Relatório do Comité do Senado francês de Defesa e Forças Armadas: Crise diplomático entre Rabat e Túnis

A crise diplomática que acaba de ser eclodida entre Rabat e Túnis, constitui um incidente diplomático sem precedente na relações entre os dois países, motivo a presença do dirigente separatista da polisario, apoiado por Argel, na cimeira realizada em Túnis, ( 27 e 28 de agosto 2022) sobre o desenvolvimento da África, pela qual o Marrocos boicotou em consequência a sua participação.

Tal incidente diplomático na história das relações entre Marrocos e Tunísia veio logo após as eleições do Sr Kaïs Saïed, presidente em 2019, num clima caracterizado do golpe de Estado, decisão pelo fechamento do parlamento e demissão de vários juristas e governadores, além da corrupção e má gestão da coisa pública, numa luta incessante entre apoiantes e oponentes, oposição dos países ocidentais e Estados Unidos, diante de esta política caracterizada como antidemocracia, seguida da frieza diplomática entre Marrocos e Tunísia, consequências dos contatos e aproximações com o regime de Argel, hostil ao Saara marroquino.

Como se vê na foto abaixo, a Tunísia é cercada entre Argélia e Líbia, com quase 350 km de fronteira com Argel, situação geográfica que a torna parte desta crise regional, envolvendo o saara ocidental, os problemas de segurança do sahara-Sahel, da estabilidade socioeconômica e governabilidade.

Lembra-se que a região aspira a integração no quadro da União Magrebina UMA. (A União do Magrebe Árabe, uma união regional fundada, 17 de fevereiro de 1989 em Marrakech, Marrocos, composta por cinco países representantes da parte ocidental do mundo árabe: Mauritânia, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia. Os quais tinham assinado o chamado tratado, instituindo a União do Magrebe Árabe, ( UMA)

Além da revolução argelina de 1º de novembro de 1954, e Tunisiana 2011, sendo rápida e desatendida, apoiada pelo povo da região, refletindo os laços de história, da língua e religião, bem como da cooperação e solidariedade, que une esta região.

Uma vez que a atual crise diplomática objeto da discórdia entre Marrocos e Tunísia sobre o dossier do saara marroquino, levantou esta vez a questão do futuro da união e relações em termos geoestratégicos, seus horizontes e repercussões, no decorrer da cimeira realizada nos dias 27 e 28 de Agosto 2022, a título da Conferência Internacional TICAD sobre o Desenvolvimento Africano?.

Interrogando sobre as intenções do chefe de Estado tunisino, Kaïs Saïed, ao decidir recepcionar no seu território um dos inimigos jurados do reino de Marrocos, líder separatista da Polisario, o Brahim Ghali, acusado de violência, de crimes e direitos humanos nos campos de Tindouf?.

Tal foi o ponto que transbordou o copo de água, afetando as relações de amizade entre Marrocos e Tunísia, chamando os embaixadores para as consultas, e obscurecendo ainda mais o futuro das relações diplomáticas entre os dois países.

Para discorrer sobre este assunto penoso, baseando-se sobre o relatório do Comitê do Senado francês, da Comissão de Relações Exteriores, da Defesa e Forças Armadas, para levantar as questões sobre as verdadeiras intenções por trás desta crise diplomática, passos a seguir face aos problemas da estabilidade, socioeconômicos e de governabilidade, bem como da segurança e clima de negócios, no quadro do conflito saaráui?.

A acompanhar nas próximas publicações!

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 24/09/2022
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