O “PRODUTO” MULHER
O “PRODUTO” MULHER
Carlos Roberto Martins de Souza
A história mostra, ao longo dos tempos, que o uso da mulher como um “produto" de prateleira tem sido cada vez mais explorado, vulgarizado e desvalorizado. E não é apenas por parte de homens, há mulheres neste grande negócio. Se perguntarem a muitas mulheres por aí o que é “pudor”, muitas dirão que é um “pum com dor", pois não possuem senso de discernimento algum, talvez nem saibam o que é senso. Com a introdução do feminismo, a mulher na sociedade imaginava que iria exercer o poder da liberdade na sua extensão e na sua profundidade. Algo deu errado. O cérebro, que deveria ser cuidado com todo o carinho, virou uma máquina que passou a ser usada desordenadamente, sem que as devidas manutenções fossem feitas. Sem os reparos, sem a atenção e sem os cuidados, muitos se anulam, outros perdem completamente a função de pensar com “racionalidade", e até de pensar, fazem por fazer, por impulso. Como qualquer ser humano, as mulheres também tem “data de validade”, sob todos os aspectos. Pior é que muitas, pelos motivos, sejam quais forem, nem percebem, esquecem de olhar para o rótulo onde há o registro da “data de fabricação”, pelo menos. Isto seria muito útil, se todos os dias elas fizessem esta checagem, e o salmista dá uma dica preciosa: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de maneira que alcancemos corações sábios” - Salmos 90:12. A sabedoria anda escassa, desapareceu. O “uso" do corpo como mercadoria, como vitrine ou como instrumento sensual de trabalho pelas mulheres tem me assustado, o que era um “tesouro a ser explorado", de forma racional e inteligente numa relação, passou a ser uma mercadoria de prateleira. Mostrar ou expor o corpo, tornou-se mais importante, mais atraente do que mostrar as “virtudes" do cérebro, a inteligência foi transferida para o exterior, viraram o cérebro ao avesso, transformaram ele em inúmeros acessórios que podem ser usados como objetos de desejo. E aqui, novamente cito o prazo de validade, pois o do corpo é menor do que o o cérebro. O corpo, com toda a tecnologia moderna, com fantasias, com maquiagem, não resiste, quando menos se espera, ele mostra que chegou no limite, e que, como material de vitrine, já não tem publico nem atrativos. Em muitos casos, a “apelação” é usada para tentar esconder o vencimento, e ai aparece ainda mais o “produto" mulher, pois, através de truques, elas tentam superar a barreira imposta pela idade. Eu estava na praia esta semana, lá pude perceber como há uma “vitrine sensual" sendo explorada irracionalmente, como as mulheres perderam seus valores, como a tal liberdade fez da “obra prima” da criação um objeto. A mulher, como mulher, seja de raça ou cor ele for, é LINDA, por ser mulher, só o fato de ela ser a responsável pela continuidade da vida, diz tudo. Mas, por caprichos, esta beleza está sendo escondida. O “senso do ridículo" acabou, e perder o senso do ridículo, é como andar na escuridão. Algumas peças não podem ser chamadas de “roupas", pois são enfeites minúsculos, não escondem nada, e assim, fica evidente que mostrar a casca, faz mais sucesso do que o que há por dentro. A “tanga" ou o “fio dental" dão a dimensão do cérebro. Me perdoem a sinceridade. O maracujá que o diga, quanto mais pesado, murcho e cheio de rugas, mais polpa ele tem. Foi meu velho pai que me ensinou. O corpo deixou de ser corpo, o cérebro também deixou de ser cérebro, e a confusão se generalizou, a liberdade de escolha passou a ser usada como exploração. O corpo transformou-se no melhor recurso para muitas mulheres estarem em evidência. A hipersexualização do corpo feminino se generalizou, ganhou contornos perigosos, e digo mais, imorais. A tal liberdade ultrapassou limites, quebrou barreiras e impôs regras assustadoras. Meninas crianças, adolescentes e adultas, fazem do corpo uma “peça”, uma mostra do que falta no cérebro. A erotização precoce das crianças não faz mais sentido para os pais, essa exploração do universo infantil como potencialmente erótico faz parte do mundo globalizado, e para vender vale tudo. Quando vejo adolescentes expondo o corpo, fico me perguntando o que elas tem na cabeça? Nada! E se nada for feito, os vazios existenciais continuarão sendo preenchidos por fantasias. Será que para ser vista, uma mulher precisar mostrar o tudo ou o “quase tudo"? Obvio que não! No meu tempo, pais cuidavam das crianças, evitavam a todo custo a “exposição sensual” das filhas, havia um zelo e o pudor era matéria de aula nas famílias. Hoje, quando olho para o passado, me pergunto onde erramos? Como permitimos que as coisas chegassem a este caos moral? Filhas tinham tratamento especial, eram pérolas, muitas custavam fortunas pela maneira como se comportavam. O comércio da “carne" é livre, ele atrai ambos os lados, tudo, literalmente tudo está voltado para conquistar o mercado, o fator moralidade foi abandonado. Os comerciais usando mulheres são o retrato de uma sociedade imoral e sem censo crítico. Mostram exatamente o desrespeito ao feminino presente em nossa cultura. Só uma sociedade com esses defeitos aceita e é seduzida por propagandas desse tipo. É bom ficar atentos, o discurso do “poder feminino”, avança, enquanto seus corpos são reinscritos poderosamente como objetos sexuais. O feminismo deveria ser usar a cabeça para pensar, mas hoje, usam para pensar o que querem vender. No mundo contemporâneo, a mulher adotou um corpo sensual e provocante, atitude reforçada pela ideologia da mídia, que impõe um tipo ideal de mulher, aquela esbelta, elegante e bem-sucedida profissional e financeiramente, que camufla tal influência sobre a subjetividade feminina, sem levar em consideração a diversidade cultural na qual as mulheres estão inseridas. A mídia tem funções claramente mercadológicas e a mulher tem motivações vinculadas ao seu desejo de consumo, de esbelteza do corpo e de novas formas de ser no mundo. A mulher não é objeto, nunca foi, no entanto, muitas se fizeram objeto, tanto de uso sexual, quando de visibilidade erótica, e o dinheiro está por trás de tudo isto, a aparência das mulheres importa mais do que todos os outros aspectos que as definem enquanto indivíduos. Passamos a enxergar apenas um corpo, ignorando o sujeito que o anima, quanto mais esbelto, melhor, o conteúdo não importa, pois o rótulo fala mais alto. Só para registrar aonde chegamos, a mulher aceitar se comparar a uma cerveja, quando o anunciante, usando a figura feminina, afirma que a bebida é “gostosa”. Saia da promoção, seja uma mulher de valor, não se venda, não se exponha, Deus te deu um corpo, não um “produto" comercial. É só reflexão. Mulheres ainda e há tempo, valorizem-se, usem a cabeça, não para mover o pescoço, mas para mostrar que usando o cérebro vocês podem transformar o mundo. Não sou machista, longe disto, apenas preocupo-me com a obra prima da criação e os rumos que ela está tomando. Mulher inteligente, não significa ter frequentado boas escolas ou ter mestrado e doutorado, até porque minha mãe é humilde, mas de uma inteligência descomunal.