O que precisamos aprender

Precisamos aprender urgentemente que política e religião não devem se misturar. Somos um Estado laico e é assim que devemos nos manter. Infelizmente, muitos são os candidatos a cargos eletivos que fazem proselitismo religioso e que usam slogans como o usado por Bolsonaro na sua campanha para Presidente: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.” Usar a religião como tática para se dizer o melhor candidato na verdade é um truque ridículo que infelizmente dá certo porque as pessoas se deixam seduzir por aqueles que usam a religião como um distintivo, uma prova de que têm caráter.

É lamentável ver que se dizer religioso ajuda muito mais a conseguir votos do que ter um bom histórico e ser competente. Precisamos acabar com o preconceito, mas lamentavelmente as pessoas continuam associando possuir uma crença religiosa a ter um bom caráter e muitas até dizem que o Brasil está mergulhado na corrupção porque as pessoas não “têm Jesus no coração.” Engraçado que os países com menos corrupção são justamente os menos religiosos como a Noruega e a Suécia.

Não nos deixemos seduzir por candidatos que dizem coisas como “sou um homem de Deus” ou “Deus acima de tudo”. Na hora de votar, não devemos nos incomodar com a crença do candidato. Aliás, não devemos nem mesmo nos importar se ele tem ou não uma crença. O que deve importar é se ele é honesto, competente e tem um bom histórico. Religião é coisa pessoal e privada. Só diz respeito à própria pessoa.

Além de aprender que não se deve fazer proselitismo religioso e misturar política com religião, é essencial que entendamos que precisamos desconfiar quando um candidato fica usando o nome Deus como um distintivo. Religião não é garantia de um caráter irrepreensível e uma boa prova disso é vermos políticos religiosos desonestos e também vários que adoram posar de cidadãos religiosos e exemplares que são pegos cometendo crimes dos mais diversos tipos. Dois bons exemplos são Flordelis e Jairinho.

Assim, passemos a desvincular religião de caráter e a não misturar religião com assuntos de ordem pública. Como já foi afirmado, somos um Estado laico.