MÍDIA E SOCIEDADE

Dar visibilidade da COISA PÚBLICA, em função do interesse público, é missão da mídia, em um de seus pilares instanciais. Os outros dois são: INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA E CONTEÚDO DE INTERESSE DO PÚBLICO.

A sociedade existe culturalmente, e infelizmente a grande maioria do povo brasileiro,ainda não sabe bem disso; em virtude de uma educação altamente manipulada por atores que servem aos interesses daqueles que querem deseducar e segregar, ao invés de humanizar e informar saberes.

Voltando a instância CONTEÚDO DE INTERESSE PÚBLICO, o que vemos é a prevalência de produção de conteúdo com apelo sensorial em detrimento das questões culturais e informacionais; por exemplo, os "Domingões de Isso, e daquilo"

E as pesquisas de opinião pública? Por acaso você (leitor) já foi perguntado sobre algum assunto temático, em política, educação, entretenimento, cultura, lazer, biologia, esporte...ligar o botão da exclusão ou da inclusão para grupos ou indivíduos, virou moda, é o mote da Imprensa ou o que o valha, e então é nesta hora que o senso crítico e a criatividade subjetiva precisa funcionar dentro de cada mente. Ser livre é saber criar e selecionar o que é melhor para si, a mentalidade pós-moderna, ainda se baseia na baixa autoestima de pessoas, que na verdade, não puderam formar o hábito do autodidatismo.

A comunicação pública na web é menos inclusiva do que possamos imaginar, há cancelamentos e injustiças sobremaneira incompatíveis com os DIREITOS HUMANOS, e isso não poderia acontecer. Afinal, segundo Geertz (1989), os indivíduos são seres sociais, e segundo Wolton (2004) os espaços públicos, são espaços de circulação de política e cidadania, onde há troca e argumentação de ideias; então vamos refletir se a grade de programação de uma Rede Globo, especialmente, no que tange ao entretenimento é de gosto geral...

Visibilizar música clássica, balé, corais de alunos de Escolas Públicas, ou mesmo eu cantando (muito bem) no Smule, talvez, não se constitua em conteúdo de interesse público. Ver na web every day a filhinha do artista milionário tomando suquinho em seu carro elétrico de brinquedo, é debochar das condições insalubres e cruéis, a que a maioria das crianças brasileiras são submetidas. E, o pior disso tudo, é que para cada consumidor de este tipo de conteúdo, - que deixa os visíveis, cada vez mais ricos - é da pior qualidade, afinal ali ninguém é Cauby Peixoto, ou Renato Russo: são apenas subprodutos de um Mercado que resolveu apostar no RUIM, como se fosse BOM. Lamentável. Parece que tudo virou "bosta", como diz a letra da canção da Rita Lee.