VOCÊ SE SENTE ENVERGONHADO DO MILITAR QUE CONHECE ? . . .
Um Coronel da Reserva da Polícia Militar de São Paulo renuncia ao cargo de vice-presidente da Associação de Oficiais da PM e, corajosamente, diz em carta, após reunião da diretoria da entidade, a razão do seu afastamento:
"...É a decisão mais coerente que eu poderia tomar.
Se apregoo e defendo a democracia, nada mais justo e lícito do que pedir minha saída, uma vez que o eleitorado da Associação de Oficiais é majoritariamente bolsonarista.
Bolsonaro é a antítese do que é um militar na acepção lata da palavra.
Convivi com um jovem deputado chamado Jair Messias Bolsonaro no início dos anos 90.
Como todo espertalhão, ele prega a ordem, mas descumpriu a ordem estabelecida em normas legais no final dos anos 80.
Como todo falastrão, ele defende o militarismo, mas foi um indisciplinado por excelência.
Como todo estelionatário, ele prega moralismos, mas é useiro e vezeiro em transgredir preceitos éticos públicos.
Como todo incauto, ele despreza e desdenha da doença e da dor alheias.
Como todo insensato, ele cria confusões e disputas em torno de problemas que na realidade não existem.
Como todo radical, ele agride verbalmente e ofende seus adversários.
Como todo imaturo, ele não pode ser contrariado.
Como todo estulto, quer valer-se das armas para depor os mecanismos pelos quais ele foi alçado ao poder.
Como todo arrivista, ele quer o poder pelo poder (Sob nossa análise, está muito claro: desqualifica o Supremo e suborna o Parlamento).
O atraso em tomar medidas pelo presidente da República e as suas atitudes erráticas e contraditórias vão levar a uma dimensão da crise que o país não tem ideia.
Como militar, sinto-me envergonhado por tantas ações atabalhoadas, extravagantes, ridículas e mesquinhas de Jair Bolsonaro.
Ele depõe sua confiança em parte do estamento político contra o qual fez toda sua campanha (como Roberto Jefferson/PTB e Valdemar Costa Neto/PL - destacados protagonistas do velho "Mensalão").
Suas relações incestuosas com a família Queiroz são o retrato mais aparente da prática delituosa da família Bolsonaro.
...A oficialidade cometeu um grave erro, um erro histórico, devido a integrantes que, por um engodo, tèm feito uma opção que julgo não ser a mais adequada.
Temos que analisar o quadro desprovido das lentes da ideologia, que esse governo tanto apregoa.
Não podemos agir como torcida organizada.
O fim do campeonato nem sempre pode nos ser benéfico"...
(Glauco Carvalho) - (https://horadopovo.com.br - 09/07/2020).
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Meu comentário:
Acho merecedor de aplausos o militar que, por uma questão de lucidez e de honradez, não se deixa blefar com a expectativa de renda mais polpuda quando na Reserva. Já ganham ao desincorporarem, quando são alçados a uma nova patente, além de seus soldos não sofrerem qualquer redução. Na minha humilde opinião, os que fazem "Ombro Arma" em território alheio (ocupação de cargos destinados aos civis, mais para servir à política e aos seus bolsos do que às Armas), não são dignos da insígnia de defensores da Pátria, mas, sim, dos seus interesses particulares.
Isso, praticado em excesso, como está escancarado, tem cheiro de corrupção à paisana e bolsonaristicamente oficializada.
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