As infâncias e as personalidades ressurgindo
Então lembrei de adolescente indo à escola Municipal do povoado Ibitu, naquela época o Primário, no município de Barretos SP, um trajeto de 11 Km, em que se falava na época de 2 léguas aproximadas já que a légua e de 5,555 Km ou 3 milhas, estávamos no ano de 1958 e o meio de transporte era feito a cavalo e eu usava um burro branco que era também usado para lides agrícolas. Algumas vezes raras com os colegas da vizinhança combinávamos de ir a pe.
A minha mãe sempre com seu excesso de preocupação com os filhos me supria com valores para comprar lanches. Ao longo na entrada do Povoado, na Beira da BR que se direcionava a S.J. do Rio Preto SP, havia uma venda do Sr. Juca e neste dia a minha mãe me deu um valor maior 20 cruzeiros da época e falou traga o troco que não tem trocados, pois acostumava valores menores, somente pro lanche do dia. Cheguei amarrei o burro na cerca lateral e lá fui comprar o lanche que ficava menos de 1 cruzeiro. Ele olhou para mim e falou bem bravo, olá menino aqui não é lugar de trocar dinheiro, não tenho troco não. Eu era cliente dele há muitos meses e achei estranho e não parando mais para comprar e ele perdendo o cliente. Comprávamos dele era alguns doces de pedaços, balas, um pouco de groselha que era adicionada a água e pães com fatias de mortadela, guloseimas preferidas das crianças na época. Passei a comprar em outra venda do Sr. Zé Balieiro, onde um de seus filhos era colega de sala de aula e bem próximo a escola, onde havia também lugar para se amarrar os cavalos e burros.
Não levei aquilo como um mal e nem fiquei com tanta raiva dele, pois já era idoso, porem nunca mais parei lá para comprar nada...exponenciando minha personalidade um pouco forte neste sentido, e ao analisar o nosso comportamento com clientes para qual devemos ter o máximo de cuidados em agir corretamente, principalmente nos crediários e os cuidados. Não esquecer não descuidar das devidas anotações que devem ser no ato e não deixar para depois. Não estar vendendo para quem não paga. Diplomacia para falar não, onde o cliente continua como amigo. O (não) que poderia ser amargo acaba doce na inversão de ter vendido a quem não gosta de pagar e não tem controles e nem prioridades. Exemplo cliente paga e o funcionário ou você mesmo depois faz a baixa, esquece e olha o pepino! Ou então o cliente manda ir receber acomoda-se e não vai também traz sérios problemas. Nestes casos entras as personalidades. Pago mais caro, mas por enquanto evito comprar de empresa tal, por ter ferido a minha personalidade...
Frutal/MG, 31 de agosto de 2021
Jose Pedroso