O relatório do Banco Mundial: as mudanças climáticas e a escassez da água nas regiões marroquinas

O Banco Mundial elevou suas projeções pessimistas em relação ao número de pessoas a serem forçadas a migrar internamente longe de suas localidades, devido às mudanças climáticas e à escassez de água, tratando de 143 milhões de pessoas e mais de 216 milhões até 2050.

Os expertos do Banco Mundial apontam um grupo de países objeto deste problema sobretudo no sul da Ásia e na América Latina, além da África Subsaariana e  norte da África. Entre esses países, existe o Marrocos, que pode sofrer consequências negativas das mudanças climáticas.

 

Tal expectativa envolve  um conjunto de regiões do Marrocos a ser afetado por essas mudanças climáticas, provocando problemas de migração interna, sobretudo a região de Tânger, além de Souss-Massa,  leste e centro do país.

Tal relatório do Banco Mundial que analisa as possibilidades de conter as migrações internas provocadas pelas alterações climáticas, tem apresentado, segunda feira passada, os dados, afirmando que cerca de 19,3 milhões de cidadãos dos países de Marrocos, do Egipto, da Tunísia, da Líbia e Argélia, amea;ados no sentido de mudar de lugar de residência devido às mudanças climáticas, sobretudo nas áreas  da seca e  escassez.

No que se refere ao Marrocos, o relatório do Banco Mundial feito em duas partes,  publicado sucessivamente nos meses de agosto e setembro passado, monitorando  um conjunto  de áreas vulneráveis ao longo da costa marroquina, exposta a perigos e riscos (junto com as costas do resto dos países do Norte da África) provocando o problema da migração interna, devido as frágeis terras áridas, cujos habitantes dependem da agricultura e da pradaria.

O relatório do Banco Mundial identificou um grupo de regiões do Marrocos, problema da migração interna e externa, lideradas pelas regiões de Tânger, Saidia e Nador, bem como a região de Souss-Massa, além das regiões de Agadir, de Essaouira e outras áreas ao redor de Fez.

 

Tal relatório do Banco Mundial apontou ainda as mudanças climáticas, como um dos fatores objeto da migração devido à escassez de água, já que as flutuações nas chuvas levam as pessoas a buscar melhores oportunidades e perspectivas em outros lugares.

Dezessete países do mundo, nos quais vive 25 por cento da população mundial, já sofrem de grave problema hídrico, cujos países em desenvolvimento sentem o impacto dos desafios relacionados com a água mais do que outros meios, sendo que mais de 85 por cento da população são afetados pelas flutuações das chuvas, vivendo em países de renda baixa ou média.

A esse respeito, os expertos do Banco Mundial sublinham: “Isso não significa que o mundo vai conhecer ondas de refugiados pela falta de águas,  migrando para escapar da seca;  muitas as pessoas que são as mais pobres sem os meios para migrar, mantendo a esperança de melhorar seus meios de subsistência e perspectivas futuras. ”

O relatório revelou que a população dos países pobres tem quatro vezes menos probabilidade de ser deslocada do que a população dos países de renda média.

Tais expertos acrescentam: “É essencial trabalhar para proteger as pessoas, seus meios de subsistência e recursos naturais. Uma ampla gama de políticas complementares pode transformar as crises hídricas em oportunidades a serem exploradas. Tais formuladores de políticas nas regiões afetadas por conflitos, a exemplo do Oriente Médio e do Norte da África devem fazer com que se toma consciência da realidade, lutando contra quaisquer medidas descoordenadas de curto prazo, visando a atender às necessidades imediatas em termos de água e das medidas de longo prazo, capaz de lidar com as questões estruturais associadas à água. ”

Este relatório apontou ainda que, tanto para as cidades quanto para as áreas rurais, existe uma necessidade urgente de construir fronteiras capazes de lidar com as mudanças que afetam o recurso da água. Considerando os investimentos  nas pessoas e nas redes de segurança financeira, bem como no programa estrutural, de abastecimento de água, de saneamento, da saúde e da moradia segura podem evitar levar as pessoas a migrar, devido à crise relacionada com a água.

As cidades objeto da atração destas pessoas,  devem programar as melhores práticas de gestão de recursos hídricos, como redução da demanda de água, reciclagem de águas residuais, coleta de água da chuva, bem como o redesenho de áreas urbanas sem parecer como uma esponja que absorve água e a armazenado no subsolo.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário, Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 14/09/2021
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