Idolatria
A Bíblia nos traz bons ensinamentos, e deveria ser lida como livro de história, antes de ser vista como catecismo.
A idolatria, condenada na Bíblia, não deve ser considerar apenas como a concepção de imagens, ou objetos, mas antes de tudo idolatrar pessoas.
Quando a imprensa divulga os meus trabalhos, eu peço que não exibam a minha pessoa.
Os espaços, ocupados pela minha imagem, seriam mais úteis, mostrando a minha obra.
A imprensa vive de criar estrelas, e ídolos, muitas vezes enfatizando mais as suas aparências, que as suas virtudes, e os seus defeitos.
Eu estava em Porto Alegre, no dia em que o Brizola chegou do exílio.
Mesmo sendo um grande admirador, das ideias, e das atitudes do Brizola, eu nunca sairia à rua, para vê-lo passar.
Do alto de um prédio, eu pude ver a imensa massa humana, ocupando vários quarteirões, no centro da cidade.
Naquele dia, noventa por cento das pessoas, não conseguiram chegar nem até a rua, onde o Brizola passou.
Eu não conhecia o Brizola, apenas por propaganda eleitoral, mas pela sua história, e pessoalmente pelas obras dele, no RS, e no RJ.
Alguém que sai de casa, para saudar um político, que conheceu apenas pela propaganda, na maioria das vezes enganosa, claramente está dominado pela idolatria.
É alguém que está mentalmente debilitado, porque apenas um debilitado mental, se deixa dominar pela idolatria.
Um idólatra inevitavelmente se torna fanático. Tudo que for contra o seu ídolo, será contra ele. Tudo que o seu ídolo fizer lhe parecerá bom, e correto.
É mais provável, um idólatra fanatizado, ver erros e defeitos nos seus amigos, e familiares, que no seu ídolo.
Os fanatizadores promovem as guerras, e os fanatizados se encarregam de efetivá-las.
Estes últimos são os que morrem nos confrontos, como insignificantes, e desconhecidos, enquanto os seus ídolos sobrevivem acastelados no poder.
Antes que as lágrimas evaporem, eles se juntam para celebrar a reconciliação, e quando morrem se tornam lembrados, como nomes de ruas.
Acioly Netto - www.guiadiscover.com