É MESMO PRECONCEITO?
É MESMO PRECONCEITO?
Carlos Roberto Martins de Souza
A palavra “preconceito" virou uma arma poderosa para qualquer coisa, para qualquer pessoa ou situação. Ela, pela sua conotação genérica, permite acusações das mais variadas. O dicionário define preconceito como “qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico”. Ora, se faço colocações fundamentadas em argumentos sólidos, se defendo posições firmadas em dados e informações seguras, como posso ser preconceituoso? Se não concordar com algo, sou obrigado a me calar? Neste caso, cerceamento de expressão também é preconceito. Daqui a pouco vão proibir ao cidadão de “opinar” sobre qualquer assunto, ou ele fala o que os outros querem ouvir. Opinião é totalmente diferente de “difamar” e “caluniar” alguém. Óbvio que não gostar de uma coisa, ou não sentir qualquer apatia com um determinado assunto,⁰ não o permite acionar seus adjetivos mais obscuros para elaborar uma ofensa “bem argumentada”. Mas, daí a falar em preconceito é temeroso. Não vou ver um homem vestido de mulher e afirmar que ele é uma “mulher”, jamais, pois na verdade não passa de uma caricatura, uma fantasia, e neste caso não é opinião, é a realidade nua e crua. Pior, eu estaria mentindo⁰. A roupagem não muda a anatomia, é um “homem”. E afirmar que tal procedimento não é normal, não é nenhum preconceito ou crime, é reconhecer a verdade. Nem opinião é. Que fique claro, há certezas que são imutáveis, elas são sustentadas na razão e não na vontade. Um relacionamento fora do normal, do projeto original, homem x mulher, é uma vontade do ser humano, mas a razão diz que não é normal. E não é! Eu não gosto de pinga, falo o que quiser dela, não aceito, não compro, e não é preconceito, é convicção, certeza. Hoje pela manhã, o caboclo aqui na praia comendo “jurubeba", fazia uma cara tão boa, que me assustei, pois aquilo não é ruim, é “runho”, nunca vai melhorar. Só de ver, meu estômago reclamou, e ai fiz meus comentários... Seria preconceito da minha parte? Óbvio que não. O problema é que grupos e segmentos da sociedade pegaram a palavra preconceito e colocaram sobre o vocábulo opinião, pois não conseguem conviver com as críticas e com as diferenças, só eles querem ter razão em tudo. Estamos colocando o bode na sala para disfarçar, porque, na verdade, vários membros da sala fedem igual ao bode, mas se acham gente. São “Bodes Expirratórios", provocam alergias a qualquer ser humano descente.