A relativização do certo/errado

Quando criança os atos condenáveis do ser humano são contidos por olhares e palavras severas dos pais e às vezes até por uma palmada e chinelada, atitudes estas reprovadas atualmente. As crianças agem nessa fase movidas por ação-consequência. A autoridade dos pais é fundamental como parte de um processo evolutivo social.

Com o tempo a criança desenvolve a autoconsciência e passa a perceber que seus atos têm consequências além da reprovação de adultos. Ela vê qual é o resultado de seus atos para si mesma e para os outros.

Quando um individuo chega na pré-adolescência ou na adolescência sem ter desenvolvido a noção do certo/errado, devemos supor que ela tem um problema que deve receber maior atenção.

Aqui não cabe o debate do que seria certo/errado, porque vivemos numa Sociedade e pela própria definição, suas normas devem e precisam ser respeitadas.

Quando a definição de certo/errado passa para a esfera de julgamento de indivíduos ou de grupos menores há um sinal de possível enfraquecimento da Sociedade.

O ser humano tem a santa capacidade de mentir para si mesmo e tentar encontrar justificativas para seus atos condenáveis.

Mentir para si pode ser uma forma comoda de fugir emocionalmente da responsabilidade.

Essa atitude faz parte da Natureza Humana e se prestarmos atenção, notaremos ela acontecendo à nossa volta com frequência.

Porém, ela foi responsável pelas grandes tragédias da Humanidade.

Tendo em mente essas tragédias, precisamos prestar atenção em proposições do tipo “lógica no assalto” e “roubo por necessidade”, porque elas podem estar se originando de mentes que estão moralmente anestesiadas e não conseguem distinguir entre a bondade e maldade de seus atos e veem as regras da Sociedade como meras formalidades que pode ser a qualquer momento eliminadas sob justificativa do que elas consideram medidas necessárias para alcançar o que, na sua avaliação distorcida, consideram como sendo “progresso”.

Essas mentes, por incapacidade de avaliação ou em certos casos, por pura má-fé, tendem a ver como “progresso” a simples alteração de uma situação atual sem se importarem com as possíveis e muito prováveis consequências adversas.

Temos na História da Humanidade inúmeros exemplos de líderes cuja frieza e total falta de empatia levaram centenas de milhões de pessoas ao sofrimento extremo e à morte, comportamento este que não pode ser explicado por outro fator que não a psicopatia.

Não há nenhum fundamento para acreditarmos que a psicopatia e sociopatia sejam males que não nos podem afetar em larga escala e que as tragédias que esses comportamentos provocaram tenham ficado restritas ao passado.

Ainda temos amostra dela acontecendo agora mesmo e bem próximo de nós, a Venezuela.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 22/02/2022
Código do texto: T7457855
Classificação de conteúdo: seguro