OS DEFEITOS DOS OUTROS - AMBIÇÃO e Política
Se a ambição se manifestar dentro do que é correto, levando-nos a afirmar nossos méritos dentro do respeito aos demais, ela não somente deixará de ser um vício, mas merecerá ser admirada e elogiada.
Mas, quem está dominado por um excessivo desejo de afirmar-se, saberá por acaso respeitar a justiça? Infelizmente, as legítimas aspirações políticas, na maioria das vezes, vêm acompanhadas de vanglória, falsidade, prepotência e violência, e se esquecem das aspirações iniciais, das quais só conservam a lembrança.
O ambicioso político não suporta competidores, nem admite rivais; para alcançar o que deseja, ele só enxerga uma alternativa: humilhá-los ou eliminá-los. O recurso à violência parece-lhe justo e honesto e quando se derrubam tudo se torna lícito. Os incontáveis processos de julgamento de políticos ilustram isto.
O respeito aos outros está expulso da moral do político ambicioso. Os outros (os eleitores) já não são pessoas que mereçam respeito, mas “coisas” que utilizam para a própria afirmação: são degraus que usam para serem galgados para atingir cargos políticos e poder com mais facilidade.
Por consequência, os políticos ambiciosos geram um mal avassalador sobre o povo, a sociedade, a família, colocando pessoas umas contras as outras. Amizades se desfazem, familiares se digladiam e se afastam, simpatizantes cometem crimes, O contágio da ambição política atinge as pessoas como uma pandemia e os transforma em bizarros e cruéis contendores, que quase como zumbis, atropelam seus valores e perseguem a ambição dos políticos como se ela fora a cura de todos os males.
Por que NÃO nos surpreendemos e não nos indignamos com o político ambicioso, falso, arrogante e violento, cujas opções morais são determinadas pela sua ambição cega, sem distinção entre o bem e o mal? Seria porque eles “espelham” a nossa própria ambição “escondida” em nosso íntimo?
Reflita! Verifique e pesquise se o político ambicioso, no intuito de afirmar-se, respeitou sempre os direitos dos outros, se as promessas feitas por ele eram sinceras e se ele utiliza o poder como um serviço aos demais. Ou será que ele usa seu voto apenas para atingir o que ele, individualmente, pretende.
Nas mãos de um ambicioso, o poder só representa um constante perigo: é um convite aos seus maus instintos para que explorem a força que ele tem a seu dispor. E o ambicioso, quando na posse do poder, transmitirá ao povo os seus sentimentos e os seus instintos mais selvagens, arruinando a nação com a assim chamada “política do prestígio, dos que só visam apenas conseguir a sua própria grandeza.
Do Livro: “Os defeitos dos outros” - de Antonio Poliseno (Pisa-Italia) - Dr. em Filososfia, Psicologia e Pedagogia
Adaptação: Tamarozi, Irineu - Professor e Instrutor de RH.e Neuroaprendizagem