O ESTADO DA ARTE BOLSONARISTA

O Padre Kelmon é o padroeiro da Polícia Federal?

Cara, o Brasil vem se desnudando desde 2016. É muita canalhice, mau-caratismo, incompetências, imprudências, negligências, celeiro de sacanas, isso é a metade do meu país. O ódio é todo contra os negros e os pobres, com reação aos que politicamente os defende e quer implementar políticas ampliadas de ascensão econômica e bem-estar social. Esse episódio sinistro deixa claríssimo a forma seletiva que a polícia atua. Tchutchuca com homens brancos, ricos de direita, e tigrões ferozes, com a população pobre, favelizada, preta, indígena e/ou periférica.

O Brasil é a África do Sul da América Latina.

E tudo vira comédia, teatro, novela, circo... Esta merda não tem jeito....

Sei que é anterior, até porque o ator está morto, rsrsrsrs...

Mas, o tema é o de sempre: brancos, ricos, influentes, podem tudo no Brasil. Ouça as rádios brasileiras agora, estou ouvindo a Tupi, todos relativizando a atitude de Jefferson, como um destrambelhado combatente anti-censura de opiniões, e baluarte das liberdades civis. Seguem dizendo que o STF está cometendo excessos. Até os PFs que foram negociar rendição rindo com o meliante extremado direitista.

O agente público disse que se travestiu de ator e representou um papel.

Não dá para aguentar mais isso. Voto Lula 13, mas sem ilusões de que Lula Presidente acabará com este apartheid brasileiro herdado malditamente de quatro séculos de escravagismo.

Até os brancos de classe média, média baixa, da classe operária, pelo fato de serem etnicamente caucasianos, eurodescendentes, têm melhor tratamento, das instituições, das organizações, da sociedade brasileira.

Já entrou numa favela?

Se entrar, logo vai perceber que lá dentro, diante do abandono e da pobreza, os brancos, que lá vivem, estão quase sempre em melhores condições, assumindo postos de comando, são os comerciantes, os chefes dos traficantes, os milicianos, os gerentes culturais (do samba, do pagode, do funk, etc...), são os pastores evangélicos, etc...

As exceções são só para confirmarem a regra, e mesmo assim uma parte dos negros, que atingem alguma ascensão, se associam, logo, logo, ao estilo de vida eurocentrada (branca), buscam se miscigenar, etc, etc, etc...

Nas periferias segue a mesma regra...

O povo afrobrasileiro teve suas identidades retiradas, a maior estratégia da escravocracia, sobreposto sobrenomes europeus, apagadas suas memórias, a nossa resistência é das mais difíceis, e só poucos, entre nós, lutam por autonomia, e liberdade, inclusive da tutela abolicionista, aquela que emerge dos "brancos bonzinhos".

Por fim, me referindo a mim, sofro pressões por ter opinião, identidade negra, e posições firmes antirracistas, pelo poder negro, por governos negros, por mais negros e negras ocupando funções, cargos e postos de trabalhos qualificados, bem remunerados, e gestão pública e privada.

Pelo fato de ser filho de uma mulher negra e um homem branco sou questionado o tempo todo, desde criança.

"Você não é negro, não é preto, por que você se diz negro"?

"Você é 'moreno', você é indiano, você é indonésio, um mestiço claro, etc, etc...".

Ouço isso até de pretos, é mole?!

A sociedade sempre me pressiona a assumir a identidade e a etnia do meu pai, e claro, renegar a origem africana da minha mãe.

Minha companheira, esposa e mulher, indígena, sofre os mesmos questionamentos, alguns até piores, pois não a vêem como uma indígena, apagaram todos os valores dela.

O Brasil é isto!

Um país preconceituoso e racista de merda!

Marco Paulo Valeriano de Brito
Enviado por Marco Paulo Valeriano de Brito em 24/10/2022
Reeditado em 24/10/2022
Código do texto: T7634701
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