...como água e óleo.

Está escrito e promulgado na constituição brasileira que o Estado é laico. Mas será mesmo?

Com a crescente expansão de igrejas e religiões no país noto cada vez mais que a fé se mistura com política e não sei até que ponto isso poderá trazer ainda mais polarização na sociedade que por outros motivos já discutem e se digladiam nas questões de cunho ideológicos, o que para mim é insensato e despropositado já que podemos e devemos debater todo e qualquer assunto que envolve interesses da população(e somos parte da mesma...) com civilidade, educação e racionalidade.

Claro que vivemos em um ambiente livre e democrático e não estou aqui afirmando que não é possível ter em nosso congresso representantes de organizações religiosas, porém creio que esse contexto reacende a desconfiança de que a presença religiosa na esfera pública a enfraquece, pois introduz uma lógica particularista no lugar onde só deveria prevalecer interesses comuns a nação. Tal presença afronta um pilar da democracia, que é a laicidade do Estado. Em minha opinião conceder espaço a correntes organizadas das religiões significaria reforçar os efeitos fragmentadores do diferencialismo, seja porque a pretensão de verdade do discurso religioso não combina com pluralismo e respeito à diferença, seja porque isso abriria a porta a que um número indefinido de demandas por representação e reconhecimento enfraquecesse os acordos coletivos essenciais e necessários à preservação de uma ordem democrática.

O conservadorismo moral e normalmente inflexível corriqueiramente associado aos agentes religiosos reforça a imagem de promover orientações de caráter individualista, pois é comum seus defensores sugerirem que o Estado deve ser movido a realizar políticas que estejam de acordo com o que o pragmatismo que a crença de cada doutrina prega.

Em um mundo cada vez mais globalizado e conectado as múltiplas culturas seria um contrasenso tais práticas, visto que toda e qualquer sociedade tende a se interagir viabilizando mais conhecimentos, oportunidades, sociabilidade e fomentando a plularidade e transformação em grupos, seguimentos e setores, alavacando aperfeiçoamentos e capacitação a todos sem distinção. Claro que tudo isso deve acontecer preservando valores éticos, morais e legais de cada lugar.

Então faço esse questionamento inclusive a vocês leitores se acham que política e religião devem se misturar ou continuar sendo como água e óleo?....

É para refletir.

Inté procês ...

Antônio de Magalhães
Enviado por Antônio de Magalhães em 16/08/2022
Reeditado em 22/08/2022
Código do texto: T7583419
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