Para onde caminha a humanidade?

No Brasil, um dos países mais promissores do mundo pela sua extensão, pelas riquezas naturais, tamanho e diversidade da população, sua cultura e arte popular, realiza-se uma eleição marcada por rancorosa polarização, entre um candidato tido por muitos como corrupto e ladrão e outro tido como psicopata e genocida. Cada um dos dois tem expressivo e obstinado contingente de seguidores, outras alternativas não prosperam. Qual a verdade sobre as acusações aos dois candidatos? O que move a população nas suas escolhas? Ela é movida pela razão e pelo sentimento, ou por passionais instintos?

Na Europa, passados 80 anos da guerra que destruiu o continente, os mesmos desvarios que a causaram renascem em virulentos movimentos de ultradireita neonazista e neofascista. O berço da civilização ocidental está reagindo xenófobo às multidões de refugiados, vindos dos continentes que foram por ela vilmente escravizados e explorados por séculos. Ademais, a Europa está se prestando a travar uma guerra militar e econômica por procuração, envolvendo a Ucrânia e a Rússia; sacrifica-se em prol de interesses hegemônicos alienígenas, que vêm do outro lado do Atlântico.

Na Ásia, países ditos pertencentes a um suposto “eixo do mal”, Coreia do Norte e Irã, não renunciam a programas independentes de armas atômicas e mísseis intercontinentais, em nome da não submissão à hegemonia de Tio Sam, que quer impor-se ao mundo. Hegemonia que já foi denominada “o espectro da total dominação” por estudiosos da geopolítica mundial. Nos mares asiáticos, exercícios da frota de guerra estadunidense, junto com aliados locais, procuram incendiar as desavenças entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, entre China e Taiwan, com o propósito de desencadear no Extremo Oriente outras guerras por procuração, tal como a da Ucrânia.

Na América Latina, Cuba e Venezuela sofrem criminosos e desumanos embargos, por não se ajoelharem ao mando do Tio Sam. Enquanto isso, na prisão de Guantánamo, encrave territorial sem lei dominado pelos os EUA na ilha de Cuba, cometem-se impunemente crimes bárbaros imputados contra suspeitos, sem provas, de serem opositores da supremacia estadunidense. Nos países da América Latina e da África sucedem-se as denúncias de ingerência estadunidense, agora via lawfare, guerras cognitivas e sofisticadas tecnologias de espionagem eletrônica e de desinformação, visando desestabilizar e derrubar governos que não sejam submissos.

Há um esforço insano para submeter os povos do mundo, privando-os de sua identidade e autodeterminação. Assim foi no Vietnã, na Coreia, no Afeganistão, no Iraque, no Irã, na Síria, em Cuba, na Venezuela, no Chile, no Brasil, nos países da Primavera Árabe, na Ucrânia, na Europa, que agora vê sabotados os gasodutos que trariam da Rússia a energia para enfrentar o próximo inverno.

A presunção de onipotência do Tio Sam, o delirante “destino manifesto” que faz os EUA o país beligerante e dominador desde seu nascimento, está colocando a humanidade sob grave ameaça. Os arsenais financiados com montantes de recursos impensáveis, que poderiam ter expulsado a miséria, a fome, as doenças a ignorância e os conflitos do mundo, são capazes de destruir o planeta várias vezes. E crescem as declarações de disposição para usá-los, frente às provocações imperialistas.

Para onde caminha a humanidade? Talvez para uma tragédia global ainda não definitiva, que nos corrija o caminho antes que se excluam vias alternativas? Talvez para o extermínio da vida humana? Não seria mais sensato aprendermos a conviver em paz e harmonia com a diversidade dos povos?

A Mãe Terra é generosa, supre-nos tudo o que é necessário e suficiente para garantir-nos bem estar, a todos. Não é preciso conquistar todo o mundo e impor nele o segregacionista e belicoso modo de vida de um único país supremacista.