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“Golpe do gás” e agressões: passageiras relatam insegurança em carros por aplicativo
Empresária Camila Andrade foi agredida por motorista de aplicativo; outras mulheres suspeitas de "golpe do gás"
Resumo da notícia
· Passageiras de carros de aplicativo relatam suspeitas de "golpe do gás"
· Mulheres contam ter sintomas de tontura, dor de cabeça e formigamento
· Outros casos denunciados são de agressões a passageiras
Era manhã de sábado, dia 4 de junho, quando a publicitária Carolina Oliveira solicitou um carro de aplicativo na região central de São Paulo. O destino era a casa dos pais, em outra zona da capital paulista. “Entrei, dei bom dia e a primeira coisa que ele me perguntou foi se ele poderia fechar o vidro”, conta. Ciente das denúncias de tentativa de doping nas redes sociais, ela respondeu que não. “Me chamou a atenção que não estava muito frio, mas ele usava touca, máscara e um casaco muito pesado”. Seguiram viagem.
Carolina também estava de máscara, mas começou a sentir sintomas de enjoo e formigamento nas mãos e no rosto, poucos minutos após entrar no carro. Com tontura, e mesmo na faixa do meio da pista, pediu para descer do veículo. “Vi um boteco na esquina e disse que esqueci de comprar uma coisa para o meu pai. Desci atordoada do carro e entrei nessa lanchonete”, relembra. Com os dedos trêmulos, só deu tempo de ligar para o namorado para contar o que aconteceu e pedir ajuda. “Fiquei com medo de pedir outro carro. Estava desesperada, chorando.”
Depois desse caso, Carolina só conseguiu utilizar o transporte por aplicativo acompanhada. Ao conversar com a reportagem, a jovem tinha um compromisso no dia seguinte, e planejava o itinerário. “Eu precisaria usar o carro de aplicativo, mas não me sinto segura. Prefiro ir de transporte público, mesmo acordando mais cedo. Não pretendo mais pegar [carro] sozinha, me deixou bem traumatizada”, relata.
No próprio sábado, a publicitária fez uma reclamação no aplicativo da Uber, e recebeu uma mensagem padrão da empresa e um crédito correspondente ao valor da viagem. "Nosso sistema investigou esse caso e encontrou uma solução de acordo com a nossa política", informa a mensagem. "Encaminhamos para o setor responsável. Um membro da nossa equipe entrará em contato com você".
Na terça-feira (7), a passageira voltou a reclamar por meio do aplicativo, mas não teve retorno até quinta (9), quando a reportagem do Yahoo! Notícias encaminhou as informações de Carolina para a plataforma, que entrou em contato. A empresa informou que o motorista está bloqueado temporariamente no app, enquanto a situação é apurada. Ela pretende fazer um boletim de ocorrência.
Carolina recebeu resposta padronizada do Uber, relatando o estorno do valor da viagem (Foto: Arquivo pessoal)
O carro de aplicativo é alvo de 8% dos relatos de abusos que ocorrem durante o trajeto das mulheres. A maioria dos casos de assédio acontece nos ônibus (40%) ou quando elas estão a pé (62%), caminhando na rua. Os dados fazem parte da pesquisa "Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade", divulgada em outubro de 2021 pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva. Ela identificou o gênero como fator de vulnerabilidade nos deslocamentos urbanos. 69% das mulheres já foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao saírem nas ruas, e 35% já sofreram importunação ou assédio sexual. O levantamento teve apoio da Uber e apoio técnico e institucional da ONU Mulheres.
A realidade de Carolina Oliveira, que só tem se sentido segura no transporte de aplicativo ao estar na companhia de alguém, é a de grande parte das mulheres ouvidas pela pesquisa. 80% afirmam que combinam com outra pessoa de fazer parte dos trajetos juntos. No entanto, todas as mulheres ouvidas pela reportagem estavam sozinhas.
Chamados de “golpe do spray” ou “golpe do gás” nas redes sociais, os casos têm sido compartilhados com o objetivo de alertar outras mulheres. M.C.*, de 28 anos, pegou um carro por aplicativo de madrugada, também na capital paulista, já ciente dos relatos de outras mulheres que afirmam ter passado por tentativa de dopagem.
“Comecei a sentir um cheiro muito forte. Parecia acetona. Aí, eu me toquei. Era um dia frio. Só a janela do motorista estava um pouco aberta, as minhas estavam fechadas. Quando percebi que era o golpe, abri todo o vidro e pus toda a cabeça para fora, para conseguir respirar”, descreve.
M.C. estava sem máscara, mas o motorista usava o item de proteção. A passageira não chegou a desmaiar, mas acredita que a velocidade em abrir as janelas foi essencial para escapar. Em seguida, compartilhou o trajeto com um amigo, para que alguém se certificasse de que ela chegaria em casa em segurança.
“Cogitei pular do carro, mas estava sozinha, de madrugada, sem ninguém em volta. Fiquei com ainda mais medo”, lembra. M.C. não identificou de onde o cheiro vinha, mas notou que, ao lado do álcool em gel no porta-copos, havia um borrifador.
Ao chegar em casa, a passageira relatou no aplicativo da Uber o ocorrido. No dia seguinte, conta que recebeu um e-mail padrão da empresa, prometendo uma ligação, que nunca aconteceu. Após mais uma reclamação, M.C. recebeu apenas o estorno do valor da viagem. “Foi um absurdo o atendimento deles. Disseram que estavam ali, caso eu precisasse de apoio para registrar um boletim de ocorrência, e que tomariam as medidas contra o motorista, mas não disseram quais.”
Quando tentou registrar um B.O., esbarrou na falta de uma tipificação do crime. Em contato com advogados, ouviu que dificilmente conseguiria retorno. Por isso, M.C. desistiu de seguir adiante. “Foi quase pior o que aconteceu depois: ver que ninguém se importa, que registrar não daria em nada e, sem provas, poderia até ser processada por difamação. Foi frustrante.”
Outro caso similar aconteceu no Distrito Federal, com a estudante Juliana Duarte, de 19 anos. Quando ela entrou no carro, todas as janelas estavam fechadas, com exceção daquela do motorista. Ela percebeu que havia algo de errado quando viu que não poderia abrir a janela – as manivelas das portas traseiras tinham sido retiradas.
Ao entrar no carro, jovem notou que não havia manivela para abrir a janela (Foto: Reprodução)
“Eu não vi nenhum gás, apenas senti um cheiro estranho e alguns sintomas como tontura, falta de ar e coração acelerado”, descreve. Juliana acredita que teve sorte, pois o trajeto era curto.
A jovem preferiu não reportar o caso, nem registrar um boletim de ocorrência, por medo. “Ele me buscou em um lugar que frequento muito e me deixou na frente da minha casa. Então, ele sabe onde eu moro”, afirmou.
Outras mulheres foram ouvidas pela reportagem, mas revelaram receio de sofrer retaliação ou serem identificadas pelos motoristas. Todas disseram estar traumatizadas após o ocorrido.
Ao Yahoo! Notícias, a Uber declarou que não há inquéritos que comprovem as tentativas de dopagem de passageiras por parte de motoristas parceiros (leia a nota completa ao fim da reportagem).
Substâncias evaporam rapidamente
Ao passar por uma situação como essa, o ideal é submeter a substância a uma análise toxicológica. “Se tiver sido dado um frasco para ela [vítima] beber ou cheirar, é importante tentar recolher esse material. Se cair na roupa, também”, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Toxicologia Rafael Lanaro, membro do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas (CIATox/UNICAMP). Ele orienta a vítima a procurar um hospital.
Se a pessoa ainda estiver sob efeito da substância, também é possível coletar material. “Geralmente, essas substâncias tendem a ter uma eliminação muito rápida [do organismo]. É importante procurar ajuda médica imediatamente, relatar a circunstância e coletar sangue e urina para encaminhamento de exame”, diz. Mas, na prática, a identificação é difícil.
Assim como os sintomas aparecem rapidamente, eles também podem passar em questão de minutos. “Se você pega uma garrafa cheia de éter, ela evapora em cerca de 10 minutos com 30, 40 graus”, exemplifica. Ainda assim, ele encoraja que as vítimas procurem auxílio médico, e afirma que os laboratórios de toxicologia trabalham com equipamentos de alta complexidade para rastrear as substâncias.
O especialista explica que os produtos que produzem esse mal súbito, como perda de consciência, têm relação com substâncias que produzem efeito anestésico ou solventes, como clorofórmio, diclorometano, éter e tolueno. “São substâncias que atuam no sistema nervoso central e interrompem a transmissão sináptica. A parte neurológica fica comprometida. Esses compostos, inalados em grande quantidade por uma pessoa predisposta, podem causar até mesmo uma parada cardíaca”, explica. São produtos com a capacidade de sedar uma pessoa e, antes da evolução da anestesia, a história da medicina relata que os solventes já foram utilizados em cirurgias.
Algumas dessas substâncias são acessíveis em casas de construção e pintura, por exemplo, e até em formato de spray. Rafael Lanaro diz que “ser de fácil ou difícil acesso é muito relativo. Com a internet, você consegue comprar muita coisa. Mas, obviamente, há legislações que controlam essas substâncias. Muitos produtos são controlados pela Polícia Federal e Exército”.
Por que só a vítima sente os efeitos?
A pergunta é frequente em publicações das vítimas nas redes sociais. Apesar disso, cada relato apresenta uma dinâmica diferente. Em algumas denúncias, os frascos foram cedidos às vítimas para utilizar ou cheirar. Outras disseram que houve aplicação do spray no ar e, algumas relataram, ainda, cheiro forte na parte posterior do automóvel. Neste caso, o motorista pode, sim, ser atingido pelos efeitos. Mas, se a vítima estiver sem máscara, ela estará mais vulnerável. “Em uma situação hipotética, se o golpista aplicar a substância no banco de trás ou na região próxima ao nariz, como no encosto do carro, ela [vítima] vai inalar mais aquele produto e pode se sentir mal. Se a janela da frente estiver aberta e a de trás, fechada, ele [motorista] não vai se expor tanto como a passageira. Depende da concentração da substância. Mas, obviamente, é um risco para ambos”, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Toxicologia.
O que fazer para se proteger – e como evitar
A recomendação é o uso de máscaras com boa vedação, como o modelo PFF2 ou N95, que normalmente são utilizadas por profissionais da saúde e que funcionam como uma barreira de proteção para substâncias químicas. “Obviamente, ela não vai ser 100%, mas consegue oferecer uma proteção se for um solvente orgânico, por exemplo”, orienta o especialista em toxicologia Rafael Lanaro. Outra medida é associar a máscara a uma boa ventilação, ao abrir os vidros do carro. Isso diminui o risco de intoxicação.
Ana Paula Braga, advogada especializada em direitos das mulheres, recomenda que as passageiras sempre confiram a avaliação dos motoristas e, antes de entrarem no carro, verifiquem a placa, modelo do veículo e nome do condutor. “Uma vez dentro do carro, é recomendado não aceitar nenhum tipo de comida, bebida ou produtos oferecidos”, alerta.
“Caso a vítima note algum comportamento suspeito (como o uso de algum spray), é importante que ela tente sair do veículo de forma segura. Pedir para parar o carro, e até lá deixar as janelas abertas. Caso haja resistência do motorista, acionar ou pedir para que algum conhecido acione a polícia militar também pode ser necessário. Outra ferramenta de segurança é compartilhar a corrida com algum conhecido, e vários aplicativos oferecem essa possibilidade.”
A advogada explica que, pela legislação brasileira, dopar alguém não é crime. Tudo depende do que for feito com a vítima dopada. “De toda forma, se a vítima perceber que está sofrendo o golpe do doping, é importante denunciar administrativamente o motorista no próprio aplicativo. Se a vítima sofrer algum dano, como furto ou violência física ou sexual, deverá realizar boletim de ocorrência na Polícia Civil.”
Jaqueline Valadares, delegada da 2ª Delegacia da Mulher da cidade de São Paulo, orienta que, caso a vítima suspeite da tentativa de dopagem, busque uma delegacia para registrar os fatos. Segundo a delegada, autoridades têm feito buscas ativas a partir de relatos nas redes sociais, com o objetivo de que as vítimas registrem o boletim de ocorrência.
“O que temos notado é que está tendo muitos relatos na internet, e os registros não refletem isso. É importante que elas façam o B.O. para que elas sejam encaminhadas para a perícia toxicológica”, explica.
Subnotificações e medo de denunciar
Foram relatados pela imprensa ao menos três casos no Rio de Janeiro, dois no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Pernambuco, e um em Minas Gerais e no Distrito Federal. Três deles foram investigados e descartados pelas autoridades. A reportagem do Yahoo! Notícias procurou as Secretarias de Segurança dos estados, que não sabiam ou não conseguiram informar se há outros registros por meio de boletins de ocorrência, já que não existe uma padronização dos documentos. A secretaria de Minas Gerais (SEJUSP), por exemplo, informou que "os dados são de boletins de ocorrências e ainda não há o filtro "motoristas de aplicativos". Este filtro já está sendo trabalhado para que, em breve, o dado possa ser estratificado".
A do Rio Grande do Sul (SSP) apontou que não há tipificação específica que permita fazer a contabilização desse tipo de relato, porque o registro inicial é variável. Isso significa que as ocorrências podem ser enquadradas em uma série de tipos penais, como ameaça, tentativa de estupro, entre outros. "Para tentar uma contabilização de casos semelhantes, seria necessário fazer a leitura, uma a uma, de todas as ocorrências envolvendo motoristas e passageiros de transporte por aplicativo no Estado em um determinado período, o que é inviável", informou a Secretaria.
Além disso, o número de boletins de ocorrência sobre os casos ainda é baixo, o que dificulta as investigações. “Quanto mais boletins a gente receber sobre o tema, isso vai subsidiar melhor as investigações, para verificar a dinâmica que está acontecendo, qual a finalidade disso, se é sexual ou patrimonial, por exemplo. Quanto mais elementos a gente tiver para embasar as investigações, melhor. Até para verificar se foi o mesmo motorista, se são motoristas distintos, se tem um vínculo específico entre eles”, explica a delegada de São Paulo Jaqueline Valadares.
Outro problema é o temor de mulheres ouvidas pela reportagem de denunciar e, depois, sofrer um processo por denúncia caluniosa. A delegada, no entanto, afirma que não há motivo para isso, mesmo que a tentativa de dopagem não seja confirmada. “Quando a mulher vem nos procurar, é sem dolo ou fazendo uma comunicação falsa. Se for apurado que não houve, que foi um mal entendido, não há o dolo da vítima em fazer a calúnia. A princípio, elas não precisam ter medo de denunciar, porque não há a intenção de mentir, a intenção é fazer a apuração”, diz a delegada. Na prática, no entanto, duas mulheres já foram indiciadas por denunciação caluniosa.
Uma delas é a jovem que denunciou ter sido intoxicada por um motorista que dizia produzir aromatizantes, caso que ocorreu no início de março. Ela alegou que seguiu viagem com as janelas fechadas, sentiu cheiro de enxofre e se atirou do carro em movimento, na iminência de um desmaio. Foram analisadas câmeras de segurança e o laudo de atendimento no hospital, onde a jovem foi atendida com lesões. A Polícia Civil entendeu que não houve crime e, após vistorias no carro e na residência do motorista, nenhum produto suspeito foi encontrado.
Em caso semelhante no Rio de Janeiro, a investigação informou que o produto utilizado pelo condutor do veículo era somente álcool 70%. A defesa do condutor informou que vai abrir um processo de calúnia e difamação.
Um terceiro inquérito foi concluído sem encontrar provas do crime. Em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, uma passageira relatou, no final de 2021, que foi oferecido um produto para limpar a tela do celular e dos óculos — e ela passou mal após inalar a substância. A ocorrência foi registrada como tentativa de estupro de vulnerável, mas a Polícia Civil não encontrou entorpecente no veículo. Nesse caso, não houve indiciamento. A delegada Clarissa Demartini, responsável pelo caso, diz que “não vislumbrou dolo por parte da vítima”.
Violência em aplicativos de transporte
Em meio às denúncias de golpe do spray, imagens de uma agressão contra a empresária Camila Andrade, de 34 anos, viralizaram nas redes sociais. O caso aconteceu no final de maio (29), numa noite de domingo, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.
Por meio do vídeo, flagrado por uma câmera de segurança, é possível ver a passageira entrando no automóvel. Ela conta que foi xingada por se recusar a pagar um valor extra pela viagem, e também não aceitou cancelar a corrida, para que não fosse multada pela plataforma. Ao desembarcar do veículo e fotografar a placa do automóvel, o condutor também saiu do carro e começou uma discussão. O primeiro tapa na empresária desencadeou uma série de agressões, até que vizinhos apareceram para interferir na situação. “Ele ficou me enforcando, eu achei que eu ia morrer”. A passageira também disse que ficou com os seios à mostra ao ser golpeada.
Ao Yahoo! Notícias, Camila contou que recebeu uma série de relatos parecidos com os dela após divulgar o vídeo nas redes sociais. "Minha vida não é mais a mesma. Não consigo trabalhar, não consigo sair, porque meu coração acelera. Meu psicológico ainda está bem abalado", afirma a empresária, que começou a fazer terapia na última quinta-feira (9) para lidar com o trauma. Desde o ocorrido, ela permanece na casa de familiares. “Não consigo dormir na minha casa, estou com medo de voltar”, conta.
O caso foi registrado na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte e está em fase de investigações. A 99 tem mantido contato com o advogado responsável pela defesa da empresária. Em nota, a plataforma disse que está sensibilizada e não tolera o ato de violência contra Camila Andrade. "Assim que tomamos conhecimento do ocorrido, banimos o agressor da plataforma e não mediremos esforços para que a justiça seja feita. Todos os dados relacionados ao condutor envolvido no crime foram entregues à polícia.”
O que dizem a Uber e a 99
A Uber afirmou que, até o momento, só houve uma denúncia sobre o chamado “golpe do cheiro”, em referência ao ocorrido em Canoas. “E o caso foi encerrado após o inquérito policial, já que, de acordo com as autoridades, não houve elementos de prática de crime. No Rio de Janeiro, o laudo pericial atestou que não foram encontradas substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva”, disse, em nota.
A empresa ainda acusou a imprensa de não checar o ocorrido nas denúncias feitas pelas vítimas, baseando-se na falta de inquéritos que comprovem a tentativa de golpe. “Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.”
Ao mesmo tempo, a empresa garante que “trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei”.
A 99 afirmou que tem uma política de “tolerância zero” em relação a qualquer forma de violência, assédio ou violência sexual. Em nota, a empresa disse que orienta que passageiras que tenham sofrido qualquer tipo de violência reportem o caso imediatamente à empresa, por meio do aplicativo, ou pelo número 0800-888-8999, “disponível 24 horas por dia, para que as medidas cabíveis sejam tomadas e para seja oferecido todo o suporte e acolhimento necessários”.
“A empresa dedica seus esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres. Entre os recursos de segurança, a plataforma conta com inteligências artificiais que identificam potenciais riscos e direciona motoristas mais bem avaliado ou motoristas mulheres para as passageiras; monitoramento em tempo real de todas as corridas; compartilhamento de rota com contatos de confiança; gravação de áudio e botão para ligar direto para a polícia.”