Quero um futuro sem repetir o passado

Já faz alguns anos que no Brasil alguns valores como moral, ética, respeito e honestidade entre outros são tratados como substantivos que podem ser mensuráveis. A sociedade qualifica pessoas como índices, atribuindo escalas para instituir às mesmas, opiniões como se fossem produtos. Seria como um formulário de pesquisa onde teriam as escolhas de muito, mais ou menos, por vezes, pouco ou nunca.

Será que realmente deveríamos ter esse tipo de concepção e observação de valores?

Talvez estejamos nos acostumando com metodologias para julgar valores fundamentais que não deveríamos, pois penso que mais do que palavras são características concernentes ao homem civilizado e o aperfeiçoamento da relação humana.

Da mesma forma, existe um retrocesso que me causa indignação quando ouço frases discriminatórias como:

“Ela é pobre mas honesta” ou “Ele é preto mas é gente boa”; esse pensamento é peculiar de gente hipócrita e repugnante que tratam semelhantes com discriminação e preconceito como se honestidade e bondade fosse um valor ligado a posição social ou cor da pele.

Em toda e qualquer classe social, valores não devem ser palavras proscritas, porque eles são inerentes da educação e do costume que é atribuído desde nossa infância.

Em quase todos países desenvolvidos, os cidadãos são induzidos a tais conceitos de maneira natural sem que haja necessidade de salientar o significado desses valores, porque é notadamente comum e perceptível o espirito de cidadania e igualdade. Essa maneira de pensar e agir influencia todo comportamento de uma sociedade.

Infelizmente nos lugares que o desenvolvimento socioeducativo caminha de um jeito mais devargar, a falta de incentivos e de aprimoramentos caracterizam a deficiência de políticas que abrangem a excelência intelectual e cultural. O que notamos é justamente o contrário. As pessoas são desorientadas, excluídas e desestimuladas a tais práticas e ficam cada vez mais distantes desses preceitos que deveriam figurar como patrimônio essencial de tratamento entre o povo. É fato que aqui e outros lugares onde prevalece a democracia, esses princípios estão regulamentados em normas e regras de conduta mas carecem de serem enfatizados e utilizados massivamente em nosso dia a dia, embora tenho consciência que em toda regra sempre acontecerá excessões. Infelizmente sempre existirão aqueles que como diria minha avó "não tomam emenda"....

No Brasil, ouvimos alguns exclamar que o vigarista é um cara “esperto”, inteligente, “safo”. É lamentável que ainda impere em nosso costume ou porque não dizer mau costume gente reverenciando comportamentos desse tipo, reportando-se a esses personagens como figuras mitológicas quando na verdade deveriam ser tratados como criminosos.

O país detém um potencial gigantesco de gente com capacidades de raciocínio e solidarismo, e por isso sou um indivíduo otimista e ainda acredito muito na mudança de hábitos e no progresso em nossa sociedade miscigenada e única, e assim como eu, sei que aqui tem milhares de seres humanos dispostos a fazer prevalecer a evolução continua de todos, crendo principalmente nos profissionais ligados a educação que são e sempre serão pra mim espelhos, ídolos e exemplos de melhoria para toda e qualquer nação.

Eu quero um futuro sem repetir esse passado de hábitos e atitudes que só estagna, empobrece e retroage o homem e sua dignidade como um ser especial que habita o planeta.

Antônio de Magalhães
Enviado por Antônio de Magalhães em 05/09/2022
Código do texto: T7599011
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