BARROCÕES DA VIVÊNCIA INTRIGAS
BARROCÕES DA VIVÊNCIA INTRIGAS
Nos Barrocões da vivência, vivem pessoas, famílias, comunidades de religiões diferentes, comunidades de interesse em certa atividade.
Onde tiver mais de uma pessoa poderá haver manifestação a favor e contra a algum assunto particular ou publico contra pessoas, famílias.
O comportamento particular de uma pessoa nestas comunidades poderá afetar os relacionamentos, trazerem alegrias ou tristeza a alguns e dessabores a outras.
As pessoas agem muitas vezes por interesse pessoal na “surdina”, chegando a criar fatos criminosos como caluniar, roubar, furtar, etc.
É comum nas divisas de propriedades rurais haverem cercas de arame de dois, três, quatros, ou mais fios podendo ser arames lisos, farpados, ao contrario da cidade onde normalmente são verdadeiras muradas para impedir a passagem, acesso de animais como cachorros, gatos e pessoas.
Na zona rural este controle de cerca e muralha é menor e devida as grandes extensões destas divisas. Nem sempre estas cercas divisórias são eficientes para conter os animais, lá de grande porte como bovinos, bubalinos, muares, equinos, que eventualmente forçam estas cercas e acabam rompendo a mesmo dando passagem de uma propriedade a outra.
Normalmente o dono da criação conhece suas crias, seus animais, mas eventualmente se trata de gado nelore em quantidade, todos brancos com a mesma aparência, e se não estiver bem marcados, nem mesmo os donos conseguem identificar e por isto que as marcações são importantes para poder saber quem é o dono.
Quem vê um animal estranho em seu cercado não pode sair anunciando se acha muitos donos, muitos mal intencionado querendo levar vantagem, assim e normal esperar que quem tenha animais extraviados venham dar notícia, e desde que a noticia seja identificada pelo tipo, cor, marca, idade e desde que “batam” com a identificação do animal invasor, depois de mais alguma precaução, principalmente se tem marca, poderá então o proprietário do local invadido dar noticias que existe um res, um animal em seus cercados que podem ser o procurado, e então tentar reunir os animais para vistoria, e muitas vezes quem está procurando a ver os animais identifica corretamente o animal fugitivo, mas mesmo assim o dono do cercado não identificará o animal invasor, quem tem que fazer isto é o dono do animal perdido, tudo de forma que não surja a possibilidade de quem estiver procurando poder usar de má fé e levar o animal invasor sem ser o seu.
Nestes costumes de vizinhança quase sempre surgem os bens intencionados e os mal intencionados, aqueles que querem levar vantagens e aqueles que querem o que é certo sendo bons vizinhos, e destas relações lá no barrocão de vez enquanto surgem “arranca rabo” que deixam sequelas e comentários benéficos e maléficos a favor de um ou de outro, e sempre existirá alguns que todos desconfia.
No tanger das grandes boiadas muitos são afamados por levar todas as rezes que por curiosidade venha a se aproximar da boiada tangida, aumentando a quantidade quando chega ao destino, sendo normal também, muitos ir se desgarrando e ficando para traz, e dependendo das boas intenções de um lado ou de outro ser noticiados e recuperados os desgarrados ou agregados a boiada, ou mesmo indenizados pelos valores que muitas vezes são pactuados de comum acordo.
Como disse quando aparece uma rez em nosso cercado não damos noticia a não ser que alguém esteja procurando algum animal com a mesma característica e mesmo assim não mostramos a res, o dono do animal evadido, tem que identificar com segurança para poder ter o direito de retirada, e as vezes se exige a marca, animal sem marca é animal sem torna dono sem direito a retirada da propriedade onde a mesma se encontra, quem não cuida com a marca normalmente perde; Quando o animal não tem marca, normalmente o dono da propriedade invadida se torna dono, é um costume que vem de mais de 400 anos.
Assim se tiver um animal sem marca e tiver condições de reconhecer é importante procurar pelas propriedades vizinhas adentrando nas propriedades, situação que é possível, pois como é normal animais atravessar cercas, também é normal ter portão (colchete de acesso de uma para a outra propriedade para estes fins, isto quando não é servidão de acesso as estradas municipais ou mesmo estradas para veículos automotor, assim as vezes havendo necessidade do dono da rez evadida de vistoriar a propriedade do vizinho, identificar a rez evadida e daí, chegar ao dono da propriedade de forma firme, dizendo que a rez dele está no pasto/invernada tal do dono, e que quer combinar a retirada, como um imposição, mas mesmo assim se não tiver marca, muitas vezes vai dar querela na justiça,
As vezes nem por ser má fé, as vezes por que dono da propriedade só tem controle da quantidade e não do conhecimento de cada rez em sua propriedade, e se não tem marca e não está sobrando, isto é a quantidade de rezes na propriedade não está sobrando, não permite a retirada de forma amigável.
Com se viu das descrições acima esta relação de vizinhança quanto a movimentação e animais atravessando as cercas de uma propriedade é muito normal e quem tem animais precisa conferir, pelo menos uma vez por semana, quando não todos os dias, pois é a coisa mais normal da vida e desse tipo de atividade um ou mais animal fugir para a propriedade vizinha.
É certo que dependendo da relação de amizade dos vizinhos acessar a propriedade do vizinho é proibido e defendida com arma de fogo, ou com relação de invasão na justiça, nesses casos sempre há necessidade de se comunicar através de autorização expressa pessoal com os proprietários, ou através de terceiros com boa relação entre as partes.
É comum também o proprietário invadido as vezes separar o animal, fechar em pequeno piquete, ou mesmo no currar, sem água e comida, e sabendo ser de alguma vizinha de cerca ou as vezes mais longe, mandar avisar para que retire no prazo curto, explicando que o animal se encontra fechado e sujeito a sofrer caso não seja retirado.
É normal também que quem tem a propriedade invadida, muitas vezes teve trabalho, ou as vezes o animal invadido fica na propriedade por meses e até anos, cobrar para que o animal seja retirado, está cobrança só não é feito quando os vizinhos de cerca é amigo, quando sempre uma animal daqui e dali estão passando de um lado para outro.
Quando um animal desaparece, se procura primeiro na própria propriedade, principalmente nas barrocas, erosões, brejos atoladores lugares onde podem ficar enroscados, muitos locais na propriedade podem prender as rezes, já vi animal que ficou enroscado no fio cabo de aço que escora o poste de energia que passa pela propriedade, como é amarrado da parte de cima do poste, e fixado no chão a uma distância de mais ou menos de 3 a 10 metros, forma um ângulo junto ao chão e dependendo da declividade do terreno, o animal pode escorregar e se prender nesta escora. Outro local normal dos animais enroscarem é nos ciposeiros existente nas restingas de mata e não conseguirem se desenroscar sozinho, assim antes de procurar nos vizinhos se procura nos locais prováveis dentro da própria propriedade, para só depois então começar a procurar nas propriedades vizinhas.
Em muitos locais as divisas são naturais como grotas profundo que impedem acesso de uma propriedade a outra, nos tempos mais antigos, existiam valas construídas pelos proprietários para conter animais, principalmente criadores de porcos, valas estas com barrancos a 90º, que impedia a descida dos porcos e a subida do outro lado para a propriedade vizinha, estes valos era comum há mais de 100 anos atrás quando a aquisição de arames era impossível no dia a dia, ficando inclusive como elementos para as escrituras de vizinhança.
Era normal também cerca de porco com planta parecida com os ananás, chamada em nossa região como “caraguatá”, que plantada uma ao lado da outra crescia e seus espinho impedia que os animais atravessassem, também desapareceu este tipo de cerca, hoje além das cercas de arame farpado, lisos, alguma propriedade tem arvores de “sanção do campo”, mutas e sementes importado do nordeste brasileiro, com defeito de crescer muito e se tornar grandes arvores o que acaba perdendo a finalidade, uma vez que os espinhos estão nos galhos e quando cresce estes galho ficam alto dando passagem por baixo, salvo se for mantido podado para não crescer.
Falando em cercas naturais, os grandes rios também servem de cerca naturais, bem como de bebedouro de água para os animais, que dificilmente embrenham no meio do rio para passar para o outro lado do rio propriedade de vizinho. É certo que todos os animais tem capacidade de nadar e se por alguma motivo caírem no rio, por escorregão ou briga, se não achar um lugar fácil para retorno a propriedade, ou as vezes com alta correnteza dos rios são levados rio abaixo e muitas vezes acabam por sair do lado errado do rio na propriedade de vizinhos e terão que serem procurados lá também, e nestes casos a travessia dos rios pelos campeiros de animais invadidos é atravessar sobre os animais a nadar, caso em que tiram a cabeçada, o freio/bridão para que o animal possa ficar mais confortável nadando sem beber agua na travessia a nado.
É certo que no Barrocão da vivência, não tem grandes rios e então necessários cercas que impeçam os animais de atravessar e dai as cercas são “serpenteadas”, isto é, ora do lado do vizinho dando bebedor de água de nosso lado, ora é de nosso lado, dando bebedor de água parra o vizinho.
Não há muito tempo houve uma querela em reforma de cerca deste tipo, quando o vizinho novo que adquiriu a propriedade resolveu renovar a cerca e acabou por eliminar alguma aguada ou bebedouro do vizinho do outro lado do rio.
Muitas vezes o alerta, passado alguns dias do sumiço é os urubus, uma vez que a rez fica enroscada e vem a morte, ou mesmo antes da morte os urubus carniceiros começam a sobrevoar o local em circulo a certa altura que permite a descida do voo, e este alerta faz buscar no local que os urubus estão vigiando e por muitas vezes acabamos por localizar, é certo que as vezes por picade de cobras estes animais são mortos e local de terreno plano, em local que não procuramos e dai normalmente são os urubus que localizam para nós.
Assim dito acima, não encontrando a res em nossa propriedade, tem que ir a busca nas propriedades vizinhas, muitas vezes noticiando aos vizinhos e amigos que temos uma ou mais res desaparecida, e na maioria das vezes isto também funciona e nos indicam onde as mesmas se encontram e partimos para a negociação da retira.
Quem tem propriedade na beira da estrada, principalmente as municipais, estaduais ou federais mais movimentada estão muito sujeitas a roubo, ou que os animais vendo o capim mais verde de outro lado da cerva evadam do cercado para comer na rodovia causando perigo para si e para os veículos que passam em velocidade e possam serem atropeladas e pelo grande caminha causando acidentes de natureza grave.
Sempre terão os espertinhos que arruma um jeito de roubar/furtar um ou mais animal da propriedade e tanger estes animais para pastos/invernadas mais longe, sem grande possibilidade de acesso dos proprietários furtados, não muito recente um lote foi furtado no barrocão e levado a mais de 20 km para o outro município e Estado, e a vitima descobriu após diversas informações e foi a procura e achou tomou a lei nas próprias mãos, invadiu a propriedade e retirou os animais furtado e trouxe de volta para o barrocão.
Animais que vazam para a via publica muitas vezes são tangidas por malfeitores mal intencionados para locais longe para tentar se tornar proprietário destes animais, quando observando estar gordos pronto para o abate, já acabam abatendo e ou transportando para abate e vendendo, não deixando rastro do fato criminoso.
Problema existem de propriedade que tem servidão de passagem para outras propriedade nos fundos destas, fechadas por portão e quando a passagem eram feitas por animais montados, os cavaleiros conseguiam abrir e fechar montados e assim mantinha fechados, mas com o advindo dos veículos parar, sair do carro, abrir, entrar no carro passar e fechar de novo nem sempre é feito com prazer e ai começam intrigas de deixar aberto, pois acreditam que seria por pouco tempo o retorno e que neste intervalo as rezes e outros animais que não estão próximo a porteira irão sair e acabam por evadir para a via pública.
Existe uma regra se passar por uma porteira fechada, mantenham fechada e se passar por uma porteira aberta por favor fechem, isto tudo quando estas porteiras não forem controladas por fechaduras, cadeados, que só passam que tem as chaves.
Muitos vizinhos dos fundos criam problema continua de começar a deixar aberto causando a fuga de animais para a via publica e ai acabam dando problema de vizinhança e a saída para isto é a construção de “mata burro”, uma construção normalmente de ferros ou madeiras que aguentam a passagem de carros e caminhões por sobre a mesma e assim sem porteira é possível passar de uma lado para outro da cerca pelos veículos, contudo é respeitada pelos animais que teria os pés presos nos buracos dos “mata burros”. É certo que em caso das construções dos matas burros necessário se faz a manutenção de porteiras para passagem de animais tangido, ou montado, ou ainda de charrete, carroça ou carros de boi, então a porteira também se necessário quando o ‘mata burro” sinistrar, então a porteira é uma opção de passagem.
Também no barrocão uma destas porteiras de passagem para a propriedade dos fundos começou a ficar aberta então a propriedade de passagem construiu um mata burro para servir o serviente da servidão, que não fez a manutenção e acabou por achar melhor aterrar o mesmo para passagem de carro, abrindo em razão disto demanda na justiça.
Mas como começamos a falar logo no inicio destas descrições das rezes que evadem daqui e dali, e como todas as propriedades tem divisas com várias outras quando surgem um rez evadida, as vezes o administrador ou proprietário da propriedade incautamente dá noticia a quem não deve que tem rez que não é da propriedade na boiada, e então não a muito tempo algo assim aconteceu no barrocão da vivencia, e logo achou dono malfeitor “ladrão”, que se apresentou como dono e em verdadeira quadrilha com o vizinho com caminhão combinaram a retirada, que acabou sendo feita.
Mas o administrador que entregou o gado apesar de negociação da retirada com o suposto dono que se apresentou por telefone desconfiou e ainda acabou lembrando de uma visita no pasto/invernada de outro vizinho para retirar uma res sua que tinha atravessado e então acabou por ligar para este vizinho contando o que tinha acontecido de ter entregado uma rez para o sobrinho deste tio e primo argumentando que tinha a impressão que a rez retirada não era de quem retirou e sim poderia ser então do tio e assim após a constatação armaram uma gravação com o sobrinho telefonando para o mesmo para perguntar se a vaca e o bezerro tinha chegado bem, após ter sido retirado com caminhão por outro vizinho, e foi confirmado que tinha chegado bem sim, caracterizando então o furto por enganação da vaca e bezerro do tio. E foi assim que foi chamada a policia e após alguns apertos daqui e dali foi confessado o furto ardiloso e dirigindo então para a propriedade vizinha do dono do caminhão policia e sobrinho algemado e após algum aperto, e mesmo tendo este vizinho soltado a vaca para as pastagens e tudo isto a noite, o que tornaria impossível a confirmação, mas o bezerro ficou para traz no curral e acabou por denunciar o fato furtivo de tentativa de roubo dos animais.
É certo que outros animais já haviam subido recentemente, e havia desconfiança destes furtos, e assim com a prova estavam todos prontos para a condução dos meliantes criminosos para a delegacia, mas levando em consideração serem tios, sobrinhos, vizinhos com quem haveria necessidade de continuar a se relacionar no futuro, necessário então chegar a um bom termo de acordo e então foi feito negócio onde o sobrinho concordou em pagar inclusive o animal que havia sumido uma semana antes.
Mas as querelas não parou por ai, o sobrinho libertado por acordo sem ter que cumprir as consequências do processo flagrante, achou por bem que foi envergonhado e achando não haver prova tentou processo de calunia contra o primo e o tio, contudo no processo as provas eram claras de telefone gravado, e atividade policial gravada, e então teve que no processo novamente fazer acordo em vez de receber ter que pagar novamente pelas despesas geradas e assim em vez de levar vantagem e receber, novamente teve que pagar.
Estas relações de convivência dentro de uma pequena comunidade do barrocão da vivencia, geram “fofoca”, comentário, um diz que diz, um leva e traz, tornando difícil a convivência, e pode ser que o tempo apague os fatos, ou pelo menos deixem de haver comentário a respeito, mas traz trauma de difícil convivência, de vergonha sem fim, tanto para as vitimas quanto para aqueles que causarem o problema com a tentativa de furto e de levar vantagem, principalmente quando além de vizinhos são parentes, o que torna a vida e a relação de vizinhança e parentesco de difícil lida no dia a dia. 06.06.22