Limites da mídia sobre a questão do Saara marroquino
Durante um painel interativo organizado na Universidade de Abu Chaib Doukkali na cidade de El Jadida, Marrocos, foram levantados ideias sobre os mecanismos internos e externos, regentes do tratamento da mídia sobre a questão do Saara marroquino, tendo em vista os modelos de conflito americano e espanhol.
O diário Al-Ahdath Al-Maghribiya considerou que a imprensa não trata a questão do Saara no sentido de pesquisa; mas sim como um mero acontecimento e fato, uma vez que os momentos espanhóis e americanos tornaram o jornalista nacional a interpretá-los no meio de um campo de informação delimitado.
Neste simpósio organizado pelo Laboratório de Estudos em Ciências Jurídicas, Econômicas e Políticas da Universidade Abi Shoaib Doukkali tem estabelecido quatros critérios determinantes:
1- É relacionado com a transformação decisiva, impedindo respostas rápidas sobre um fato iminente.
2- É o determinante do manejo midiático do reconhecimento americano e mudança da posição espanhola, sobre a questão do saara marroquino, do ponto de vista emocional, e das apostas pessoais que a influenciam.
3- É o determinante vinculado aos interesses conflitantes dos Estados sobre o conflito.
4- É o quarto determinante, ligado ao domínio da ação secreta sobre as decisões tomadas, envolvendo a propaganda e as guerras de opinião pública, cujas margens da prática jornalística permanecem muito sensíveis e complexas à luz desses determinantes.
Em relação às fontes de notícias para qualquer a cobertura parte do gabinete real e o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Uma vez que a imprensa estrangeira utiliza e manipula tais fatos, com certa subestimação, nos termos do confronto, ou numa tentativa de oposição quando da formação de opinião contrária.
Quanto ao editorial diário Akhbar Al-Youm, a hipótese do fraco enquadramento interno e da força da propaganda externa constitui a posição internacional sobre a questão do Saara marroquino, com base nos discursos americano e espanhol modelos para a questão internacional.
Nesse sentido, a função nacional da imprensa não se deve limitá-la nos rastros do fraco ator oficial, sobre o que produz em termos de ações e discursos; mas ao contrário, é de servir o país com uma abordagem, sem necessariamente oficial, no sentido de aclarar a sociedade e colocá-la no centro do acontecimento.
Visando a abordagem estrangeira quanto a questão nas principais instituições de mídia, a exemplo das (Agências de notícias, grandes jornais, canais internacionais) para manter a precisão e a correção das informações de forma profissional. Sem que a influência esteja dirigida a esses canais de mídia, trás as posições potenciais dos países.
Reconhecer, por outro lado, a presença internacional ainda fraca, embora esteja uma questão existencial do povo marroquino, salvo para os países contra e fabricante do diferendo. Outra abordagem estrangeira desta questão que é do nível das instituições midiáticas, mídias e submersas, constituindo uma frente de interação política internacional para com uma das duas teses como um acordo de um pano de fundo político.
Quanto ao terceiro nível de tratamento mediático estrangeiro da questão, assenta na narrativa marroquina ou argelina, acrescentou o mesmo especialista, que criticou “a propaganda grosseira que caracteriza este nível mediático, sobretudo do outro lado, onde oficiais e não oficiais os mecanismos de propaganda são limitados aqui, incluindo pressão estrangeira e escritórios de consultoria.”.
O porta-voz salientou que “o desenvolvimento da guerra mediática sobre a questão do Sahara, com a emergência de dois elementos; A primeira é a dimensão econômica que o partido separatista emprega para influenciar as tendências internacionais, visando o Complexo de Fosfato de Sharif e explorando as riquezas da região, e a segunda é o uso da dimensão separatista pelo Marrocos para alertar contra a disseminação do terrorismo.
Com base nisso, o jornalista marroquino criticou “a ausência de plataformas marroquinas para defender a tese nacional, especialmente o conteúdo ilustrado em línguas estrangeiras, em troca da forte presença da outra parte”, destacando que “esta abordagem da mídia estrangeira certamente se reflete no seu homólogo nacional.”
E considerou que “o uso da vertente da propaganda estrangeira em termos de prática midiática interna é uma questão errada, porque nos faz como se estivéssemos diante de outro partido, enquanto o diálogo com a comunidade interna é assumido com outros mecanismos”, apontando para “a falta de conhecimento da questão do deserto para os cidadãos, incluindo os jornalistas, que é um assunto perigoso.”
Enquanto Mohamed Haddad, jornalista marroquino residente no Qatar, escolheu três modelos internacionais para analisar a interação da mídia estrangeira com a questão do Saara, da França, dos Estados Unidos da América e Espanha, as quais se separam quando certa medida crítica em nome da posição oficial ou da autoridade e poder executivo trás seus interesses estratégicos e geopolíticos.
Na sua intervenção, Haddad partiu dos recentes acontecimentos internacionais na Ucrânia e na Palestina para abordar a abordagem dos media estrangeiros à questão do Saara, sublinhando que “os media ocidentais hoje não podem ser uma referência para a defesa das liberdades, devido à duplicidade de critérios em relação a eventos."
O jornalista marroquino criticou o que chamou de “queda moral da mídia ocidental na crise da Ucrânia, bem como em relação ao funeral da jornalista palestina Sherine Abu Akleh”.
O convidado do simpósio reviu também outro contexto para a sua intervenção, relacionado com “a dificuldade de separar o subjetivo e o objetivo na abordagem da questão do Saara ocidental”.
Alguns jornalistas marroquinos sublinharam muitos "abusos profissionais" que os meios de comunicação internacionais cometeram em relação à questão do Saara; entre esses, portanto, citando o jornal francês “Le Monde”, o jornal ibérico “El Confiduncial”, o jornal espanhol “El Pais”, o jornal americano “Washington Post”, os quais terem dupla linguagem quando se trata dos direitos humanos, trás os interesses financeiros.
No mesmo contexto, considerando a forma pelas quais os meios de comunicação espanhóis, por exemplo tratam a questão do Saara, quase idêntica, dado o complexo colonial, que ainda rege as publicações midiáticas no Reino Ibérico”, cuja qualquer cobertura da imprensa espanhola confunde com a dependente hostilidade cultural ao Marrocos”.
Concluindo sobre a narrativa da Polisário e de alguns separatista ligados a alguns jornais internacionais, a Frente da polisario, movimentos que chama para separar do Marrocos, mantém uma relação com os jornalistas das correntes de esquerda, recorrendo ao discurso de vitimização, procurando adotar sempre um primeiro relato dos acontecimentos dramáticos da fase colonial, da disputa fabricada por Argélia e seus separatistas da polisário, nos campos de Tindouf, sudeste do Argel.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário- Marrocos