O JAVALI, CAÇA E O CAÇADOR

O JAVALI, CAÇA E O CAÇADOR

O Javali é um tipo de porco importado da Europa, na colonização brasileira.

O Javali já era na Europa objeto de caça, não era um porco doméstico, e sim objeto de caça dos Reis e do povo, quando autorizado, para fins de esporte do tiro, e também servia para fins de alimentos dos participantes.

O javali vem se tornando praga na agricultura há muito tempo, o que justificou ao IBAMA, órgão de licenciamento ambiental, liberar que pudesse ser caçado e morto, para controlar a quantidade excessiva que causa grandes prejuízos aos agricultores no Brasil todo em especial no Triangulo Mineiro.

Assim os Javali passaram ser objeto de caça de todas as maneiras e com todos os tipos de armas, com ajuda de cachorro de várias raças em especial do cachorro tipo americano urrador. Outros cachorros também podem e as vezes são usados, mas nas caçadas de javalis ou até de onças quando eram permitidos os cachorros preferidos eram estes tipos de americanos.

No triangulo mineiro os javalis andam em bando de 3 a 200 animais, atacam as nascentes, não só para beber água, mas pelas características da raças para fuçar em busca de minhocas, destruindo as mesmas.

Nas lavouras, seja de milho ou sogro, quando entram na mesma, vão derrubando o pé e comendo as espigas, assim quando um bando desses atacam uma roça se forma um bando grande, e se a roça for familiar pequena, pode dar até 100% por cento de estragos e prejuízo, não deixando nada para o agricultor colher.

Mesmo nas grandes roças, poderão em vários dias até que a roça venha a ser colhida, levar grandes eitos ou taliões em sua derrubada e consumo; assim quando um bando de duzentos javalis ataca uma grande roça cada um deles podem estragar de 3 a 10 pés de milhos, que pode atingir um prejuízo de até 2000 pés dias, e em prazo de 30 dias, poderá ser até mais de 60.000 mil pés, o que implica em torno de 3 quilos por pés, em 180.000 mil quilos, ou 3.000 sacos, o que daria um prejuízo a R$.100,00 o saco de mais de R$.300.000,00 , mais do que o lucro que eventualmente um grande agricultor poderia ter.

Assim é necessário que o agricultor arrume um jeito de combater tal praga, e o meio mais comum é o caçador com seus cachorros americanos urradores, e suas armas, que podem ser cartucheiras 12 mm, ou aqueles mais abonados com fuzil de repetição, que ao encontrar um bando destes animais podem matar em uma única noite até 50 animais ou mais, espantando o restante da lavoura.

É logico que espanta de uma lavoura na noite seguinte o bando atacam outra roça, outra lavoura.

Como na natureza nada se perde, os animais mortos servem de alimento para os caçadores, os amigos dos caçadores, para os cachorros que ajudaram, localizar os animais e caçarem, bem como para os urubus e outros carniceiros da natureza, isto porque os caçadores utilizam para si e para os cachorros uma quantidade pequena por dia de caça, e quando esta caça em quantidade muito grande, então ficam para trás uma quantidade grande de animais.

A CAÇA

Como dito a caça é licenciada, liberada pelo IBAMA, sob algum controle, aos caçadores licenciados pelo exército brasileiro, que ao cadastrar e liberar aos atiradores a compra de arma, também liberam aos mesmos a carteirinha de caçadores amadores.

Aos caçadores são dados alguns encargos, como o de se cadastrar no IBAMA e manter relatório trimestral de controle das caçadas.

Assim a cada três meses os caçadores tem que ingressar no site do IBAMA e fazer comunicação dos dias de caçadas, com quem participou da caçada (caçadores também licenciados e autorizados), em quais propriedades as caçadas foram realizadas comunicando terem autorização dos proprietários mediante cartas, bem como comunicar quantos animais efetuaram a morte, se Fêmea, macho, marrans, marroas, ou leitões, tudo isto para que o IBAMA também tenho um controle regional da quantidade de mortes que está ocorrendo.

No Brasil a caça em terrenos privados e ou públicos só tem a do pago selvagem nos arrozais do Rio Grande do Sul também autorizados pelo IBAMA, bem como do Javali em todo o Brasil, outros animais não são permitidos a ninguém caçar, nem mesmo os caçadores licenciados.

Embora haja uma certa clemencia nas decisões judiciais, a caça flagrada e autuada contra os ribeirinhos, principalmente para consumo próprio, ou para combater a predação dos mesmos em suas roças.

É certo que não só os javalis causam problema e prejuízos as lavouras, sendo a capivara conforme a região tão predadora quanto o javali, não ficando atrás as pacas, os tatus, as cotias, quando o bando cresce descontroladamente, passam a dar prejuízos e eventualmente são caçadas, atropeladas e consumidas pelos ribeirinhos principalmente, mesmo não tendo liberação para caça e morte destas outras espécies.

O CAÇADOR

O caçador como dito acima, são pessoas licenciadas pelo exército brasileiro, entre os atiradores e colecionadores de armas, pessoas estas que após passar pelos crivos dos licenciamentos, também recebem a carteira de caçador

O caçador(a), são pessoas que normalmente gostam de armas, ou que durante parte de sua vida, por um motivo ou outro são levados a se licenciar junto ao Exército brasileiro da reserva, que controlam esta atividade, que então se licenciam como atiradores competidores, tendo que pelo menos 8 (oito) vezes por ano a comparecer em um clube de tiro para treinamento, e assinar livros de comparecimento e ou controle, sob pena de perder a licença de atirador.

Licenciados como atiradores, podem também se licenciares como colecionador e neste caso podem adquirir diversas armas de cada categoria, inclusive até ponto 50, armas de maior calibre, sendo certo que muitas destas armas são proibidas até para a polícia de segurança do Brasil.

Os licenciados poderão ainda se licenciar como caçadores esportivos para a caça de animais licenciados pelo IBAMA, como o JAVALI NO BRASIL TODO E O PATO SELVAGEM no RS.

Entre os atiradores, colecionadores e caçadores tem aqueles que no exercício de suas atividades e de acordo com a capacidade financeira, visto se tratar de um esporte, ou atividade muito cara, com investimento a partir de R$.10.000,00, onde muitos deles acabam investindo centena de milhares de reais em armas, e em munições, alguns deles atiram mais de milhares de tiros, com um custo de até R$.15,00 por bala, ou para cada tiros.

Assim muitos deles além de ter em seu cofre depósitos quase um milho ou mais de armas, ainda tem um custo mensal de dezenas de mil reais mensais com munição, para atirar nos clubes, ou em caça com os javalis, ou com o pato selvagem.

Estes atiradores ou caçadores na medida que vão exercitando tais atividades, passam a gostar e pode até se tornar um vício com excesso de atividades em todas as atividades em que foram licenciadas.

Alguns em suas competições nos clubes, seja no tiro ao alvo, ou no tiro ao prato, com grande frequência e com grandes gastos.

Outros em atividades licenciadas de caça ao porco, começam indo alguns dias por mês, depois alguns dias por semana e de repente começa alguma semana a irem todos os dias.

A caça pode ocorrer em qualquer hora do dia, normalmente alguns deixam para ir aos domingos e feriados durante o dia, como um hobby, podendo ser a pé acompanhado por cachorros, podem ser a cavalos como antigamente, entre os nobres da Europa, ou ainda pode ser de motos e ou veículos fora de estradas.

Sim fora de estradas, porque a caça se dá nos campos das invernadas, das pastagens, nas palhadas, quase sempre totalmente fora das vias públicas.

Quando em caminhonetes, estas são equipadas com pneus especiais para andarem fora de estradas, bem como com bancos sobre as mesmas para que os caçadores vigiam por onde passam até encontras as manadas, ou bandos de javalis.

Quando acompanhado de cachorros americanos urradores, que também vão sobre as caminhonetes, ou em carretas normalmente em gaiolas para não fugirem quando não soltos e em determinados momentos são soltos para com o “faro” localizar os corredores por onde passaram os javalis e então seguirem na busca dos mesmos, normalmente latindo, assinalando que acharam alguma coisa, alguma caça, e então os veículos de locomoção sem os cachorros até localizar o “bando” de javalis e então começarem os tiros para abate-los.

Então quando encontrarem um grande bando e então dado diversos tiros e quando a matança é muito grande escolhem algumas marroas (jovens fêmeas), para levar no veículo que muitas vezes vem atraz para este fim especial de transporte dos animais caçados.

Como dito estes caçadores com estas atividades, muitas vezes noturnas durante as vezes a semana toda, viciam em sair, as 22;00 horas, muitas vezes mais tarde, visto que os javalis são também para a proteção deles animais noturnos que se alimentam a noite, muitas vezes de madrugadas, assim os caçadores muitas vezes passam a noite em busca dos mesmos.

É certe que existe uma rede de comunicação entre os vizinhos, via rádio, via celular, e principalmente entre os lavradores, agricultores que estão sendo invadido pelos javalis, que sempre estão comunicando onde os “bichos” estão andando e qual o tamanho do bando, todas as pessoas da região quando veem um sinal, um rastro, ou animais e sabendo quem são os caçadores normalmente noticiam a existência ou os estragos que os mesmos estão fazendo, e ai os caçadores na medida de sua vontade e muitas vezes até vicio, já se prepara para ir atrás dos “bichos” e praticar os tiros e matança dos mesmos javalis.

É certo que muitos agricultores, principalmente os grandes oferecem algum tipo de recompensa aos caçadores, na tentativa de diminuir o prejuízo em suas lavouras, prêmios estes por cabeça de javali mortos, ou valores para reposição das munições gastas.

Portanto estes caçadores são a medida em que dão resultado na matança ou tem tempo para ir a caça incentivados a praticar suas atividades de caçadores, sendo certo que tudo dentro da lei, e do controle do IBAMA, e com a finalidade de equilibrar a população destes javalis predadores e que dão prejuízo as lavouras

Estas atividades de caça normalmente são em movimento e em busca de rastro, para ver os “bichos” e espreitarem, cercar e atirar nos mesmos.

É uma atividade diferente das que eram praticadas antigamente na caça de “pacas”, pequenos roedores comparados com o Javali, uma vez que os javalis podem atingir até 300 quilos, enquanto as pacas não passam de 15 quilos, estas eram caçadas normalmente em “cevas”, tratos colocados sistematicamente em carreadores que eram descobertos, normalmente próximos a riachos, onde as mesmas iam beber água.

Assim escolhiam um lugar no carreador, colocavam os alimentos, normalmente frutas, resto de frutas, milhos em espigas, e ficam eventualmente vigiando para ver se estavam comento, e então depois de alguma tempo, faziam sobre as arvores um tipo de casinha, “UM GIRAU”, com tabuas, ou galhos de arvores para acomodarem na espera da caça, e então em noites especiais os caçadores iram ficar a espera da caça, com faroletes e com a arma em punho passavam as vezes a noite toda sem nada ver, pois nem sempre as pacas mesmo cevadas vem todos os dias, e assim muitas vezes são vários dias de espera, passando a noite sobre o “GIRAU”, sobre as arvores com atenção e silencio absoluto a espreita da caça, ouvindo todos os ruídos da mata, do riacho que as vezes ficam próximos, bem como de outros animais.

Muitos seres humanos meditam, adquirem o hábito de meditarem em períodos programados por minutos, por horas muitas vezes repetindo isto diariamente, ou alguns dias por semanas em lugares previamente escolhidos para estas atividades.

O caçador na espreita não é muito diferente, só que em vez de tentar esvaziar a mente como aquele que medita, ao contrário ficam aguçando seus ouvidos e mesmo sua visão noturna para apreciar o movimento silencioso ou barulhento da mata onde passa suas noites sobre os “giraus” sobre as arvores.

Depois de horas, muitas vezes a noite inteira de espera, depois de dias de espera, uma paca pode surgir, as vezes acompanhadas de outras, e então no silencio da noite, quando se percebe a chegada da caça, vinha o prêmio, a possibilidade de ascender o farolete, alumiar a caça e disparar o tiro. Estava ali a adrenalina chegando ao êxtase, de conseguir dar um tiro. Este tipo de caçador de espera quando era permitido, também era um viciado que passava as noites trepada nos giraus das arvores, muitas vezes com frio, temperaturas muito baixas, as vezes por diversas horas, a noite toda, para a espera de um tiro que nem sempre acontecia.

O alimento do caçador nem sempre era a carne da caça, era a adrenalina da espera, até chegar ao tiro, ao abate da caça.

A carne da caça muitas vezes era doada a apreciadores, muitas vezes o caçador nem gosta do referido alimento.

É logico que no mundo atual estas caças não são licenciadas e não ocorrem mais, mas quando ocorriam com certeza muitos eram viciados em viverem nas escuridões trepados sobres os giraus, sobre as arvores a espera da possibilidade e um único tiro na caça.

Outros animais também eram caçados desta ou de outras maneiras, quase sempre não por dinheiro, não eram para venda, era para o exercício da caça, e para alimentar a família. 05.09.22

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 05/09/2022
Código do texto: T7598714
Classificação de conteúdo: seguro