Quem garante que Tiradentes morreu mesmo no dia 21 de abril de 1792?
A Folha de São Paulo publicou um artigo, 24 anos atrás (21/04/1998), no qual comenta os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Ele defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792.
Marcos Antônio Correa começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembleia Nacional da França de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes.
Segundo o relato de Correa, uma outra pessoa condenada (ladrão) morreu no lugar de Tiradentes. Em troca, a família do condenado recebeu uma ajuda financeira, oferecida pela Maçonaria.
Testemunhas do enforcamento de Joaquim José da Silva Xavier se diziam surpresas, porque o homem executado aparentava ter bem menos de 45 anos, que era a idade do Tiradentes na época (1746–1792).
O pesquisador Marcos Antônio Correa sustenta que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva (maçom, amigo dos inconfidentes e um dos juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa (Portugal) em agosto de 1792.
Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado naquele dia 21 de abril, mas outra pessoa. E que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo.
É atribuída ao personagem símbolo da luta pela independência, antes do enforcamento, a frase: "Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil". Mas, diante da afirmação do pesquisador Marcos Antônio Correa, é provável que tal frase nunca tenha sido verbalizada pelo verdadeiro Tiradentes. Como ele só tinha uma vida, talvez tenha preferido prolongá-la e aproveitá-la um pouco mais.