O PROGRESSO DE TODOS NÓS

Prólogo

Quero que meus diletos leitores considerem este texto como sendo EXCLUSIVAMENTE MOTIVACIONAL!

O progresso será impossível sem mudança. Aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada. Na luta pelo progresso, só vale o sucesso. Nunca duvide disso! O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade, participação, solidariedade e liberdade.

A esses cinco pontos acrescento mais quatro para as pessoas se recuperarem depois de uma desleal rasteira sem aviso prévio: Resiliência, oportunidade, determinação e qualificação, não necessariamente nesta ordem.

Servindo no Rio de Janeiro, num quartel sito no Leme, identifiquei um gari varrendo a praça do Lido solfejando a marselhesa ("La Marseillaise" é o hino nacional da França. – Nota do Autor). Então eu disse:

“Quanta felicidade! Enquanto alguns sujam o senhor varre a praça.” – Ele me respondeu sorrindo com um certo sotaque estrangeiro: “Enquanto alguns brasileiros sujam eu mantenho feliz o meu emprego. Na França eu estaria desempregado.”. — (SIC).

DOIS EXEMPLOS DE AMIGOS VENCEDORES

OBSERVAÇÃO PERTINENTE E NECESSÁRIA:

Os dois resilientes cidadãos e amigos meus não saberão, por mim, que eu os citei neste artigo como exemplos positivos, mas se lerem meu escrito logicamente se identificarão. Nada de mais faço a não ser reconhecer suas comprovadas competências funcionais.

PRIMEIRO EXEMPLO:

Não vou citar os nomes desses vencedores em respeito à discrição e à ética. Quando eu fiz a Escola Superior de Magistratura – ESMA conversei pessoalmente com esse que foi um dos meus professores: O Sargento, de Ipojuca-PE, já estava com onze anos de efetivo serviço à Pátria no Exército Brasileiro. De personalidade forte, entrou em rota de colisão com o Comandante da Organização Militar – OM, onde servia. Aborreceu-se e solicitou licenciamento do serviço ativo.

Depois de haver sido licenciado, segundo ele, “comeu o pão que o diabo amassou”, mas sendo resiliente e intimorato e, como em tudo que faz sempre deixa uma marca permanente de sua competência e dedicação.... Continuou estudando até se formar em Ciências Jurídicas e Sociais – Direito. Foi aprovado em primeiro lugar no concurso para Juiz realizado em 1982/1983. Hoje ele exerce a função de desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba.

SEGUNDO EXEMPLO:

Um outro exemplo digno de registro: O meu colega de caserna no 31º BI Mtz, sito em Campina Grande, PB, era Cabo do Núcleo Base quando eu era 3º Sargento. Juntos tiramos muitos serviços de guarda; eu comandante da guarda e ele cabo da guarda.

Esse companheiro tentou algumas vezes ser aprovado nos exames da Escola de Sargentos das Armas –. EsSA. Não conseguiu aprovação! Decidido, não se acomodou. Fez concurso para o Banco do Brasil. Foi aprovado. Formou-se em Direito e advogou em favor do Banco do Brasil onde permaneceu trabalhando por 17 longos anos, mas continuou estudando.

Pelo Brasil afora o colega fez algumas tentativas, depois de concluir a Escola Superior de Magistratura – ESMA, para ser aprovado num concurso para Juiz estadual. Em uma dessas tentativas foi aprovado no difícil certame e hoje exerce a função judicante (poder jurisdicional) na cidade de Campina Grande, PB.

Atualmente o amigo ex-cabo do Exército é feliz pelo que melhor faz. Ele é o Juiz Presidente da Turma Recursal de Campina Grande, PB, responsável para julgar os recursos oriundos dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Ao completar 75 anos de idade o determinado amigo de outrora e de hoje se aposentará (Vide aposentadoria compulsória – LC 152/2015). Eu me aposentei, indo para a reserva remunerada, aos 52 e quase 53 anos de idade, depois de mais de 32 anos de serviço ativo.

Fizemos história para nossos familiares, amigos e desconhecidos. Assim seguem nossas proficientes vidas. O amigo Presidente da Turma Recursal de Campina Grande, PB, serve ao Brasil por meio do Poder Judiciário e eu servi à Pátria por meio do Poder Executivo. Por serem instituições diferentes têm normas próprias e diferenciadas.

NEM TUDO SÃO FLORES PARA ALGUNS DESAFORTUNADOS

O dia a dia de cada um de nós, em si, já constitui a melhor seleção de estudos e experiência de vida. A cada instante estamos aprendendo com nossos tombos e/ou deslizes, com nossa vivência desleixada, acomodada, e/ou com a vida de alguns dos nossos semelhantes derrotados ou progressistas e resilientes vencedores.

Não existe nada melhor que nossa experiência própria, com suas constantes mutações, e a vida de quem está ao nosso lado para nos tornar plenos. Tudo e todos nos ensinam. O principal detalhe é saber constituir-se em aluno excepcional nesta grande sala de aula que é a própria existência.

Nesse enorme teatro do mundo, podemos ser plateia ou atores, vencidos ou vencedores. As consequências, boas ou más, serão sempre os frutos das nossas escolhas! É tudo uma questão de opção feliz ou infeliz. O livre-arbítrio dita e nos faz cumprir as regras. Mas, neste caso, ser ou não ser, é uma seleção de resultados previsíveis.

Basta observar! Ser ator é participar da construção, inclusive, do nosso eu; edificando um caráter exemplar para servir de exemplo positivo. Para isso, antes, é preciso ser plateia, tornar-se neutro ou apenas, mais um ouvinte que aplaude os atores sem compreender, às vezes, o motivo da ovação.

Ser vencedor é trabalhar duro em prol do conhecimento do eu interior para superar os próprios limites, sem tentar superar o seu semelhante, mas pondo em prática o aprendizado adquirido com os tombos pessoais e/ou alheios.

A INEXORABILIDADE DO TEMPO

O tempo é o grande castigador de todos, não poupa sequer a pele de cada um, contudo, há pessoas que não se maculam com ele e nem ele as castiga. Parece que passam incólumes. É como estar na chuva sem se molhar. Ou como entrar no fogo e não se queimar. Isso é uma verdadeira raridade, mas existem esses afortunados.

Há pessoas, às quais o tempo não tem a menor influência. Estar com 72 anos e aparentar menos de 60 anos é algo fabuloso. Outros, onde a vida não foi tão pródiga em coisas boas ou bom trabalho, parece exatamente o contrário. Muitas vezes, me pergunto: Por que a pele do pobre é tão desgastada? Envelhecida, o rosto escanifrado em demasia? Há quem diga que a marca da pobreza está na pele. É questão de olhar e comparar. Será?

Quantas vezes, depois de um bom tempo sem se ver, dois amigos se encontram e não acreditam no que veem. O tempo parece ter passado inerte sobre um deles. O outro se queixa, mas aceita a situação por saber que o natural é ser dominado pelo tempo e, às vezes, sofre o exagero. Engorda demais ou emagrece em excesso!

É incrível estar com roupas caríssimas, belos sapatos, bons diplomas, inclusive, universitários, boa fala, belo discurso, mas não consegue esconder as indeléveis marcas da pobreza. Curiosamente em uma recente pesquisa matutina descobri que em nosso ilustre léxico camoniano, palavras muito próximas, rudes, tais como: pobre e podre, não deveriam estar juntas.

AS PROVAS VISÍVEIS DO INTRÉPIDO TEMPO

Nas mãos e braços, manchas escuras na pele, indicam que por ali passou o maldoso e intrépido tempo. Nos braços, próximo das axilas, a pele flácida balança como o balanço utilizado na juventude irreverente. Nosso andar já não tem a firmeza de antes.

Nossos olhos se ressecam. Os objetos se distanciam cada vez mais de nosso olhar. Parecem estar tão longe que quase não distinguimos o que vemos. O tempo muda e ficamos gripados. Um simples resfriado nos prostra de cama!

Nossas forças, esvaídas parecem desaparecer. De nossas trêmulas mãos caem copos ou outros objetos. Chamam-nos de distraídos, esquecendo que nossas forças, já não são as mesmas. Aquela força que amparava os carrinhos e bicicletas dos nossos filhos ou netos, já não existe. Sou exceção: De forma equilibrada troquei essa saudosa juventude arrojada pela experiência ativa e proativa.

A libido é outra que desaparece – continuo sendo exceção – a ponto de não mais termos interesse por mulheres nuas ou seminuas. Como não está ligada exclusivamente aos órgãos genitais, a libido pode ser direcionada em relação a uma pessoa, objeto, ao próprio corpo ou a uma atividade intelectual. Creio ser esse o meu caso: minha atividade intelectual proativa ocupou, não totalmente, o desejo ou impulso sexual.

OS AXIOMAS HILÁRIOS

Há quem diga que a solução para os "cavalos velhos" hoje impotentes é alimentá-los com capim novo e para as "cercas velhas", numa analogia às mulheres que se desinteressaram pelo sexo, é despertá-las fazendo o conserto com "vara nova". Brincadeiras à parte, felizmente há solução para esse mal danoso na coexistência pacífica.

A medicina afirma que a redução da libido pode ser causada por fatores emocionais, biológicos ou mesmo por fatores externos. Baixa autoestima e alimentação inadequada, por exemplo, podem reduzir a libido em homens e mulheres. Para algumas pessoas, o envelhecimento também pode contribuir para a redução do desejo sexual, mas existe tratamento eficaz!

O ACEITAR SEM SE ACOMODAR A AÇÃO IMPIEDOSA DO TEMPO

Nesse histórico de lembranças, o que percebo nas pessoas que tiveram a glória e graça de viver um pouco mais há uma alegria incontida que emerge dos olhos brilhantes. Tudo isso, nos leva a crer que nosso corpo foi criado perfeito, mas o tempo se encarrega de desgastá-lo.

Não existe nada de errado em admitirmos nossa velhice, limitações e fracassos passados, pois realmente todos nós os temos. Eu diria que os admitir é essencial. Todos temos limitações. E, às vezes, elas nos fazem sentir inadequados, impotentes, incapazes para os desafios que estão diante de nós. Nada do ontem permanece igual ao hoje porque o tempo não para.

CONCLUSÃO

É conveniente reconhecer nosso envelhecimento precoce ou não, o exaurir de nossas forças; o andar claudicante (vacilante); a flacidez da pele; a diminuição do desejo sexual (libido); o desinteresse pelos esportes radicais; a diminuição ou perda total da intrepidez; a necessidade de manter uma alimentação de acordo com a idade.

Enfim, é preciso aceitar, sem se vitimizar, que nossa viagem está chegando ao fim e, bem ali, nesse fim que se aproxima há um oásis que acreditamos estar o Deus generoso e piedoso nos esperando como Pai. Ninguém pode ter saúde física e mental, principalmente na velhice, sem limpar o coração das amarguras, sem ter a consciência tranquila, sem deixar de sofrer pelos deslizes do passado e sem perdoar a ignorância e deslealdade alheia.

Em síntese, não devemos nos permitir estragar o tempo presente por um passado que não tem futuro. Para isso devemos enfrentar as dificuldades com dignidade, estudar e pelejar; tentar conhecer e aceitar as nossas limitações impostas pela idade, mas confiar naquele em quem podemos confiar.

Por último, solfejando o Hino Nacional de nossa Pátria ou uma outra música... Se cair, levante-se e volte a caminhar no seu passo, sem olhar para trás... Não desista nunca!

Creio e concito meus milhares de leitores para, em tempo de pandemia, nada melhor do que cantar "La Marseillaise" para despertar o sentimento de solidariedade e coragem face ao perigo — e não só no povo brasileiro, indiano ou francês, mas em todo o mundo.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta da Imprensa Brasileira e “web”;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.