HÁ PAIS E PAIS

HÁ PAIS E PAIS

Certa vez disse que “amar é invencionice de desocupado” - isso é válido para todas as relações, mas, em especial a relação entre pais e filhos. Mais que assistência financeira (casa, alimentação e diversão), pais precisam dedicar bastante atenção aos filhos. Não deve haver um “deixar para depois”, “depois” pode não existir, ser tarde demais.

“A educação é feita com base no afeto que se transmite ao filho e com base nos limites que se pode dar a ele. A criança precisa conhecer o amor, a amizade, o respeito e a consideração, mas também quais são os limites entre a sua vida e a do outro – que ela tem de respeitar para que possa se tornar um ser humano apto para a vida em comunidade”, diz a psicóloga Ana Claudia Ferreira de Oliveira em “A delicada relação entre pais e filhos” (disponível em www.psicologia.pt).

As crianças precisam de limites. Limites não são tolhimentos, são direcionamentos para que um indivíduo torne-se pessoa. Eles estimulam a autodisciplina e controle. Eu, no ofício de professor, tenho me convencido disso cada vez mais. As crianças não dão credibilidade a quem sempre responde com um sim aos seus caprichos.

Um pai, uma mãe, que vive a filosofia “o importante é que você seja feliz, meu filho, minha filha”, não tem nada a dizer para seu/sua descendente. Parece que não tem uma opinião formada, que não conhece o filho(a) e o que resta a querer é a “grandiosa” felicidade. E qual é o pai/mãe que não deseja isso?

Há décadas que vivemos a ideia de que o “não” prejudica, desenvolve algum trauma nas crianças – um sim pode trazer rupturas ainda maiores. Sei que é difícil achar equilíbrio entre permissível e autoritário. Todavia, uma coisa é certa: devemos ser autoridade. E autoridade não impõe medo, conquista respeito.

Para serem respeitados é preciso manter a coerência nas atitudes. Por exemplo, alguns pais estabelecem um horário para o filho acessar a internet. Entretanto, eles quebram a regra determinada por eles mesmos sendo volúveis, ora permitindo, ora proibindo; sempre buscando exceções porque não conseguem manter o “pulso firme”. Outro: o pai proíbe o filho de assistir a um programa, mas, em seguida, a mãe permite e, assim, desautoriza a figura paterna.

Pais com autoridade são democráticos, afetuosos, sabem reconhecer seus erros, acreditam no diálogo como a melhor forma de conciliação, buscam o consenso. Tratam os filhos com respeito, o que vem a construir seres humanos com autoestima. Pais permissivos não estabelecem regras e tendem a criar pessoas com sentimentos de inferioridade, pois a falta de disciplina gera insegurança, porque não houve quem pudesse os guiar antes, até que eles conquistassem a autonomia.

As pessoas precisam ter em mente que ter filhos é uma responsabilidade que demanda condições emocionais, financeiras, físicas e disposição de tempo. Precisam, principalmente, aprender primeiro a lidar com seus próprios problemas para, só depois, enfrentar os dos outros. Precisamos estar firmes nessa missão que é educar. Senão, teremos filhos caídos na delinquência, nas drogas, na vida.

Leo Barbosaa
Enviado por Leo Barbosaa em 26/06/2021
Código do texto: T7287001
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