De 789 a 1956; Marrocos, doze séculos de luta

De todos os estados atuais muçulmanos, Marrocos é um dos poucos que preservou a sua independência por mais de um milênio.

Foi somente no século 20 que o país teve que se submeter a uma potência estrangeira, a França. No entanto, esse protetorado durou apenas meio século, de 1912 a 1956 (menos longo, do que a ocupação da Polônia pelos soviéticos e alemães de 1939 a 1989!).

Marrocos: Uma ponte entre Ocidente e Oriente

O Marrocos, situado entre a ponta ocidental do continente africano, ( mais de 38 milhões de habitantes) estende-se ao longo da costa atlântica, numa área de 450.000 km2 (710.000 km2 incluindo o Saara marroquino.

O reino tem quatro "cidades imperiais", herdeiras de sua longa história: a atual capital Rabat, bem como as capitais anteriores Fez, Marrakech e Meknes.

A metrópole econômica é, no entanto, o porto de Casablanca, desenvolvido pelos franceses.

Uma história agitada

Os romanos, que submeteram todas as margens do Mediterrâneo ao seu domínio, não pouparam o Marrocos, chamado na época Mauritânia tingitane (ou seja, o país dos mouros da região de Tânger). Eles construíram a cidade de Volubilis ( entre a cidade de Fes e Meknes) localizado de Zehroun, cujas belas ruínas mantidas para as visitas.

Foi nas montanhas que cobrem a maior parte do país que as tribos berberes mantêm suas resistencias contra os romanos, principais invasores e outros que os antecederam.

Lembrando do reinado do imperador Diocleciano, no final do século IV, os romanos sô considguiram manter apenas uma presença minima na costa, em torno de Tânger.

Antes que os árabes surgissem no século VII, logo após a morte do Profeta que a paz de Deus esteja sobre ele, Maomé, trazendo consigo a sua língua e sobretudo a religião muçulmana.

– Os Idrissids (789 - Século X)

O mausoléu Moulay Idriss - CIDADE DE FES

Trata-se de um árabe descendente do Ali e Fátima, filha do profeta Maome, refugiando-se no Médio Atlas onde os berberes ( povo amazigh) nativos em 789, os suportaram sob o nome de Idriss Primeiro, fundador do estado marroquino.

Tal Idriss I foi assassinado por um agente do califa abássida, ( proveniente do Oriente Medio), seu filho póstumo, nomeado Idriss II, assumiu a lideranca, fundador da primeira dinastia real do Marrocos, cuja cidade do Fes, capital.

Pouco antes do ano Mil, os chamdos Idrissides foram derrotados pelos fatímidas, invasores árabes do Egito e Ummeyyads do Emirado de Córdoba, na Espanha.

Uma nova dinastia, estritamente berbere, ( amazigh) se instaura nas dunas do Saara, dentro da tribo Sanhadja, provenientes dos dos tuaregues ( homens vestido de azul do deserto).

– Os Almorávidas (1069 - 1147)

A era dos almorávidas foi conhecida por destruir o reino africano de Gana, nas margens do Níger, em 1058, antes de seguir ao norte. Eles fundaram a cidade do Marrakech, a segunda cidade imperial do Marrocos, forjando o nome do país.

Os quais foram travessando o Estreito de Gibraltar, resgatando os emires omíadas, face à ofensiva do rei cristão de Castela Afonso VI ( espanhol) (assistido por um famoso cavaleiro, o Cid).

– Os almóadas (1147 - 1248)

No Alto Atlas,( montanhas) um estudioso chamado Ibn Toumert prega um retorno à fé na unicidade de Deus.

Após a sua morte, seus discípulos, os almóadas (palavra árabe que significa aqueles que proclamam a unicidade de Deus), mantendo uma guerra contra os almorávidas.

Reinando brilhantemente sobre o império marroquino por meio século, até que eles fossem derrotados pelos cristãos em 1212 em Las Navas de Tolosa.

– Os Merinídeos (1248 - 1548)

No Marrocos propriamente dito, o líder berbere Abou Yahia expulsou os últimos almóadas e fundou a dinastia Merinid.

Após algumas grandes conquistas no campo artístico e cultural, os Merinidas não conseguiram portanto enfrentar a expansão dos portugueses que ocuparam o porto de Ceuta, próximo ao Estreito de Gibraltar, em 1415, e começaram a explorar a costa.

– Os Saadianos (1548 - 1660)

No início do século XVI, os Saâdiens, berberes do Vale do Draâ, exasperados pelas ofensivas cristãs, revoltaram-se contra os Mérinides e os expulsaram do poder.

Fundando a sua própria dinastia, eles iniciam uma guerra santa contra os portugueses.

Foi assim que a cidade do Agadir maritima foi reconquistada em 1541...

Ao mesmo tempo, os Saadianos uniram forças com os espanhóis para enfrentar a ameaça turca!

A grande final aconteceu em 4 de agosto de 1578, perto de Ksar el-Kébir (ou Alcazar Kbir, situado no cento oeste), onde marroquinos e portugueses se enfrentaram.

Foi numa batalha, chamada de "Batalha dos Três Reis", provocando dois anos depois à anexação de Portugal pela Espanha!

Enquanto o líder Ahmed IV el-Mansour leva a dinastia Saadiana ao seu auge. Realzou uma expedição vitoriosa contra o império africano de Songhai em 1591, permitindo-lhe enriquecer sua capital com ouro do Sudão.

- Os Alauítas (1660 -)

Os Saadianos acabaram sendo vítimas dos recém-chegados, os Alaouites de Tafilalet, forjando o seu nome de um relacionamento distante com Ali, o genro do Profeta!

É o herdeiro desta dinastia que governa e dirige o Marrocos.

O filho do fundador, Moulay Ismail, contemporâneo de Luís XIV, mudando a sua capital para Meknes, 60 quilômetros de Fes e não muito longe da antiga Volubilis nome romana ( Mekenes). Face as diferentes ofensivas europeias e guerras contra as tribos berberes, rebeldes das montanhas. Atribuindo-lhe o embelezamento da sua capital e a construção da famosa porta monumental Bab el Mansour. (portão Bab el-Mansour, em Meknes (1732)

–O Protetorado francês (1912 - 1956)

Tratando de Seus herdeiros, menos vigorosos, os quais tiveram que enfrentar crescente pressão dos europeus

Retorno triunfante do Sultão Mohamed V a Rabat em 1955

Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, em 1912, ao final do confronto entre Berlim e Paris, o país tornou-se um protetorao francês, enquanto a região de Tetouan, ao norte, e a de Ifni, ao sul, são sob colonização da Espanha.

O General residente do sultão, General Hubert Lyautey tem modernizado ousadamente a infraestrutura, respeitando as instituições do sultanato.

Mas, por sua vez o governo geral, Lyautey tem sido repudiado por seu governo frances quando ocorre a revolta de Abd el-Krim. Seguida a chamada pela França.

Paris tentou através manobras, utilizando o dahir berbere de 16 de maio de 1930, mobilizar as tribos berberes contra as autoridade do sultão.

É o início de uma agitação nacionalista que não cessou até um quarto de século depois, com o advento da independência.

O sultão trocou seu título pelo de rei, sob o nome de Mohamed V.

Em 26 de fevereiro de 1961, seu filho Hassan II o sucedeu, depois do falecimento do Rei Hassan II, 1999, foi intronizado o seu filho Mohammed VI. Considerado rei do pobres, modernizador do reino do Marrocos.

Said EL MOUTAQI

Pesquisador

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 17/06/2022
Código do texto: T7539388
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