Autoritarismo, família e conservadorismo

Na família tradicional conservadora, os filhos são vistos como propriedades dos seus pais, até como investimentos de longo prazo, se não são criados apenas por serem filhos e, portanto, a priori merecedores naturais de cuidado e carinho. Eles também são considerados eternamente imaturos, que precisam ser sempre guiados pela "sabedoria" inalcançável dos seus progenitores. Por isso que são inculcados a sempre prestarem obediência à autoridade dos seus pais, se submetendo aos seus desejos e caprichos, se casando com quem eles aprovarem, assim como em relação a todo resto, da profissão que exercem às roupas que usam, porque segundo suas concepções de mundo, nada pode desafiar o senso comum do seu grupo social ou ideológico. Porque é típico dos pais mais conservadores projetarem suas expectativas, suas crenças e seus preconceitos nos seus filhos, empurrando para eles a responsabilidade de zelarem pelo nome ou pela honra da família perante os círculos sociais em que transitam.

Em outras palavras, os filhos não são vistos por si mesmos, como indivíduos com desejos e idiossincrasias próprios, mas como meios para preencherem os egos dos seus pais, como espelhos de suas imagens e semelhanças...

Nesse meio familiar, há pouco espaço para diálogos, conciliações, concessões ou entendimentos mútuos, de modo que, não é exagerado concluir que se consiste em um sistema autoritário de convivência inter-geracional.

Claro que estou falando principalmente do tipo de família mais tradicional, já que existem tipos mais pragmáticos entre os "conservadores", tal como o da família burguesa ou capitalista, em que a aparência social pode não ser mais importante que o tino empresarial da prole, de sua gula inescrupulosa por lucros a partir da exploração alheia.

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 18/07/2021
Reeditado em 19/09/2022
Código do texto: T7302171
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