SEMANA DA CONSCIENCIA NEGRA - RESPEITO 

(texto resumido)

 

“Segundo a etimologia, "respeito" é oriundo do latim respectus que significa "olhar outra vez". Assim, algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito.”

Que interessante esta definição de respeito. Deduz-se que algo não digno de um segundo olhar é merecedor de indiferença?

respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis, autoritárias ou injustas em relação a outra

“Olhar outra vez”, ter um segundo olhar para algo não bem compreendido, voltar atrás, reconsiderar, pedir desculpas, ler com mais atenção uma mensagem, demorar-se na contemplação de uma obra de arte, saber ouvir, reformular valores e conceitos, procurar entender.

Num âmbito mais comum e tradicional, respeito remete à obediência, submissão, veneração, reconhecimento do próprio papel e do papel do outro, estabelecimento de relações interpessoais com base em valores e normas.

Paradoxalmente, algumas relações se estabelecem com base na diminuição de uma das partes, quando o presumido superior se julga superior ao outro baseado em formas equivocadas de pensar e avaliar, como preconceitos, complexos e tantos outros fatores pessoais, sociais, culturais e estruturais.

Existe a questão da autoestima, quando a própria pessoa não se respeita, colocando-se e deixando-se estar sempre em situações vulneráveis, humilhantes e indignas. Nestes casos, é preciso a iluminação da consciência, o despertar da vontade e a compreensão de valores inerentes à dignidade humana. Ajuda profissional de terapeutas, leituras, aconselhamento, são caminhos a trilhar, embora a “conversão” de cada um seja algo solitário, pessoal, íntimo e profundo.

Outra questão relacionada é a escravidão no Brasil e em países onde se adotou a escravização de pessoas para o trabalho forçado. O que sucedeu? Como definir a dinâmica da abolição e o que veio depois? Fala-se em fatores estruturais.

Os portugueses já encontraram o comércio de pessoas organizado na África e disso se aproveitaram.

Relacionados: por que adotou-se a escravidão privando-se da liberdade pessoas de pele negra? Na antiguidade existia escravidão e não havia para isso questão de cor.

A escravidão tem sua origem relacionada às guerras e conquistas de territórios, onde os povos vencidos eram submetidos ao trabalho forçado pelos conquistadores. Pelo que se sabe, os primórdios da escravidão vêm do Oriente Médio (Antigo Oriente), mas povos nas Américas como os maias também se serviram de cativos.

Fala-se em “guerra justa” – escravizar e mão matar os vencidos.

Seguem no estudo a escravidão em Atenas, Esparta, Roma Antiga, nas Américas e no Brasil. Não serão postados aqui devido ao tamanho, mas é um conhecimento muito interessante.

Nota-se no estudo da escravidão nas Américas pela primeira vez a motivação racial para escravizar pessoas. Com a descoberta e a fundação das colônias, primeiro escravizou-se os nativos e depois foram trazidos povos oriundos da África.

Num estudo das justificativas da escravidão moderna, encontra-se, de novo, a “guerra justa” e a novidade: a leitura da Bíblia.

De qualquer forma, mesmo quando libertos, os trabalhadores negros permaneceram em condições precárias e sem oportunidades de emprego, pois foram substituídos pela mão de obra imigrante. Eis a origem de um problema estrutural.

Mesmo sendo uma atividade ilegal,  persistem modelos de trabalho semelhantes à escravidão em muitas partes do mundo.

Atualmente ainda existem muitos outros assuntos ligados ao respeito, isto é, merecedores do nosso olhar mais demorado. As questões de gênero, a questão feminina, as desigualdades sociais, a precária situação dos trabalhadores, a fome, os padrões de beleza, os seres especiais, as novas células familiares...

Muitos “algos” a merecerem respeito, o segundo olhar.

 

Dirce Carneiro

Bibliografia: consulta google