Não tem faquir que aguente
NÃO TEM FAQUIR QUE AGUENTE
Miguel Carqueija
Nesse momento em que o Prefeito do Rio de Janeiro (capital), Eduardo Paes, um esquerdista, faz mais uma lambança, proibindo o povo de trabalhar, fechando até restaurantes, bares e lanchonetes, que só podem entregar comida mas não servir “in loco” (sempre, é claro, a pretexto de combater a transmissão da covid e defender a vida) vemos que ele contribui, como o governador de São Paulo e outras figurinhas difíceis, para que se morra de fome.
Engraçado como, já percebi, quando se fala em “morrer de fome” numa situação dessas algumas pessoas parece que acham que a gente está somente utilizando força de expressão. Ora essa, de fome se morre, chama-se “inanição” à morte pela fome. Sempre houve, sempre grassou no Brasil (principalmente criancinhas em regiões paupérrimas). Agora, que já não se pode mais esconder o aumento da fome em nosso país (veja-se a louvável campanha da Band e José Luiz Datena), só negacionistas contumazes podem negar que essas medidas restritivas estejam provocando fome e morte pela fome.
E não é somente isso. A quebradeira de centenas de milhares de empresas, empresários levados à falência, trabalhadores desempregados, informais sem poder exercer suas atividades, tudo isso reduz a arrecadação, a circulação monetária. É um jogo de dominós, onde uma peça pode derrubar todas as demais. O próprio país vai sendo levado à bancarrota.
As consequências do desemprego são óbvias, e já vi reportagens do Datena mostrando geladeiras vazias, pessoas pobres levadas à aflição e desespero, crianças precisando ser alimentadas, mostraram gente adulta que deixa de comer para dar aos filhos, motorista de táxi ou uber morando no carro. É claro: se falta trabalho falta dinheiro e se falta dinheiro falta comida, e sem comida morre-se de fome. E não se pagam as contas, que continuam a chegar e vão acumulando. Também não se paga o aluguel, se não há nem dinheiro para fazer uma feira. E daí, despejos, aumento da população de rua. E a grande mídia fechando os olhos.
Esses governadores e prefeitos que proíbem o trabalho a não ser dos chamados “serviços essenciais” escolhidos pelos seus próprios critérios (todos os serviços são essenciais, a não ser que não sejam honestos; o pipoqueiro é um serviço essencial, ao menos para o próprio pipoqueiro e sua família) deveriam assumir a responsabilidade do que fazem, ou seja, deveriam garantir o sustendo dos trabalhadores que eles proíbem de trabalhar: comida, dinheiro, remédios, roupas, pagar contras, inclusive aluguéis. Isto seria justo.
Essa demagogia de “primeiro a vida, depois a economia” não me convence porque para os pobres, economia é vida. E, como eu já disse muitas vezes, que adianta não morrer de covid-19 e morrer de fome? Ou ver os filhos morrerem de fome?
Só para esclarecer: a covid, sem querer minimizar o assunto, tem reconhecidamente uma taxa de letalidade muito baixa: no Brasil já esteve em 4,5 %, foi caindo até 2,4, agora subiu um pouco, está em 2,6% segundo dados oficiais divulgados no Canção Nova Notícias.
Enquanto isso, a taxa de letalidade da fome é de 100% (cem por cento). Se durante algum tempo você não comer nada, você morre. Até um faquir acaba morrendo.
Com toda a caridade que se faça, embora louvável, por si ela não conseguirá evitar essa hecatombe. Além disso, mesmo que muitas pessoas não cheguem a morrer, viverão em permanente estado de fome e subnutrição. Então, teremos aqui mortes por outras causas adjacentes: suicídios, anemia, doenças causadas pela própria desnutrição, pela falta de remédios, tratamentos e cirurgias que não será mais possível pagar, e até pela violência. Tem crescido no país a chamada violência doméstica, pelo maior contato com pessoas truculentas da própria família. É a tal história de “fique em casa”.
Não é só no Brasil, mas pelo mundo afora estão ocorrendo os maiores absurdos. Ninguém está dizendo para não se combater a epidemia. Nem que a epidemia não existe, que o vírus não existe. Não somos nós os conservadores, os negacionistas. Negacionista é quem nega os efeitos desastrosos e desumanos da proibição de se trabalhar, tirando o ganha-pão de milhões de pessoas.
E isso clama ao Céu.
Rio de Janeiro, 8 de abril de 2021.
imagem pinterest
NÃO TEM FAQUIR QUE AGUENTE
Miguel Carqueija
Nesse momento em que o Prefeito do Rio de Janeiro (capital), Eduardo Paes, um esquerdista, faz mais uma lambança, proibindo o povo de trabalhar, fechando até restaurantes, bares e lanchonetes, que só podem entregar comida mas não servir “in loco” (sempre, é claro, a pretexto de combater a transmissão da covid e defender a vida) vemos que ele contribui, como o governador de São Paulo e outras figurinhas difíceis, para que se morra de fome.
Engraçado como, já percebi, quando se fala em “morrer de fome” numa situação dessas algumas pessoas parece que acham que a gente está somente utilizando força de expressão. Ora essa, de fome se morre, chama-se “inanição” à morte pela fome. Sempre houve, sempre grassou no Brasil (principalmente criancinhas em regiões paupérrimas). Agora, que já não se pode mais esconder o aumento da fome em nosso país (veja-se a louvável campanha da Band e José Luiz Datena), só negacionistas contumazes podem negar que essas medidas restritivas estejam provocando fome e morte pela fome.
E não é somente isso. A quebradeira de centenas de milhares de empresas, empresários levados à falência, trabalhadores desempregados, informais sem poder exercer suas atividades, tudo isso reduz a arrecadação, a circulação monetária. É um jogo de dominós, onde uma peça pode derrubar todas as demais. O próprio país vai sendo levado à bancarrota.
As consequências do desemprego são óbvias, e já vi reportagens do Datena mostrando geladeiras vazias, pessoas pobres levadas à aflição e desespero, crianças precisando ser alimentadas, mostraram gente adulta que deixa de comer para dar aos filhos, motorista de táxi ou uber morando no carro. É claro: se falta trabalho falta dinheiro e se falta dinheiro falta comida, e sem comida morre-se de fome. E não se pagam as contas, que continuam a chegar e vão acumulando. Também não se paga o aluguel, se não há nem dinheiro para fazer uma feira. E daí, despejos, aumento da população de rua. E a grande mídia fechando os olhos.
Esses governadores e prefeitos que proíbem o trabalho a não ser dos chamados “serviços essenciais” escolhidos pelos seus próprios critérios (todos os serviços são essenciais, a não ser que não sejam honestos; o pipoqueiro é um serviço essencial, ao menos para o próprio pipoqueiro e sua família) deveriam assumir a responsabilidade do que fazem, ou seja, deveriam garantir o sustendo dos trabalhadores que eles proíbem de trabalhar: comida, dinheiro, remédios, roupas, pagar contras, inclusive aluguéis. Isto seria justo.
Essa demagogia de “primeiro a vida, depois a economia” não me convence porque para os pobres, economia é vida. E, como eu já disse muitas vezes, que adianta não morrer de covid-19 e morrer de fome? Ou ver os filhos morrerem de fome?
Só para esclarecer: a covid, sem querer minimizar o assunto, tem reconhecidamente uma taxa de letalidade muito baixa: no Brasil já esteve em 4,5 %, foi caindo até 2,4, agora subiu um pouco, está em 2,6% segundo dados oficiais divulgados no Canção Nova Notícias.
Enquanto isso, a taxa de letalidade da fome é de 100% (cem por cento). Se durante algum tempo você não comer nada, você morre. Até um faquir acaba morrendo.
Com toda a caridade que se faça, embora louvável, por si ela não conseguirá evitar essa hecatombe. Além disso, mesmo que muitas pessoas não cheguem a morrer, viverão em permanente estado de fome e subnutrição. Então, teremos aqui mortes por outras causas adjacentes: suicídios, anemia, doenças causadas pela própria desnutrição, pela falta de remédios, tratamentos e cirurgias que não será mais possível pagar, e até pela violência. Tem crescido no país a chamada violência doméstica, pelo maior contato com pessoas truculentas da própria família. É a tal história de “fique em casa”.
Não é só no Brasil, mas pelo mundo afora estão ocorrendo os maiores absurdos. Ninguém está dizendo para não se combater a epidemia. Nem que a epidemia não existe, que o vírus não existe. Não somos nós os conservadores, os negacionistas. Negacionista é quem nega os efeitos desastrosos e desumanos da proibição de se trabalhar, tirando o ganha-pão de milhões de pessoas.
E isso clama ao Céu.
Rio de Janeiro, 8 de abril de 2021.
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