Racismo, pobreza e violência.
Meus caros amigos, deixem lhes dizer, que eu ouço muitos cidadãos de bem, inventando teorias e espalhando inverdades desonestas, fora da realidade e do contexto social.
O que vou escrever agora não é algo que eu estou dizendo e sim algo histórico, incontestável e até mesmo científico. É algo que eu observo, como uma imparcial telespectadora e vos repasso, em prol do conhecimento e da conscientização racial e social, algo que deveria ser, o mínimo, entre brancos, negros, pobres e ricos.
Vamos lá:
O pobre premium, elevado ao nível classe média nas camadas do tecido social, é induzido pelas camadas superiores a tecer odio sobre os pobres e os miseráveis, quando na verdades os primeiros que citei, estão mais próximos dos últimos, do que de quem está no topo da pirâmide social.
A classe média, na sua maioria, é assim: armamentista, cristã, contra cotas, pregam o lema "Bandido bom, é bandido morto", e aplaudem operações policiais que invadem as periferias e matam, em sua maioria inocentes, que posteriormente tem suas memórias desonradas pela mídia. Sendo criminosamente e covardemente tachados de aviãozinhos, olheiros, traficantes, etc. Quando na verdade não são.
Essa mesma classe média desonestamente partidariza a questão da violência, criando teorias lunáticas, de que a esquerda socialista fomenta a violência, que o partido X tem ligação com PCC, CV e que é, essa a questão fundamental a manutenção da violência no Brasil.
Aos que replicam isso, eu respondo:
A violência no país é produto da luso-colonização escravagista. O Brasil desde os primórdios, até os dias atuais, se comporta como uma senzala. Onde os atuais capitães do mato são a polícia e os antigos senhores, continuam sendo os mesmos, com suas empregadas dormindo no "quartinho" e seus peões.
A irrefutável verdade é que esse país incluindo o governo e a elite, é historicamente violento com a população negra e quem com ferro fere, com ferro será ferido. Vejam bem:
Após anos de tráfico humano, advindo da África, aboliram a escravidão mas o governo não incentivou nenhuma política de educação, empreendedorismo, moradias dignas, saúde e alimentação ao povo petro. O básico meus amigos.
Com isso povo preto foram fadados a viverem amontoados, em pontos distantes dos centros urbanos, denominados periferia. Após a abolição, o estado instituiu leis, sim LEIS, que proibiam negros de adquirirem propriedades em seu nome e até mesmo circularem na rua em determinados horários, reduzindo ainda mais suas opções e os marginalizando.
A fome, e falta de perspectiva, as condições insalubres, transformaram a vivência em mera existência. Por que o verbo viver é uma coisa, e o existir é outra.
O povo pretoo foi fadado a viver e a praticar a violência que eles sofreram e sofrem, até hoje, por parte do estado. Violência por questão de sobrevivência, banditismo, por questão de classe.
Os brancos são e foram tão violentos quanto os negros.
Tráfico humano, estupro, escravidão humana, punições violentas, negação de diretos básicos, são apenas alguns dos principais crimes cometidos pela elite branca, que controla os meios de produção, detém as grandes heranças e governam o país.
Diante disso, cidadão de bem, se informe, antes de propagar farsas históricas, e condenar movimentos sociais que lutam para combater as sequelas latentes de um passado escravagista e violento, marcado pela distinção entre privilegiados e miseráveis, casa grande e senzala, pretos e brancos.