Os “economistas de buteco”

Em geral, os que apontam o Capitalismo ou o neoliberalismo como responsáveis pela concentração de renda e a miséria no mundo, são os mesmos que veem a interferência do Estado na Economia como solução para esses problemas e também como único promotor de uma tal “justiça social” que nem eles próprios sabem definir.

Dizer que 1% da população mundial concentra 90% das riquezas do Planeta soa como comovente preocupação com os pobres oprimidos pelos espíritos insensíveis, mas não explica nada.

Essas pessoas, não sei se intencionalmente ou por ignorância, se recusam a aceitar o fato de que os governos são os maiores responsáveis pela concentração de renda, porque talvez a maior parte do dinheiro e do patrimonio dos bilionários e mais recentemente dos trilionários, foi acumulado pela facilidade de acesso que tiveram na emissão descontrolada de moeda para cobrir défices públicos resultados da gastança sem fim com guerras, obras faraônicas, desperdícios, mau uso em geral dos recursos públicos e até para cobrir rombos provocados pela especulação financeira, como o governo americano fez na crise de 2008.

Quando um governo “inventa” dinheiro, ele invariavelmente vai para as mãos de quem já tem muito.

Quem de nós, cidadãos comuns, já teve em sua vida a renda aumentada repentina e substancialmente pela emissão de papel moeda?

Muito pelo contrário, esse “dinheiro novo” vai para os especuladores e bancos e nós ficamos com a conta para pagar via desvalorização da moeda e aumento de preços.

Existe muito mais dinheiro no Planeta do que seria necessário para as Economias dos países funcionarem normalmente e esse excesso é que faz as grandes fortunas.

Um efeito colateral disso, que é mais perverso do que as fortunas em si, é que elas proporcionam o poder para a dominação e cria um sistema de autoproteção que está fora de nosso alcance mudar, mas que, por outro lado, é apoiado pelos que defendem a interferência cada vez maior dos governos em nossas vidas.

Esses apoiadores da desgraça social são os “economistas de buteco”, discípulos de John Maynard Keynes, formados via osmose.