O RIO CONSTROI O SEU CURSO, MAS OS NAVEGANTES PODEM APROVEITAR O CURSO PARA DEIXAR SUAS MARCAS.

O RIO CONSTROI O SEU CURSO, MAS OS NAVEGANTES PODEM APROVEITAR O CURSO PARA DEIXAR SUAS MARCAS.

A paisagens vista pelo Navegante não intimida as forças do rio; nem submete o movimento ou tenta impedir que o rio trace o seu curso; contudo o Navegante poderá sobretudo fazer intersecções, fabricar esquinas por onde possam insurgir as forças desruptoras dessas margens, semeando flores no caminho que poderão mudar a paisagem.

As pequenas coisas no curso importam, os gravetos secos pelo sol, os barulhos que ressoam com o vento, as muitas matérias que estão contaminando, fertilizando as margens, são incomodadas com a viagem em velocidades e sofrem com os fluxos que vão desenhando, prendendo a atenção daqueles que ali navegam.

Parece uma imagem estática, mas não é bem assim; olhando com atenção as margens em certas horas, ela parece conter o rio em outros momentos ela adentra em seu leito expressando formas forjadas pelo movimento do rio e de seus navegantes.

A mudança do vento, da maré do rio a subir, bem como se alguma arvore deitar ao solo, ou se os barcos cruzarem seu leito, mesmo o fogo na mata, poderá delinear novas paisagem modificadora das margens.

O Navegante em principio vai estar ali, não como mero espectador, mas atento as mudanças do rio para não se surpreender, mas também para lançar mudanças no trajeto que venha a modificar a paisagem e a vida de seus espectadores.

Em algum momento como a escritora do Triangulo dizia, “devemos deixar o rio seguir seu curso”, contudo quando estamos navegando podemos trazer modificação na paisagem. Inspirado na tese de Anna Hacmam, sobre o rio Guaiba. 23.12.21

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 23/12/2021
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