Marrocos: Boukafar et Saghrou, épicos locais de resistência das tribos "Ait Atta"
A montanha do Jabal Saghrou faz lembrar da história colonial no Marrocos, ela remonta às tribos Ait Atta, um “símbolo de altivez”, fortaleza dos movimentos do sultão, de uma época colonial, cujo Ksabat ou fortaleza constitui um símbolo de uma herança dos berberes, amazigh, no quadro da resistência, contra à ocupação sobretudo francês e espanhol, alemã e inglês...etc.
Tal trabalho envolve o tema “da associação das batalhas de Saghrou, sobretudo do Boukafar, uma firmeza heróica das tribos Ait Atta, focando a literatura histórica dessas batalhas, chamando atenção de muitos dos interessados sobre a questão da resistência marroquina, mas ao mesmo não se pode se contentar apenas com a resistência de Ait Atta, porque não se limitou ao épico de Saghrou e Boukafar, mas se expandiu as dunas e montanhas de Ouarzazate, Imagran, Agdim ....
Sendo que Ait Atta constitui uma das primeiras tribos que se levantaram para defender a pátria desde o século XIX, pois estavam entre os últimos que depuseram armas nos anos trinta do século XX.
A usurpação de terras marroquinas ao longo do fronteira leste foi um assunto que preocupa a resistência, o que se intensificou quando os franceses assumiram o controle sobre“alguns oásis de Tinmemon Tideklet e outros nos anos 1900-1902, privando os nômades de grande parte de suas áreas de movimento.
Sobre tal ocupação do oásis de Tafilalet, um exemplo que provocou a raiva dos exércitos franceses em 1918, considerando que a tribo de Ait Atta, sobretudo Ait Khebash e Ait Izza, adjacentes ao oásis, têm resistido muito devido à "força bruta liderada por Mubarak Al-Tozonini e Belkacem Al- Nakadi, tais líderes conseguiram infligir sem dúvida uma importante derrota às forças francesas, forçando-as a evacuar de Tafilalet por 14 anos antes voltar a reocupar estas localidades.
O plano francês destinado a subjugar Ait Atta, baseando-se numa política de penetração pacífica, atraindo dignitários para desmantelar a Frente da resistência, tratando de algumas temáticas que visam a enganar os nômades, resistentes e feroces.
No final de 1932, após as sucessivas derrotas, restava apenas o bloco Sagro, liderado por Assou e Baslam, no qual todos os que se recusaram a se submeter aos franceses se fortificaram de Ait Atta que havia sido cercado, e onde páginas imortais escritas a título de épicas objeto de defesa da liberdade e da pátria.
No início dos anos trinta, o cenário tornou-se outro devido a usurpação da resistência da região, em sua última etapa, de “Batalha de Saghrou”, falhando sobre um certos números da resistência, sem poder manter o exército francês e suas bombas, metralhadoras, balas e aviões.
A resistência dos muçulmanos (marroquinos), apesar das lutas heróicas, em termos das perdas dos franceses, os combatentes do sudeste mantiveram na posição e na frente por longo tempo, a serviço de um grupo anti ocupação, que é cada vez mais esmagado, e diante dos apelos franceses sob a colonização, e os interesses da resistência e combatentes para se render.
A questão da água que passa a ser o dito da misturada com o sangue, sinônimo para os combatentes da resistência subjugados pela renascença e ideais da religião do Islã, que Deus Todo-Poderoso e sua palavra sagrada,disse no no livro (Ó vós que credes, se ajudardes, Deus o ajudará e firmará seus pés)”.
Este é o espírito da resistência, tendo feito dos homens no dia da batalha uma face, pela qual Deus esteja sempre satisfeito como tal.
Alguns testemunhas da batalha, Boubout e al-Bouzidi, escreveram sobre a rendição dos franceses quando uma vergonha toma lugar, e os insultos partem das mulheres, gritando com força: “Que vergonha e desgraça, aqueles que se tornarem escravos do cristãos.
Sobre esta resistência de Ait Atta e dos combatentes franceses, referendo aos combatentes da resistência, eles ficaram em jejum, lutando contra o colonizador, e alguns deles não tinham medo da pólvora francesa, nem foram capazes de matá-lo, avançando numa batalha sinuosa, até que os combatentes franceses acertaram o punhal, algo que afasta no coração qualquer neblina.
Isso lembra a mistura de fumaça com as bombas terrestres e aéreas, da poeira e pólvora, bem como dos ecos das montanhas do Saghro, ecoando a artilharia e bombardeamento.
Com base numa força de resistentes entre 700 e 800, de acordo com as testemunhas, seja cerca de 1.000 de acordo com os escritos dos oficiais franceses, História do Marrocos, 1900, as forças francesas somavam 8.000 soldados, trata-se de nove legiões de Kom (cada uma com 200 soldados) e várias unidades regulares, incluindo unidades do grupo estrangeiro, unidade senegalesa, unidades de artilharia, metralhadoras, etc., além de seis esquadrões de aviões de guerra.
A historia do Marrocos conta sobre o aumento da intensidade dos bombardeios e a gravidade das vítimas, o que levou depois a uma diminuição do número de combatentes da resistência, da destruição dos rebanhos de gado, do bombardeio e do cerco dos alimentos, aumentando o suicídio de Ait Atta, face as novas táticas dos ataques e manobras das guerrillas, contra a potência ocupante, frances e espanhol.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitário, Marrocos