Nova oportunidade
Estou aqui pensando em tudo o que vivemos... ainda de máscara, tentamos encarar o óbvio, juntar os cacos, levantar a cabeça e seguir em frente. Temos, herança de uma pandemia inacabada, um país em trapos, no qual impera miséria, descrença, desemprego e insatisfação. Tentam juntar um cristal quebrado e colar como se nada houvesse acontecido. Falam de prosperidade, não corrupção, enfrentamento de crise, mas sabemos muito bem que ainda beiramos ao caos.
Mais de 617 mil pessoas perderam a vida, outras sofrem com sequelas, outros tantos vivem em fragalhos buscando recuperação do trauma de terem perdido membros da família e/ou amigos pelo simples fato de negarem a possibilidade de uma vacina, ou por insistirem em um tratamento precoce que nunca existiu.
Na verdade, vamos caminhando... entre troncos e barrancos empurrando até o dia em que a “peste” passar... 3 anos de muita mentira, instabilidade, sofrimento e decepção. Herdamos da pandemia e de um governo/desgoverno muita tristeza e dor. Quantas pessoas passam fome hoje no Brasil!? Quantas se envergonham de voltar para casa de mãos vazias após um dia de gastar, em vão, a sola dos sapatos em busca de sustento para se e para a família!?
É muito triste saber que padecemos por incoerência e despreparo de um presidente que quer levar a cabo um país que busca a cada instante acreditar que tudo isso vai passar e que ressurgiremos das cinzas... e mais triste ainda e saber que poderíamos ter evitado a catástrofe com um simples aperto de tecla.
Novamente teremos a oportunidade na ponta dos dedos, mas para tanto precisamos lembrar, a cada instante, quem se importa de verdade com o nosso país e nosso povo. Quem acredita que a miséria não é questão de preguiça, que o pobre, o negro, o índio, os homo e heterossexuais precisam de oportunidades equivalentes... quem veja nas mulheres muito mais de que seres que podem ser anulados.
Precisamos ser conscientes e conscientizadores... não se pode mais cruzar os braços e deixar “a banda” passar. O tempo urge... sejamos sensatos e coerentes... a época dos contos de fadas já vai longe...
Nália Lacerda Viana
15 de dezembro de 2021