Somos tudo e todos

Em vários países no mundo quando se aproximam os pleitos notamos polarizações em torno de pessoas e propostas que são apresentadas a sociedade e particularmente vejo como uma característica salutar pois penso que ninguém tem que concordar ou ter a mesma concepção de pensamento, porque assim cairiamos em estagnação. Mas é necessário que todos tenham a clareza que isso não se trata de fomentar inimizade e sim adversariedade naquele momento.

Existem muitas ideias pré-concebidas e crenças sobre o que significam e o que representam a esquerda e a direita políticas.

Antes de expor meu pensamento, quero levar ao conhecimento de quem não sabe o porquê dos termos através da história. Os termos "esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução Francesa, de 1789, e o subsequente Império de Napoleão Bonaparte, quando os membros da Assembleia Nacional se dividiam em partidários do rei à direita do presidente e simpatizantes da revolução à sua esquerda.

Pois bem, agora que vocês já sabem o significado político dos termos vou explanar o que penso. Enquanto a sociedade não compreender de forma clara o que realmente sustenta cada ideologia, não conseguirá entender de maneira objetiva as orientações das correntes da filosofia política que existem de cada lado. Algumas das narrativas espalhadas caem por terra quando verificado e esclarecido os fatos e a verdade é comprovada.

Uma parcela dos pensamentos e notícias distorcidas podem ser atribuidas em alguns elementos extremistas de ambos os lados e na maior parte das vezes são informações improcedentes e fruto de propaganda enganosa dos adversários, mais conhecidas como fakenews. Ao mesmo tempo, ocorrem caraterísticas comuns aos dois lados do eixo e são muito mais frequentes do que um militante partidarista gostaria de admitir, quando averiguamos nessa ambivalência indivíduos intolerantes, fanáticos, gente que promove ataques a grupos específicos da sociedade, corrupção, táticas sujas e assim por diante, até chegarem ao absurdo de matarem uns aos outros por motivações que classifico como fúteis e insanas.

Em modelos democráticos onde todos votam e no qual a maioria da população é pobre e a desigualdade é predominante, como no Brasil, não é sustentável e aceitável qualquer sugestão política que seja contrária a essa parte da população, as liberdades constitucionais e que defenda e desqualifique abertamente o fim do próprio regime democrático e suas instituições.

Assim sendo, é mais coerente afirmar que tanto direita quanto esquerda, em sistema democrático, desejam a continuação da democracia e a melhoria das condições de vida das pessoas mais necessitadas. Mas os caminhos propostos para se chegar até lá de fato são bem diferentes.

A esquerda é historicamente o grupo que defende a isonomia social, a distribuição igualitária de beneficios, oportunidades, bens e serviços enquanto a direita tem em seus princípios o neoliberalismo, o ideal capitalista e a proposta de criação de ajuda aos menos favorecidos mantendo a distância de classes.

Capitalismo e socialismo não são sinônimos mas é possível a convivência desde que o Estado se torne mais presente e regulador, pois assim a diferença não ficará esticada e com o passar do tempo todos poderão viver em um patamar mais equilibrado e justo.

Todavia, chamo a atenção para questão ambiental pois nesse assunto, o capitalismo é inflexível porque a grande preocupação desse sistema é cada vez ganhar mais, obter mais valia, lucros, com novos produtos, mantendo o consumo sempre presente, e para tanto não condicionam limites na exploração irrestrita de matérias primas, alavancando a poluição inconsequente do ar que respiramos, sem contar a depreciação de mão de obra que é fruto de planejamentos globais geopoliticos. Mas isso eu explico em outro momento para quem não entendeu a denotação.

Sou idealista desde adolescente e sempre voltado para esquerda por entender, estudar, pesquisar e vivenciar vários momentos históricos e por crer que o mundo não é nem nunca será de poucos privilegiados. Sou cristão e como tal defendo os ensinamentos e exemplos do homem que veio até nós para salvar-nos. Mas é meu jeito e modo de ser, agir e viver e não estou aqui para manipular ou julgar e sim procurar conviver em paz e harmonia com todos que também queiram.

Há muito o que se esclarecer, debater, mostrar e principalmente colocar em prática. Só queria deixar claro a vocês o que penso e lembrar que sempre é tempo de tentar fazer daqui do Brasil e do mundo uma grande aldeia global onde todos possam ser felizes com acesso a serviços e trabalhos dignos.

O planeta é um só e somos todos espécies de uma mesma raça. Somos tudo e todos. Pensem nisso.

Inté procês....

Antônio de Magalhães
Enviado por Antônio de Magalhães em 31/01/2022
Reeditado em 12/09/2022
Código do texto: T7441487
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