultado da inculcação semelhante, e por vezes, remanescente do sentimento que moveu a tentativa de branqueamento e a desqualificação dos chamados pardos, nas primeiras décadas do século XX, e final do século XIX. Nessa época, predominava os pensamentos voltados ao eurocentrismo, mas nos distanciaremos do objetivo se nos colocarmos na abordagem da questão racial, além disso, não faríamos jus à luta e sofrimento de todas as raças, como a dos indígenas brasileiros e a dos negros, certamente, ressaltaríamos a uma, em detrimento de outra. Até porque é uma ideologia mais antiga que as datas citadas e que é confundida com sentimento na atualidade.
Uma prática pode virar costume quando repetida exaustivamente e cairá no automático, de tal maneira a nos esquecermos que fomos ensinados, então a naturalizamos, assim como a ideia criada em algum momento da existência humana, que há indivíduos, maiores, melhores que outros.
Então nesse universo de lutas, criado para a identificação de melhores e maiores humanos, naturalizamos a forma de ver sem enxergar, cegos que estamos pelas ideias já implantadas, ficamos experts em pré julgamento. Passamos a identificar diferenças, criando grupos de pessoas inferiores, já que, quem prejulga nunca se identifica com o julgado, no alto da sua superioridade apenas o analisa.
O prejulgamento e a forma como vem sendo discutido, causam sem sombra de dúvidas, um distanciamento entre o real e o ideal, pois esses, recheados de ideologias, são capazes de cegar e ensurdecer os seus defensores, e quando tratamos de promoção de igualdades, assistimos à eternização de discussões sobre demandas, as quais só se resolvem quando nos propomos a discuti-las despidos de nossas pseudo verdades, e assim aguçarmos o olhar em direção ao outro.
Uma questão interessante é o preconceito linguístico em um país como o Brasil, território povoado por diversas etnias, sejam elas referentes às nações nativas ou em relação às muitas nações que colaboraram com a dita “civilização” territorial.
Aceitamos que somos frutos do meio, influenciados, inculcados, mas ainda nos espantamos e excluímos quando ouvimos um oxente, uai, bichim e outros que nem sabemos como escrever. Mas, mais ainda quando se ouve, além do carrego no sotaque, um mê (relacionado ao eme), rê (relacionado ao erre) e outros. Isso pode despertar em muitos a sensação de superioridade e aí, adeus entendimento.
Conforme o escritor, professor, linguista e filósofo, autor do livro Preconceito linguístico (O que é, como se faz), Marcos Bagno, preconceito linguístico é: “todo juízo de valor negativo (de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito) às variedades linguísticas de menor prestígio social.”
Então a polissemia passa a ser vítima da polifonia, a cultura perseguida pela aculturação, e instala-se um verdadeiro círculo vicioso.
Essa questão, na forma abordada por esse artigo, se ampliará no mundo socioeconômico, o qual, já trata as expressões carregadas de regionalismos como a culturais, marginalizando seus portadores, prática tanto daqueles que deduzem conhecer um livro pela capa, como dos senhores das letras que discriminam seus companheiros de profissão, até mesmo pela fama da faculdade onde foi formado.
Daí, zaz!! damos à luz ao preconceito entre aqueles que deveriam combatê-lo, como os professores. Eis aí o grande risco, pessoas com poder de comunicação lançam palavras, as palavras formam ideias e ideologias, às quais, para serem contraditas, só terão êxito se acrescidas de exemplos reais, pois palavras eternizam embates.
Citando profissionais da educação, mas com a consciência de que não é a principal categoria na prática da exclusão, podemos ainda encontrar docentes que, em seus discursos, expõem o valor da produção de conhecimento, contrapondo-o com a educação bancária, denunciada pelo professor Paulo Freire, mas em suas práxis, se colocam como a fonte do saber e demonstram total desconhecimento do valor que tem o encontro de culturas, ignorando a única verdade existente, aquela que prova que todos sabemos um pouco e que ninguém sabe tudo, como diz o contemporâneo professor CORTELLA, “[...] A humildade pedagógica é, portanto, a qualidade essencial de alguém que se disponha a educar, porque só quem é permeável a ser educado pode também educar”. Mario Sergio Cortella - Educação, Escola e Docência - novos tempos, novas atitudes, 2014- (pág.40).
A presunção do conhecimento de algo ou alguém, já era debatida na antiguidade pelo filósofo Sócrates, na frase a ele atribuída historicamente: “Só sei que nada sei”, atual e totalmente cabível em nosso tempo, pois o conhecimento em épocas não tão distantes, havia em seu fazer a obrigação de ser antecedida pela prática.
Em toda história mundial é fácil encontrar pensadores citando a importância do conhecimento pela experiência, pela troca e ressaltando os efeitos benéficos da humildade no mundo da educação, entretanto, podemos observar a crescente onda valorativa de conhecimento medido pelo sucesso de postagens nas redes sociais, pelo nome da faculdade onde estudou, ou pela quantidade de livros já publicados, ainda que tais ideias desagreguem a comunidade humana, e, ou seja, o oposto à sua prática. Notamos a “informação” depondo contra o conhecimento.
Esse promotor de exclusão avança por campos extensos e fundamentais na vida humana, dando o poder a seus adeptos de criar opiniões sobre assuntos e pessoas, apenas por um olhar, uma fala, por saber qual classe social e ou profissão, ao tempo que desenvolve meios de exclusão entre indivíduos, entre aqueles e serviços, aumentando a distância entre o eu e a autonomia.
Sabe-se não haver ser autentico, por sermos forjados na polifonia cultural, étnica, mas assim como o dito popular que diz, “quem conta um conto aumenta um ponto”, também cada indivíduo voluntariamente de forma consciente e inconsciente, imprime sua marca na elaboração epistemológica humana.
É comum encontrarmos discursos que acedem às ideias do Professor Paulo Freire, o qual no livro Pedagogia da Autonomia (edição 55, 2017) propõe que não há ser acabado, mas em sua evolução educacional o aprendiz ensina ao aprender, e ao ensinar também se aprende. Isso forma um círculo, e ao permitir o pensamento de detentores de conhecimento, quebra-se essa corrente, promovendo a criação de Deuses temporários, insustentáveis e ideias ultrapassadas.
Na atualidade surgiram muitas formas de nominar esse mau e sempre estão ligados à condição racial, ao gênero, condição econômica, origem, expressão religiosa e deles surgem as nomenclaturas. Conforme o site jornaldigital2006 no texto Preconceito /Discriminação:
Racial, ou Racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras.
Preconceito social é um juízo desfavorável em relação a vários objetos sociais, que podem ser pessoas, culturas.
Etnocentrismo é uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre seria baseada nos valores adotados pelo seu grupo, como referência, como padrão de valor.
Sexismo - Existem duas assunções diferentes sobre as quais se assenta o sexismo: Um sexo é superior ao outro
Machismo ou chauvinismo masculino é a crença de que os homens são superiores às mulheres.
Feminismo é uma expressão que hipoteticamente significaria um conjunto de ideias que considera a mulher superior ao homem, e que, portanto, deveria dominá-lo. Como um machismo às avessas.
Preconceito linguístico é uma forma de preconceito a determinadas variedades linguísticas.
Transfobia é a aversão a pessoas trans (transexuais, transgêneros, travestis) ou discriminação a estes.
Homofobia é um termo criado para expressar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais ou homossexualidade.
Heterossexismo é um termo que designa um pensamento segundo o qual todas as pessoas são heterossexuais até prova em contrário.
Xenofobia é o medo natural (fobia, aversão) que o ser humano normalmente tem ao que é diferente (para este indivíduo).
Chauvinismo resulta de uma argumentação falsa ou paralógica, uma falácia de tipo etnocêntrico
Esteriótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação.
https://jornaldigital2006.wordpress.com/tipos-de-preconceitos/
A discriminação também é apresentada na bíblia, quando cita a busca de Jesus Cristo por formar o conjunto de discípulos no livro de Matheus 9:9-13 “11 Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: — Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?” Se apurarmos um pouco nosso olhar veremos a exclusão por profissão e a criação de premissas que estigmatizam. E esse pensar confrontado nessa época para valorizar o ensinamento de Cristo, chega à contemporaneidade para causar sofrimento em outras categorias e raças, como a dos negros e dos indígenas brasileiros, mas não só a eles, pois muitas vezes encontramos estigmatizados, estigmatizando.
Subentende-se que não há nascidos preconceituosos, pois a sociedade é anterior ao indivíduo, como diz o sociólogo Émile Durkheim, quando cita o fato social, entretanto, essa mesma ´sociedade é também moldada e influenciada conforme a ação social citada por Max Weber.
Conforme Durkheim (1895), apud Bacharel e professora em história Juliana Bezerra: “[...] o fato social é o conjunto de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade. Assim, o fato social obriga o ser humano a se adaptar às regras sociais.” Enquanto que o pensar da ação social de Weber (1922), ainda apud Bezerra “[...]só existe quando os indivíduos estabelecem relações comunicativas com outros da sociedade, ou seja, ela ocorre através das relações sociais.” https://www.todamateria.com.br/
Baseados nesses autores podemos então depreender que somos ensinados a ser o que somos, até preconceituosos... E para entendermos melhor essa questão, outros pensadores podem ser consultados como especificamente John Locke, o qual detalhando sobre sua Tese da Tabula Rasa (1690), expõe que o humano nasce isento de conhecimentos e tudo mais é adquirido pelas experiências com a sociedade. Endossando a proposta, mas com um cunho mais ideológico Jean Jacques Rousseau (século XVIII) afirma que o homem nasce bom, a sociedade é quem o corrompe.
Durkeim, Weber, Locke e Rousseau, cada um em seu tempo, mas todos voltados para afirmar que aprendemos uns com os outros, não nascemos assim ou assado, apenas nascemos.
Diante de toda essa discussão, podemos inferir que ser preconceituoso, ou não, é opcional, mas nem tanto, se levarmos em consideração a imposição social da qual somos vítimas.
A Bíblia no livro de Lucas, capitulo 9, em um breve comentário de Jesus sobre o que o povo em geral falava sobre ele e ouvindo as respostas, diz aos discípulos: e vocês o que dizem? Aquelas pessoas também eram naquela época fruto do meio, influenciados e influenciadores, conforme os autores expõem, mas o que o mestre deles espera quando pergunta, e vocês o que dizem? Esperava uma resposta do senso comum, ou uma conclusão individual?
No século XVII, o matemático e filosofo René Descartes, buscando explicar a sua existência, cria a frase, “Cogito ergo sum” (penso logo existo), a qual, ainda é muito usada no mundo acadêmico. Essa máxima ressalta a importância do conhecimento de si mesmo.
Entendemos a partir das conclusões desses autores a importância da reflexão sobre quem somos em nosso micro e macro mundo, e quiçá, a partir desse ato contemplativo de nossas ações e palavras, identificarmos o quanto atingimos os nossos pares com nossas taxas e influencias particulares.
Então, quem sou eu, você, nós, nessa balburdia, preconceituosos ou não?
O preconceito não tem classe, somos todos preconceituosos, visto que estamos cheios de ideias alheias, mesmo assim, ainda nos propomos falar sobre autonomia, tal qual outra citação bíblica que diz: a boca fala do que o coração está cheio. Estamos exageradamente preenchidos de ensinamentos que buscam nortear a vivencia humana, como se o conhecimento houvesse chegado a seu limite, ignorando que o limite da epistemologia é o próprio humano.
Assim como o movimento inócuo de um cão, correndo atrás do próprio rabo, discutimos a exclusão humana por humanos, como algo passivo de legalização legislativa, ou não, enquanto produzimos a cada dia novas formas de preconceitos.
O sistema incentiva com tapinhas nas costas aqueles que, de forma eloquente, discorrem sobre o assunto, aplaude as novas nomenclaturas e os premeiam com títulos, e com isso, vemos historicamente o aumento de frases de efeito, chavões, todavia, também nos deparamos com a popularização dessas produções, mas não notamos a proficuidade e redundantemente a efetividade de atos antipreconceito, outrossim, é facilmente perceptível, um esvaziamento de sentido, quando vemos verdadeiros exemplos de ditadores despontarem com seus discursos de exclusão, seguidos por defensores da liberdade e promoção humana, liderarem pesquisas de aceitação popular.
Por outro lado, também encontramos pessoas públicas que desconhecemos atos de preconceito em sua vida, mas usa a questão em sua própria causa e ao usufruir do sucesso, mantém o discurso e nada muda, porquanto aumenta uma dependência.
Diante de todo o apresentado podemos concordar que é fácil identificar uma ação preconceituosa, doutores que somos na matéria, porém, enquanto não aprendermos a enxergar o outro e as ações que depõem contra a exclusão, ao invés de ficarmos reproduzindo discursos, manteremos estigmas e continuaremos ensinando às novas gerações como ressaltar nossas qualidades em detrimentos dos nossos próximos.
Quando apresentamos o quanto somos originais, também salientamos o quão próximos estamos das origens. Quando aceitarmos que somos cópias e reprodutores, estaremos nos aproximando de uma vida verdadeiramente autóctone e com isso dando passos largos em direção ao protagonismo na história humana.
Quem somos? O que primeiro notamos no outro? Qual a nossa ideia sobre cor da pele, pobreza e inteligência? Será que esses parâmetros ajudariam a identificar diferenças, ou preconceituosos?
Referências
VASCONCELOS, Isabel et al. Concepções de loucura em um traçado histórico-cultural: uma articulação com o Construcionismo. Mental, Barbacena, v. 8, n. 14, p. 49-63, 2010. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? acessos em 10 abr. 2021.
SANTOS, Boaventura de Souza. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitanismo multicultural: Introdução; para ampliar o cânone do reconhecimento, da diferença e da igualdade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CORTELLA, Mario Sergio - Educação, Escola e Docência - novos tempos, novas atitudes – Ed. Cortez, 2014
FREIRE, Paulo - Pedagogia da autonomia – editora Paz e Terra – edição 55(2017)
Texto “preconceito/Discriminação” https://jornaldigital2006.wordpress.com/tipos-de-preconceitos/ acesso 22/09/2022 14:29 h
BEZERRA, Juliana – Texto “O que é fato social?” https://www.todamateria.com.br/o-que-e-fato-social/ acesso em 23/09/2022
PORFIRIO, Francisco – texto Jean-Jacques Rousseau https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/jean-jacques-rousseau.htm acesso em 23/09/2022
MENEZES, Pedro – Texto O Estado de Natureza em Hobbes, Locke e Rousseau https://www.todamateria.com.br/estado-natureza/#:~:text=Rousseau%20afirma%20que%20o%20ser,mal%2C%20como%20os%20outros%20animais. Acesso em 23/09/2022