A MANIPULAÇÃO PELO MEDO
Desde jovem aprendi a desconfiar do significado de certos títulos designativos de organismos que pretendem ser entendidos como fontes de credibilidade. Como poderemos ver, frases e palavras podem ser invólucros de significados ulteriores, bem diversos daqueles explícitos nos verbetes dos dicionários. Assim, sem que a maioria das pessoas perceba, sob o manto da inocência ou credibilidade, tais títulos nada mais são do que armadilhas ou disfarces para ocultar os verdadeiros objetivos a que tais organismos se propõem. Qual o significado oculto que podemos extrair dos títulos “Mecanismos Formadores de Opinião Pública” e “Mecanismos de Comunicação de Massa”?
A princípio, os títulos acima parecem pretender apresentar, ao público ou às massas, a exposição dos fatos presentes ou passados, em sua diversidade, com a vestimenta da verdade. No entanto, não é o que estamos diariamente percebendo através da saraivada de notícias manipuladas, difundidas pelos mais diversos meios do contexto midiático, em especial o opinativo, ou de cunho ideológico.
Afinal, o que significa “formação da opinião pública”? Qual o objetivo real da “comunicação de massa”?
A palavra formação, como o próprio vocábulo diz, vem a ser “a ação de dar forma” e o que está sofrendo essa ação é a “opinião pública”. Assim, podemos admitir que haja alguém ou algo entendendo que o público não pode ter a sua opinião formada por seus próprios meios e esse alguém ou esse algo entende, ainda, que “as suas opiniões” devem ser “introjetadas” no público para que, então, esse tenha a sua opinião formada em harmonia com o interesse dos veículos difusores das notícias e dos acontecimentos.
Admitindo-se o exposto podemos, também, entender que “Comunicação de Massa” tem um sentido mais amplo, genérico ou difuso do que o título anterior, porém, com o mesmo objetivo de “plasmar e direcionar comportamentos coletivos”. Para tal, não se escusam de empregar métodos da comunicação regiamente amparados pelos escaninhos da Psicologia, da Publicidade e da Propaganda, ferramentas fundamentais na mudança comportamental coletiva. Tanto um quanto o outro são caldos da mesma panela e nada mais do que instrumentos manipuladores do comportamento coletivo, em atendimento à pretensão ou objetivos particulares, mercantis ou ideológicos, dos organismos a que se subordinam ou seus prepostos.
Nos dias atuais, em que nos enredamos nas consequências desastrosas da onda pandêmica, vemos a manipulação, em ondas gigantescas, através da difusão quase que incessante de notícias sobre a quantidade de mortos, dos testes, das vacinas, dos recursos, dos medicamentos, quase todos eivados de opiniões pró e contra, emitidos por “especialistas” de todas as cores que se esbarram em confrontos opinativos a respeito desse ou daquele protocolo ou medicamento.
O noticiário das emissoras de rádio e TV, incessantemente, massacram a audiência com as mais disparatadas notícias sobre tudo quanto podem encontrar a respeito da insanidade. As críticas a favor ou contra quase tudo ou a quase todos proliferam, em alardes sucessivos, quase não dando margem para outras notícias de real importância como se nada mais ocorresse, no país e no mundo, a não ser a tal dança do Covid e as mortes por ele provocadas.
Não são necessários maiores comentários sobre o que estamos vendo diuturnamente nos noticiários. O desempenho da mídia nos permite entender que tal massacre tem como objetivo a difusão e introjeção massificada do “medo”, instrumento da perda da liberdade. O medo já constatado no público ou nas massas e o comportamento manipulado pelos mecanismos formadores de opinião já são fatos consumados e as massas já se conformam com a mudança comportamental que se traduz em perda da liberdade.
Vamos, agora, tratar do medo que é o assunto que nos interessa e que, penso, poderá ajudar um pouco aos nossos amigos leitores. Afinal, medo de que estamos tratando? Seguramente, medo da morte, dessa morte propagada, em altos brados, pelos nossos repórteres midiáticos.
O medo é um sentimento que se acomoda no nosso campo “emocional” e o emocional não é muito amigo do “racional”. Falemos, então, no inimigo do medo e façamos algumas considerações racionais na tentativa de dar uns petelecos nesse medo, filho da mídia:
Não é difícil para nenhum de nós a compreensão de que todo o organismo vivo tem uma linha que inicia no seu nascimento e termina com a sua morte. Assim, tratando do ser humano fixemos, para considerações, uma linha que vai do zero aos cem anos para os seres da raça humana. Como já diz a Lei da Causalidade, “toda a causa tem uma consequência”. Assim, o nascimento pode ser entendido como uma causa e a morte uma consequência.
No exato momento do nascimento, nós iniciamos o nosso périplo já conduzindo, mesmo inconscientemente, uma verdade que nada poderá desmentir; a partir do nascimento o indivíduo já é um candidato à morte. Ninguém sabe se morrerá no momento seguinte ao nascimento ou se no último segundo da linha do zero aos cem.
Seguindo com a argumentação e entendido que a nossa morte ocorrerá em qualquer segundo dessa linha de tempo, temos que há dois tipos de morte a considerar, o natural e o não natural. O primeiro vem por qualquer deficiência orgânica letal ou desgaste natural dos componentes vitais do corpo humano como a velhice e as enfermidades que a Ciência catalogou e a Medicina trata. O não natural surge daqueles que ocorrem por acidentes ou fatores que não tenham ligação com o biológico ou orgânico de maneira específica. Esses são os que nos agridem produzem danos que nos levam, igualmente, à morte.
Ocorrências dos mais variados tipos levam pessoas à morte com maior incidência do que as mortes por causas naturais. Crimes de toda a ordem, atropelamentos, quedas, brigas fatais, envenenamentos, suicídios, afogamentos, balas perdidas, acidentes de trânsito, aéreos ou navais, eletrocuções, acidentes do trabalho e outras miríades de ocorrências fatais estão à nossa espreita atrás das cortinas do cenário em que desenvolvemos as nossas vidas e não sentimos nenhum medo dessas possibilidades, durante o período de zero a cem dos nossos possíveis anos de vida.
Portanto, o medo que assombra e implica na formação da opinião pública e das massas deve ser olhado de soslaio e a nossa morte por Covid ou por outro qualquer agente natural, ou não natural, como coisa que não está em nosso domínio. Uma coisa é certa: quem não morrer contaminado pelo covid, terá que morrer por outro motivo qualquer e nada poderá impedir. Portanto, vivamos sem medo, pois a morte por uma ou por outra forma, virá e não pedirá licença a ninguém, levando também os jornalistas, apresentadores, radialistas, repórteres, governantes, políticos, médicos, autoridades, cientistas, "especialistas" e dirigentes de todos esses “mecanismos formadores de opinião pública”, arautos do medo da morte e de viver.
Entendida a argumentação, resta-nos considerar qual o papel das mídia, na formação da opinião pública, usando o medo como ferramenta ou instrumento de manipulação. A introjeção insistente e continuada das notícias sobre as consequências pandêmicas difunde e alardeia medidas exageradas sobre o uso das máscaras, restrições ao ir e vir, impedimento de aglomerações, contatos físicos e, principalmente, o cruel "lockdown" que confina as pessoas em casa ou em ambientes restritos, bem como a obrigatoriedade do "passaporte comprobatório de vacinação para frequentar lugares públicos. É o medo espalhado pela mídia que cerceia o bom viver e reduz o ser humano a uma potencial vítima da morte pelo covid.
Uma sugestão para burlar esse medo artificial é o afastamento imediato das telas da TV ou dos falantes do rádio e dos comprometidos Mecanismos Formadores de Opinião Pública”. Essa é a vacina adequada contra a pandemia midiática do medo...
Amelius
07-04-2021