O Brasil é composto pelas regiões norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste.

Ao longo da história temos acompanhado manifestações de diversos movimentos separatistas no país, entre elas o Movimento O Sul É Meu País e o Movimento São Paulo Independente. 

De fato essa é uma questão delicada, e embora ela seja amplamente discutida, não é concretizada, já que o assunto envolve cultura, economia, território, geopolítica, soberania e até mesmo assuntos mais tensos como o preconceito e a xenofobia. 

Com o resultado das eleições do dia dois de outubro, essa richa voltou a ser discutida na Internet, discussão essa acompanhada de comentários xenófobos e altamente preconceituosos. O ocorrido foi que, no norte e no nordeste do país o candidato Lula obteve a maioria dos votos, e nas regiões sul, sudeste e centro-oeste o candidato Bolsonaro obteve mais votos, assim, acirrando ainda mais as rivalidades entre um povo que, apesar das regiões diferentes, pertencem a uma mesma nação. 

Acompanhar essa dicotomia me fez refletir o quão desunidos são os brasileiros - De norte a sul. E em como essa desunião é instrumentalizada para se atingir objetivos políticos. Afinal de contas, a política é o maior fermento desse bolo, que por sua vez vem sendo assado há muito tempo. 

O que eu percebo, categoricamente, é que não há um consenso de "Somos brasileiros e ponto". O sul, o nordeste e as outras regiões se encerram em suas bolhas culturais, políticas, ideológicas, históricas e esquecem do restante do país.

Cada região tem a sua cultura, seus hábitos e costumes, e é claro que essa diferença é muito bacana, e agrega muito. O problema é que o povo brasileiro não a torna algo agregador. 

Uns se acham superiores aos outros e há quem defenda a homogenização cultural em todo o território brasileiro. 

O que se esquecem é que as regiões não são autossuficientes e que dependem umas das outras por vários motivos que vão desde a economia, turismo, logística, disponibilização de produtos e serviços, recursos, mobilidade, produção de commodities e por aí vai. 

As culturas regionais devem ser preservadas, o povo tem que deixar as diferenças, e o sentimento de superioridade cultural, algo que remete as nuances do nazismo, de lado.

O dia que o povo entender que apesar de serem de regiões com culturas, hábitos, climas, paisagens diferentes são, no final, todos brasileiros, o país finalmente terá a chance de se desenvolver de fato como uma grande nação. 

Pois isso, só acontecerá quando uns pararem de sentir superiores aos outros, e se unirem em um CONSENSO do que é bom para TODOS. 

Até lá, enquanto tivermos esse pensamento egocêntrico de que X é melhor pra minha região, mas é ruim pra região Y, nada irá pra frente. 

Enquanto os povos de uma determinada região continuarem forçando estereótipos com relação às outras regiões, nada irá pra frente.  E para reforçar minha ideia, parafraseio um ditado muito comum, popular e de certa forma clichê: "Juntos nós somos mais fortes."

 

Ainda torço pelo dia que o sul, o sudeste, centro-oeste, norte e nordeste irão se unir com um único objetivo: Tornar o país melhor, mais igualitário, com respeito às diferenças. E que acima disso tudo, os povos das diferentes regiões possa usar suas respectivas culturas para interagirem entre si. Que o sulista possa conhecer a cultura nordestina, que o nordestino possa conhecer a cultura sulista e assim por diante. Afinal, conhecimento é poder, e é a maior arma contra o preconceito, contra a xenofobia, e contra a manipulação social e política. 

Vivi Lissek
Enviado por Vivi Lissek em 03/10/2022
Reeditado em 03/10/2022
Código do texto: T7619538
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