O PADRE E A DEPUTADA!

Se você tivesse um parente, conhecido ou amigo vivendo na famosa e triste Cracolândia, o que desejaria para essa pessoa: que ela fosse alimentada ou que saísse daquele terrível lugar? A grande maioria escolheria a segunda opção, ou seja, que saísse de lá. No entanto, e se, por enquanto, isso não fosse possível de acontecer você gostaria que ela morresse de fome naquele lugar? A grande maioria provavelmente também diria que não. Mas então por que dessas questões? Bem, por esses dias surgiu a polêmica (que, a meu ver, não tem nada de polêmica e sim de argumento de espantalho) em que a deputada e advogada Janaína Paschoal tuitou em sua conta do twitter dizendo que ficar "apenas" dando marmitas para os viciados em crack (como, por exemplo, faz o padre Júlio Lancelotti), talvez não resolvesse o total problema dessas pessoas. Muita gente revotada com sua fala disse que ela foi invencível, desumana e que não tem amor ao próximo. Particularmente, não entendi assim. Acredito que ela tenha nos chamado a uma reflexão que obviamente não exclui o dar pão, mas também não fica a se conformar com aquela condição. Vejam: O que o padre Júlio Lancelotti faz é algo bíblico, isto é, alimentar o faminto e necessitado, aliás, coisa que muitos de nós não fazemos convenhamos (pelo menos eu não faço). Agora, querer também tirar aquelas pessoas daquele inferno de situação também é uma atitude bíblica. Uma coisa não exclui a outra. Enfim, dar alimentos dignifica qualquer ser humano. Fazê-lo produzir para si e para os outros também o dignifica. Por isso, não sei por que dá polêmica. Fico com a atitude tanto do padre quanto da intenção e reflexão da deputada.

Danilo D
Enviado por Danilo D em 13/08/2021
Reeditado em 13/08/2021
Código do texto: T7320215
Classificação de conteúdo: seguro