Mulheres
Vivemos numa sociedade em que os homens não ostentam apenas riquezas e poder, mas ostentam também mulheres; quanto mais e mais belas melhor. Elas tornam-se troféus.
Sociedade em que é vantajoso para um homem possuir ou ter tido várias mulheres e para elas motivo de vergonha e escárnio. Sociedade que ensina o filho a ser o garanhão, mas espera que a filha seja uma princesa, que induz a atividade sexual dos meninos já na adolescência e tentar retardar das meninas até o casamento.
As mulheres desde os primórdios sempre foram tratadas como objetos e inferiores, e hoje não é tão diferente.
Embora tenhamos maior informação, mais direitos e leis que as defendam elas continuam empreendendo uma luta diária e constante pra se igualar aos homens, mesmo sabendo que muitas são bem superiores que nós.
A busca por direitos iguais permanece e elas tem alcançado cada dia mais seus objetivos, demonstrando sua capacidade e seu valor.
Entretanto a objetificação da mulher ainda é um tabu a ser quebrado. Como disse, desde os primórdios elas são vistas como objetos, principalmente na questão sexual.
Todas as profissões exercidas por mulheres são erotizadas; a faxineira, secretária, professora, enfermeira, babá e até a freira... fomentada claro, pela indústria pornográfica.
Vemos essa eroticidade nas fantasias carnavalescas ou de halloween, nos filmes de super-heróis onde em sua maioria elas estão sempre desprovidas de roupas e armaduras e sempre sedutoras.
Esta explícito nas danças, nas letras das músicas, nas animações infanto-juvenil, nas propagandas, nos esportes... onde quer que olhemos estão as mulheres postas como símbolo sexual ou melhor, objeto erótico.
Muitas delas pregam que a mulher deve ser valorizada pelo que é, por sua essência, capacidade e não pela aparência; como dizem: mulher não é só peito e bunda. Fato.
Porém elas mesmas bombardeiam as redes sociais expondo o próprio corpo, fazem uso de roupas extremamente provocantes valorizando suas curvas, seus atributos físicos e buscam sempre o intangível padrão de beleza através de cirurgias e outros artifícios, e isso para nós homens é um prato feito.
Embora haja exceções, a maioria dos homens veem as mulheres como um pedaço de carne, um poço dos desejos, um jogo, um objetivo sexual; menos suas mães, esposas e filhas, essas devem ser canonizadas, imaculadas, não podem ser olhadas ou desejadas, e caso seja desperta a pseudofúria do macho alpha.
Esta luta contra a objetificação feminina é árdua, ainda levará gerações para conseguir vencê-la, mas deve iniciar-se em nós, na nossa cultura, no nosso tempo, em nosso modo de pensar e agir.
Não podemos culpar as mulheres quando nós somos os verdadeiros carrascos.
Nossa sociedade esta tecnologicamente evoluída, mas culturalmente ainda é arcaica.